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João Paulo II aposta na reconciliação com a Igreja Ortodoxa
2004-11-24 12:33:47

João Paulo II está decidido a promover uma aproximação significativa com a Igreja Ortodoxa na sua busca da unidade entre todos os cristãos.

O próximo gesto para a reconciliação chega no próximo sábado, quando o Papa entregar pessoalmente ao Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, as relíquias de dois grandes Santos da antiguidade: São Gregório de Nazianzo e São João Crisóstomo.
A entrega das relíquias surge na sequência de uma intensa actividade diplomática entre o Vaticano e a Igreja Ortodoxa, separadas desde o Grande Cisma de 1054.
A Santa Sé anunciou hoje o programa da celebração ecuménica, na qual as relíquias serão veneradas e se proclamarão passagens dos dois Doutores da Igreja. Segundo o comunicado oficial, “a celebração constitui um sinal do desejo da Igreja do Ocidente e do Oriente de caminhar em conjunto rumo ao dom da unidade visível, de modo a que o mundo acredite em Cristo, único salvador”.
Os dois Santos viveram no século IV, no território que é hoje a Turquia. As relíquias de São Gregório Nazianzeno encontravam-se em Roma desde o século VIII, num mosteiro de Beneditinas, tendo sido transferidas em 1580 para uma capela na Basílica de São Pedro por iniciativa do Papa Gregório XIII.
Os restos de São João Crisóstomo foram roubados há mil anos, no saque a Constantinopla, um dos momentos mais dramáticos da história nas relações entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente. Estas relíquias estão na capela do Santíssimo Sacramento da Basílica de São Pedro desde o século XVII.
O Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, considerou a decisão de João Paulo II de devolver a Istambul as relíquias de São João Crisóstomo como um “sinal de amor fraterno” para com os cristãos do oriente.
Bartolomeu I descreveu a decisão papal como “um acontecimento histórico” que contribuirá para melhorar as relações entre Ortodoxos e Católicos que pertencem “a uma Igreja indivisível”.
“Rezaremos para que o Papa ilumine e dê alento aos líderes das Igrejas e proporcione às comunidades cristãs outras ocasiões de inspiração espiritual”, referiu o Patriarca.
Bartolomeu I louvou também o discurso de João Paulo II em Junho deste ano, em que apresentou um pedido público de desculpas pelo ataque dos cruzados a Istambul (antiga Constantinopla), durante a cruzada de 1204.
No dia 1 de Julho deste ano, o Papa e o Patriarca Ortodoxo de Constantinopla assinaram no Vaticano uma declaração comum onde assumem “a plena vontade de continuar no caminho rumo à plena comunhão entre nós, em Cristo”. Os líderes das Igrejas Católica e Ortodoxa reconhecem que é importante que os cristãos vivam entre si em paz e harmonia, tendo em vista “um testemunho mais credível e convincente do Evangelho”.
Apesar dos “muitos passos positivos” que o Papa e o Patriarca de Constantinopla assinalam, a declaração comum não esconde os obstáculos que o caminho ecuménico tem encontrado desde o histórico encontro entre Paulo VI e Atenágoras I, em Jerusalém, no ano de 1964.

Fonte Ecclesia

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