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O Mundo Celebrou a Paixão de Cristo
2004-04-10 09:55:36 João Paulo II chegou à Basílica de São Pedro, no Vaticano, ontem, sentado numa cadeira de rodas para presidir à missa. Sexta-feira santa é o dia mais solene no calendário cristão, porque se celebra a morte e paixão de Jesus. Por todo o mundo há ritos que se cumprem nesta altura do ano.
Apesar de se encontrar fragilizado pela doença e das medidas de vigilância reforçadas, devido à ameaça do terrorismo, o sumo pontífice não se escusou a presidir às celebrações da semana santa que começaram anteontem com a cerimónia de lava-pés - os jornais italianos davam conta de uma possível ameaça cujo alvo seria o Papa.
Ontem, João Paulo II ouviu confissões. Nos últimos anos, o Papa, que fará 84 anos em Maio, tem conseguido sentar-se dentro de um dos vários confessionários de madeira, dispostos na basílica, para ministrar o sacramento da reconciliação. Dez fiéis, cinco mulheres e cinco homens, de nacionalidades diferentes foram escolhidos para serem absolvidos dos seus pecados pelo chefe da Igreja Católica.
Depois do meio-dia, João Paulo II presidiu à missa que evoca a paixão de Cristo. Ao final da tarde, no Coliseu de Roma, o Papa assistiu à via sacra, que representa o caminho que Cristo percorreu desde que foi condenado, passando pela morte e descida da cruz. Há três anos que o pontífice não caminha carregando a cruz, mas, no fim da cerimónia, faz uma bênção.
Hoje, João Paulo II vai presidir à vigília pascal e celebrará a missa de domingo na praça de São Pedro, divulgando a sua mensagem pascal e bênção final. O chefe da Igreja Católica fará referência ao conflito no Iraque.
Este ano, peregrinos e turistas são obrigados a passar por detectores de metais para entrar em São Pedro. Mas não só: a polícia italiana anunciou que as medidas de segurança foram reforçadas, no Vaticano, mas também nos monumentos, igrejas e estações de comboios. Os hospitais estão em estado de alerta.
Apesar de as autoridades negarem que tenha havido ameaças, a Reuters noticia que os jornais italianos, citando fonte dos serviços secretos nacionais, avançavam que existiria uma ameaça de atentado com explosivos, que estaria a ser planeado em Roma. Ontem, o sub-secretário de Estado do Interior lembrou que o objectivo do terrorismo é semear o pânico e pediu aos cidadãos que "evitassem alarmismos".
O caminho da via sacra é recordado em muitas partes do mundo. Em Espanha, em várias cidades, como Santiago de Compostela, Sevilha ou Córdova, as procissões são percorridas por penitentes encapuçados. Nas Filipinas, a caminhada, termina com a crucificação de alguns dos penitentes. Ruben Enaje, de 43 anos, na vila de Cutud, sujeita-se ao sofrimento que acredita que Jesus teve, ao deixar-se pregar na cruz.
Este ano, as Páscoas católica e ortodoxa coincidiram num calendário que é distinto. E muitos peregrinos voltaram a Jerusalém para a comemorar. Desde 2000 que não se viam tantos europeus, americanos e africanos nas ruas, dizem a polícia e os comerciantes locais. "É fabuloso ver tantas pessoas, de diferentes credos e fés, todas juntas, para orar em paz", resumiu Sara Svensson, sueca de 23 anos, nas ruas da Cidade Velha.
Fonte Público
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