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Biografias de Pio IX e João XXIII
2000-09-03 12:09:29

Os Papas que João Paulo II beatifica no Domingo

Pio IX
Nasceu em Sinigaglia no dia 13 de Maio de 1792, foi um nobre guarda de Pio VII (1800-1823), depois passou dois anos no Chile, como secretário do vigário apostólico Muzzi. Arcebispo de Spoleto em 1827, bispo de Ímola em 1832, foi nomeado cardeal em 1840. Eleito Papa após a morte de Gregório XVI, libertou os prisioneiros políticos, chamou os exilados, estabeleceu o município romano, admitiu inúmeros leigos no seu ministério, presidido pelo cardeal Antonelli, e acordou aos Estados pontifícios uma constituição que associava ao colégio dos cardeais duas câmaras, uma nomeada pelo Papa e outra electiva. Pelos seus primeiros actos oficiais parecia favorável ao movimento unitário italiano. Iniciando-se a revolução de 1818 foi convidado a unir as suas tropas pontifícias às piemonteses contra a Áustria. Hesitou longamente, acordou o seu concurso, depois retirou-o.
No dia 24 de Novembro de 1848, Pio IX foi obrigado a deixar Roma e refugiou-se em Gaeta, enquanto os mazinianos proclamavam a República romana. Pediu então a intervenção das potências católicas, e um exército francês entrou em Roma e aí permaneceu. Regressado à capital (1850), o Papa esperou restabelecer a hierarquia católica em Inglaterra e na Holanda. No dia 8 de Dezembro de 1854 proclamou o Dogma da Imaculada Conceição, após ter consultado os bispos de todo o mundo, Em 1859 perde as províncias setentrionais do Estado da Igreja. Em 1864 publicou a encíclica celebre, seguida do catálogo, o Sillabo dos erros contrários ao ensinamento católico. Convocou, no fim do ano 1869, o primeiro Concílio Ecuménico Vaticano, que proclamou no dia 18 de Julho de 1870 a infabilidade Papal.
Iniciada a guerra entre a França e a Alemanha, o corpo de ocupação francesa deixou Roma, onde , no dia 20 de Setembro de 1870, entraram as tropas italianas. O Papa permaneceu voluntariamente prisioneiro no Vaticano, enquanto a cidade era proclamada capital do Reino de Itália. A lei das garantias reconheceu ao pontífice, além da independência do poder espiritual, o direito às honras dos soberanos, a posse do Vaticano, da Basílica de Santa Maria maior, do palácio de Castelo Gandolfo e de uma renda de aproximadamente três milhões. Pio IX recusou a doação, não quis sair mais do seu palácio. Nos últimos anos do seu longuíssimo pontificado, Pio IX tomou medidas contra os velhos católicos suíços e alemães, combateu o Kulturkampf, conduziu as negociações relativas às modificações da Concordata com Áustria (1874) e restabeleceu a autoridade episcopal na Escócia, na Bulgária, em Genebra e na Grécia.

João XXIII
Terceiro de treze filhos, nasceu em Sotto il Monte perto de Bergamo em 1881, pertencente a uma família de simples camponeses. Após frequentar o Seminário, obtém uma bolsa de estudos para o Instituto S. Apolinare de Roma onde se licenciou em teologia.
Chamado à primeira guerra mundial, primeiro foi sargento de sanidade e depois capelão militar. Benedito XV (1914-1922) nomeou director nacional da Congregação da Propaganda da Fé. Pio XI (1922-1939) nomeou-o arcebispo titular de Areopoli e em 1925 Visitador apostólico na Bulgária; em 1931, torna-se núncio passando em 1925 pela nunciatura da Turquia e da Grécia. Em 1944 foi nomeado Núncio em França, onde afrontou com tacto, mas com firmeza o problema dos muitos bispos terem colaborado com o regime de Vichy. Desde 1952 foi Observador permanente da Santa Sede junto da UNESCO. No dia 2 de Janeiro de 1953 foi nomeado cardeal e no dia 15 de mesmo mês patriarca de Veneza, onde se distinguiu pelo seu zelo pastoral e a sua simplicidade de trato. No conclave de 25-28 de Outubro 1958 foi eleito papa. Tendo mais de setenta anos, muito o consideraram como um Papa de passagem, no entanto a sua nomeação provocou uma reviravolta decisiva na história da Igreja. Entre as suas primeiras acções, foi a de trazer o Sagrado Colégio dos cardeais a oitenta e seis, tornando-o ainda mais internacional. Em 1959 propôs os três pontos mais importantes do seu magistério: um Sínodo diocesano em Roma, um Concílio ecuménico e a revisão do Direito Canónico. Reuniu o Sínodo, o primeiro da história de Roma, em S. João de Latrão, no dia 24 de Janeiro de 1960, e fê-lo para revigorar a vida eclesiástica da capital. No entanto, bem mais importante foi o Concílio Vaticano II promovido por João XXIII - como o próprio afirmou - por uma improvisa inspiração do Espírito Santo. Ele esperava que esta acção fosse um segundo Pentecostes, regenerando a Igreja com a actualização da doutrina, da disciplina e da organização, prometendo-se abrir uma via à reunificação com os irmãos separados do Oriente e do Ocidente. Ao concílio, aberto no dia 11 de Outubro de 1962 em S. Pedro, estiveram presentes Observadores e representantes de dezoito Igrejas não cristãs. No dia 8 de Dezembro de 1962 encerrou a primeira sessão do Concílio, mas já enfermo, morreu antes da reabertura no ano seguinte. No entanto, João XXIII, também iniciou o terceiro ponto do seu programa pastoral, a revisão do Direito canónico. Demonstrou o seu interesse pela liturgia, concedendo o uso do idioma local para algumas igrejas. As suas encíclicas tiveram um carácter mais pastoral do que dogmático. A Mater et Magistra (1961) que desenvolvia e actualizava a doutrina social de Leão XIII (1878-1903) e de Pio XI (1922-1939) exortando as nações mais ricas a ajudar as mais pobres. A pacem in terris (1963) é a encíclica mais conhecida. Nessa o Papa explicava que o reconhecimento dos direitos e dos deveres do homem é o fundamento da paz mundial. A encíclica provocou enorme impressão a todos, inclusivamente ao bloco soviético. Em consequência disto, na primavera de 1963, o Papa recebeu o genro do primeiro soviético Nikita Kruscev. Em 1963 a fundação internacional Balzan entregou-lhe o Prémio da paz pela sua acção na crise dos mísseis cubanos do ano precedente. Mais do que qualquer outro Papa, João XXIII retirou da liturgia de Sexta-feira Santa as duras expressões referentes aos hebreus. Mitigou a hierática rigidez do protocolo. Conservando sempre a sagacidade e a jovialidade do simples camponês, levou no exercício do seu ministério um novo sopro de regeneração, e , após dezenas de crescentes centralizações, despertou no episcopado mundial uma nova consciência da sua importância.
Quando morreu, após longa e penosa doença, a revista "Times" comentou que poucos pontífices entusiasmaram assim tanto o mundo inteiro.



Fonte Ecclesia

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