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TAIZÉ TRAZ 40 MIL JOVENS A PORTUGAL
2004-05-15 10:21:23

Lisboa vai acolher milhares de jovens de outros países, entre 28 de Dezembro deste ano e 1 de Janeiro de 2005. Trata-se da 27.ª edição do Encontro Europeu de Jovens, promovido anualmente pela Comunidade de Taizé, em França.

No entanto, a eleição de Portugal como palco do encontro deste ano ficou a dever-se sobretudo ao empenho do cardeal patriarca de Lisboa: “O Irmão Roger, superior e fundador da Comunidade Ecuménica de Taizé, aceitou o meu pedido de realizar em Lisboa o encontro deste ano. É mais uma etapa na longa peregrinação da confiança através do Mundo, que há quase três décadas tem posto em diálogo de comunhão muitos milhares de jovens nas principais cidades europeias”, diz D. José Policarpo.

O cardeal espera que o encontro possa reunir, pelo menos, 40 mil jovens, “peregrinos da esperança, num mundo ameaçado pela violência e que procura a luz que dará sentido novo ao seu futuro”, e lembra “a necessidade de mobilizar comunidades cristãs e paróquias em toda a Grande Lisboa”, bem como “autoridades e instituições civis nesta grande operação de acolhimento”.

Na logística do acontecimento já estão envolvidas as dioceses de Lisboa, Setúbal e Santarém: seis das sete vigararias de Lisboa, a que se juntam as paróquias de Sacavém, Amadora, Oeiras, Sintra, Cascais, Loures, Vila Franca de Xira, Alenquer, Almada, Caparica, Seixal, Barreiro, Moita e Montijo. Sendo que, a 26 de Dezembro, domingo, dois mil voluntários estarão em Portugal, para preparar o acolhimento dos milhares de jovens participantes, que chegarão a Lisboa em caravanas de autocarros para serem alojados.

O acolhimento dos jovens, por nacionalidades, inicia-se dois dias depois, a 28 de Dezembro, a partir das seis da manhã, em locais de Lisboa ainda em estudo. Cada jovem recebe um passe para os transportes públicos, um cartão para as refeições e um mapa de acesso à paróquia que o acolherá durante os cinco dias do encontro. Segue-se um segundo acolhimento nas paróquias de destino e, pelas 17h00, um jantar colectivo nas instalações da FIL no Parque das Nações, onde também terá lugar uma oração colectiva. Aliás, os almoços e jantares decorrem sempre na FIL, local de realização das orações colectivas, à tarde e à noite.

De 29 a 31 de Dezembro, os jovens tomam o pequeno-almoço em família ou nos locais de alojamento e, pelas 8h30, reúnem-se em oração nas paróquias, onde dispõem de textos na sua própria língua. Depois da oração, convivem num “momento de partilha” e entregam-se a “um tema de reflexão”, prevendo-se ainda visitas e encontros com “pessoas da comunidade que sejam testemunhas de esperança.” O último dia do Encontro, 1 de Janeiro de 2005, é marcado por celebração eucarística nas paróquias, almoço nas famílias e outros locais e despedida em Lisboa.

Em cada paróquia será formado um grupo de preparação do encontro, que vai reunir-se com regularidade a partir de Outubro. No entanto, em meados de Setembro, irmãos de Taizé e uma equipa de jovens voluntários estarão em permanência em Lisboa, para os preparativos finais do encontro.

FUNDADOR DA COMUNIDADE TAIZÉ INSPIROU-SE NA AVÓ

Quando se pergunta ao Irmão Roger onde foi buscar a ideia de fundar a Comunidade de Taizé, responde sempre com o exemplo da avó materna, francesa nascida no seio de família cristã, de confissão calvinista.. Ao eclodir a I Grande Guerra (1914-19), que dizima sete milhões de europeus, a avó de Roger, viúva, mora no Nordeste de França, fustigado pelos bombardeiros alemães. A maior parte dos habitantes foge. Ela teima em ficar, com o propósito de socorrer vítimas do conflito: idosos, grávidas, crianças. Ao findar a conflagração, soma uma prece de paz às suas orações: “Que os cristãos divididos – que já se mataram o bastante entre si – possam reconciliar-se para tentar impedir uma nova guerra”.

