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Franceses Tratam dos Últimos Preparativos para Receber João Paulo II
2004-08-10 10:25:03

Na oitava visita a França do seu pontificado, João Paulo II desloca-se a título pessoal, como um doente que procura alívio para as suas dores. No próximo fim-de-semana, o Papa ficará alojado em Lourdes nas mesmas condições que um simples peregrino.

Ocupará um dos 310 quartos reservados aos peregrinos doentes e deficientes físicos do Accueil Notre-Dame, uma estrutura recente, construída em 1997 no centro do santuário.

"Aqui, no Accueil Notre-Dame, cada um é recebido com o que temos de melhor para dar. Não há um quarto mais luxuoso do que os outros e não nos foi pedido nenhum favor especial", frisa a Irmã Jacqueline, directora do centro. "Banhado de luz por uma grande janela", segundo descreve, o quarto destinado a João Paulo II tem paredes cor-de-rosa pálido e está equipado "como os outros", com casa de banho individual, uma cama de hospital, mobília de pinho clara e um candeeiro de mesinha de cabeceira.

O Papa tomará as suas refeições no Accueil, como os outros peregrinos que procuram conforto na gruta em que a camponesa Bernadette Soubirous contou ter visto a aparição da Virgem, em 1858.

Mas a peregrinação do Sumo Pontífice suscita inevitavelmente o mesmo interesse que uma visita de Estado. João Paulo II será assim recebido pelo Presidente da República Francesa, Jacques Chirac, à sua chegada ao aeroporto de Tarbes, no próximo sábado. E o trajecto do aeroporto até ao santuário será totalmente fechado ao público durante uma grande parte do dia.

A segurança do Papa, tanto do ponto de vista médico como policial, implica a preparação de um pesado dispositivo, tão mais impressionante quanto são esperados 400 mil peregrinos em Lourdes, neste fim-de-semana. Cerca de 2700 polícias suplementares foram mobilizados e estacionados num raio de 50 quilómetros em torno do santuário.

A partir da próxima sexta-feira, as forças da ordem encarregam-se de canalizar os peregrinos para o santuário a partir das cidades próximas de Pau e de Tarbes, onde todos deverão deixar os carros. A polícia já fez saber que revistas pessoais e de bagagens, aleatórias, serão feitas durante estes três dias.

"O dispositivo de segurança é menos pesado do que na precedente visita de João Paulo II a Lourdes, em 1983, mas dispomos hoje de meios mais sofisticados e de unidades especializadas em riscos biológicos e nucleares", frisou o prefeito da região dos Altos Pirinéus, Michel Bilaud.

Em 1983, a visita do Papa a Lurdes tinha sido precedida pela explosão de uma bomba que destruiu uma estátua de Pilatos. O acto foi reivindicado por um grupo anarquista.

Este ano, é o calor que preocupa as autoridades. Três mil voluntários vão ocupar-se de meio milhar de peregrinos. A saúde frágil de João Paulo II, muito diminuído, aos 84 anos, pela doença de Parkinson, exige um dispositivo médico em alerta permanente. Os hospitais de Lourdes vão estar preparados para qualquer eventualidade durante a curta estadia e uma ambulância, um helicóptero e uma equipa médica estarão perto do Papa em permanência.

João Paulo II, que chamou a Lourdes o "templo do sofrimento humano", apareceu muito abalado fisicamente durante as cerimónias do 25º aniversário do seu pontificado, em Outubro do ano passado. A tal ponto que o seu compatriota, o Presidente polaco Aleksander Kwasniewski, anunciou então o fim das viagens pontificais. Mas era sem contar com a notória indisciplina de doente de que o Papa tem dado exemplo. João Paulo II exigiu assim vir a Lourdes este ano, celebrar a 15 de Agosto o 150º aniversário do Dogma da Imaculada Conceição.

Fonte Público

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