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Crise nas confissões
2001-03-28 13:15:43

O Sacramento da reconciliação “espelha um momento-crise; uns ignoram-no; outros procuram-no compassadamente; alguns procuram-no tão frequentemente que os esvaziam de sentido; outros apostam em novas formas da sua recepção por vias mais ‘directas’”. Foi esta a conclusão a que se chegou nas XIII Jornadas de Teológicas.


A Associação de Estudantes da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, em Braga, e a “Cenáculo”, Revista de alunos desta faculdade, promoveram as Jornadas que reflectiram sobre o tema: “Eu confesso-me... a Deus” e pretenderam avaliar e apontar soluções para a celebração do sacramento da penitência.
Entre 19 e 22 de Março, à noite, foram vários os conferencistas que passaram pelo Salão Nobre da Faculdade de Teologia. O Pe. Carlos Carneiros, foi o primeiro dos oradores. Tendo feito uma análise psicológica da confissão , alertou para o perigo de reduzir os acontecimentos religiosos a fenómenos psicológicos e, assim sendo, a confissão não passar de uma certa libertação da culpa. Chamou ainda à atenção para o risco de considerar a confissão com incidência transcendental esquecendo a sua dimensão psicológica. O perdão foi apresentado como um “sinal de saúde psicológica e de maturidade cristã”, pode ler-se no texto de conclusões das Jornadas.
Uma mesa redonda ocupou os trabalhos do segundo dia, onde se acentuou as perspectivas das outras Igrejas cristãs que optam por formas diferentes de celebrar a penitência, não lhe reconhecendo um carácter sacramental. Presente na mesa redonda esteve, para além de outros, o Pastor José Manuel Leite, da Igreja Presbiteriana, que afirmou: “não estamos assim tão longe uns dos outros como poderíamos pensar: todos somos pecadores e só o Amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nos pode perdoar”.
A história deste Sacramento, ao longo dos tempos, particularmente a partir do Concílio Vaticano II, foi analisada no terceiro dia pelo professor da UCP, Luís Manuel Pereira da Silva. O Concílio marcou um novo período na liturgia penitencial, valorizando a Palavra de Deus e a dimensão eclesiológica do sacramento.
O teólogo espanhol, Marciano Vidal Garcia, encerrou o ciclo de conferências, tendo avançado com a necessidade de mudar o nome do sacramento, como uma forma de o recuperar da crise que atravessa. Ao sacramento da confissão ou penitência, como foi designado ao longo da história da Igreja, deve-se chamar, Sacramento da Reconciliação.
“Vincar a celebração do sacramento à práxis eclesial através do encontro com os excluídos, abrindo as portas do sacramento misericordioso de Deus a todos os homens”, foi o desafio deixado aos presentes, no final das Jornadas.


Fonte Ecclesia

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