A II Grande Guerra (1939-45) mergulha a Europa em luto pesado: 69 milhões de mortos. Em 1940, Roger, de 25 anos, anseia por pôr em prática o testamento moral da avó: ajudar os que sofrem e bater-se pela reconciliação cristã, a única fórmula que encontra para calar a hegemonia das armas. Deixa a Suíça, o seu país natal, e ruma a França. Compra uma casita rural em Taizé, pequena aldeia da Borgonha, arredores de Cluny, não longe da fronteira com a Suíça. Aí começa a esconder e socorrer refugiados, entre estes muitos judeus. Palavras suas: “Quanto mais o crente quer viver um absoluto de Deus, mais é essencial inserir este absoluto no sofrimento humano”. Em 1945, Roger escreve a “Regra de Taizé”, mais tarde conhecida por “As Fontes de Taizé”. A Comunidade cresce. “Passa-se por Taizé como se passa por uma fonte, o viajante pára, mata a sede e continua a sua caminhada”, disse o Papa João Paulo II, depois da sua visita à comunidade, a 5 de Outubro de 1986.

QUEM PARTICIPA E O QUE PODE FAZER NOS ENCONTROS EUROPEUS

A maioria dos participantes europeus que Lisboa vai receber tem idades entre os 17 e os 30 anos. Jovens de 16 anos também podem participar, desde que acompanhados por responsáveis adultos que fiquem junto deles durante todo o encontro. A estes jovens “é apenas proposta a participação na vida das paróquias a partir do dia 28 de Dezembro. Ou seja, não devem chegar antes desta data”. A mesma proposta é feita aos adultos com mais de 30 anos. Durante os encontros, os jovens podem optar não só pela participação colectiva mas também “por uma atitude de recolhimento silencioso, ou por uma semana de trabalho de apoio ao funcionamento do próprio encontro”.

O período de inscrição vai de 15 de Setembro a 15 de Outubro, efectuando-se em locais a determinar. A partir de Outubro, a organização do encontro estará em condições de prestar indicação precisa do custo por participante, incluindo refeições e transportes, aluguer de instalações da FIL, entre outras operações logísticas. No entanto, a verba aproximada não andará longe dos 60 euros.

A Comunidade de Taizé não aceita donativos, pedindo somente a cada jovem uma participação nas despesas, tendo em conta o custo de vida do país onde o encontro se realiza. Além disso, os jovens são aconselhados a trazer sacos-cama, colchões pneumáticos e roupa quente.

O nome e carisma de Taizé, por onde já passaram muitos milhares de jovens portugueses, tornaram-se respeitados em todo o mundo cristão. Para tanto, concorrem os encontros europeus e o modo de vida simples, contemplativa e de troca de experiências que os jovens que rumam a Taizé encontram nos ritmos e vivências da própria Comunidade Ecuménica.

PROGRAMA

O programa do Encontro Europeu de Jovens ainda está em curso, mas as linhas gerais já podem ser avançadas.

Dezembro 2004

Dia 28 (terça-feira)

A partir das 06h00: acolhimento dos jovens em Lisboa, por países de origem, em local ou locais ainda a determinar. Cada participante recebe um passe para os transportes públicos, um cartão para as refeições e um mapa de acesso à paróquia de acolhimento.

A partir das 09h00: recepção dos jovens nas paróquias, seguindo-se o seu encaminhamento para as famílias de acolhimento ou os locais de alojamento colectivo.

15h00: partida dos jovens para o Parque das Nações.

Das 17h00 às 18h30: jantar na FIL.

19h00: oração na FIL.

22h00: regresso ao local de acolhimento.

Dias 29, 30 e 31 (quarta, quinta e sexta-feira)

08h00: pequeno-almoço em família ou no alojamento colectivo.

08h30: oração nas paróquias de acolhimento, seguida de reflexão em grupos e de testemunho de pessoas envolvidas no encontro.

Das 12h00 às 13h00: almoço na FIL.

13h30: oração na FIL.

A partir das 15h00: ‘workshops’ na FIL e outros locais.

22h00: regresso aos alojamentos.

23h00: Vigília de Oração pela Paz/‘Festa das Nações’

nas paróquias de acolhimento.

Janeiro 2005

Dia 1 (sábado)

08h30: eucaristia nas paróquias de acolhimento.

13h00: almoço em família ou nos locais de alojamento.

14h00: despedida.

15h30: partida dos autocarros.

18h30: em Fátima: eucaristia vespertina de domingo.
Novais Granada

Fonte CM

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