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Onde param os Bispos Católicos na China?
2004-04-20 21:22:30

A agência do Vaticano para as missões, Fides, denunciou o o silêncio das autoridades chinesas sobre o paradeiro de dois bispos católicos fiéis ao Papa, D. An Shuxin e D. Su Zhimin, presos respectivamente em 1996 e 1997.

O órgão informativo da Congregação vaticana para a Evangelização dos Povos, questionou ainda a recente detenção - de 5 a 14 deste mês - do bispo da Igreja Católica “clandestina” que está à frente da diocese de Zheng Ding (província de Hebei), D. Jia Zhiguo.
A Santa Sé, através do director da Sala de Imprensa, não duvidou em qualificar imediatamente a prisão como “inadmissível num Estado de direito”.
Um membro do governo visitou o bispo Jia Zhiguo a13 de Abril, o qual fez referência ao aniversário da morte do bispo Fan Xueyan - da diocese de Baoding -, uma figura de grande relevância para a Igreja “clandestina”, falecido precisamente a 13 de Abril de 1992 na prisão.
A Fides assegura que não se tinha preparado nenhuma iniciativa para recordar o aniversário da morte do prelado, dado que em tal data as medidas de segurança são ainda mais rígidas. D. Jia Zhiguo foi libertado no dia seguinte ao aniversário.
“Já que foram as próprias autoridades as que recordaram o aniversário da morte de D. Fan, que de outro modo haveria passado despercebido, cabe perguntar onde estão os dois sucessores de D. Fan: D. An Shuxin, preso em Maio de 1996 e D. Su Zhimin, preso em Outubro de 1997”, atira a agência do Vaticano para as missões.
“O que aconteceu com estes dois bispos sucessores de D. Fan na sede de Baodin? Estão ainda vivos ou agonizam em alguma prisão do governo?”, insiste a Fides.
Actualmente há na China cerca de cinquenta bispos e sacerdotes encarcerados ou sem liberdade para exercer o seu ministério. Cerca de vinte religiosos também estão na prisão ou em campos de trabalhos forçados.
O Vaticano cortou relações com Pequim há meio século, após a subida do Partido Comunista Chinês ao poder, em 1949, e mudou a sua sede para Taiwan, na sequência da proibição das práticas religiosas no país mais populoso do mundo em 1958.
A China reabilitou as práticas religiosas em 1981, mas as religiões, quer a budista quer a cristã, são tuteladas por Pequim, pela Associação Patriótica Religiosa da China, não obedecendo a organismos externos como o Vaticano, no caso dos católicos.
Os católicos chineses, cerca de 14 milhões distribuídos entre a Associação Católica Patriótica e a Igreja Católica "clandestina", dividem-se entre a lealdade ao Papa João Paulo II e ao Partido Comunista Chinês.
Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica "clandestina" conta mais de 8 milhões de fiéis, que são obrigados a celebrar missas em segredo, nas suas casas, sob o risco de serem presos. O baptismo e o ensino religioso entre menores de 18 anos são punidos na China com prisão ou confinamento aos “campos de reeducação pelo trabalho”.

Fonte Ecclesia

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