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O Baptismo é cada vez menos uma coisa de bebés
2004-04-02 06:13:40

Desde os primeiros tempos da Igreja Católica que o tornar-se cristão se processa através de um percurso estruturado, em fases diversas, que culminava com o Baptismo na Vigília Pascal.

Ao longo do tempo, porém, o Baptismo das crianças tornou-se a forma habitual de celebração deste Sacramento, relegando para segundo plano todo o processo de “iniciação cristã”. Por isso mesmo, o Concílio Vaticano II veio restaurar o catecumenado dos adultos, distribuído em várias fases, e hoje em dia o número de Baptismo depois dos 7 anos representa, em todo o mundo, 15% do total.
Em Portugal, a maioria esmagadora dos Baptismos continua a decorrer antes do primeiro ano de vida (perto de 95 mil), mas nos últimos anos são já perto de 6000 os que se tornam católicos depois dos 7 anos (6% do total), idade que a Tradição da Igreja associa aos que “atingiram a idade da razão”.
As Dioceses de Lisboa, Porto e Braga representam mais de metade da população portuguesa e mostram, elas próprias, as diferentes opções, mais ou menos tradicionais, que existem a este respeito no nosso país. O Sacramento é, em muitas ocasiões, um ritual social e cultural.
Assim, enquanto em Lisboa acontecem cerca de 2.200 Baptismos acima dos 7 anos (para 10745 até 1 ano), no Porto há apenas 275 (para 16 Baptismos até ao primeiro ano de vida). Em Braga a situação é ainda mais significativa: o número de baptizados até ao primeiro ano de vida é semelhante ao de Lisboa (9453), mas acima dos 7 anos apenas encontramos 44 novos católicos.
O Pe. Edgar Clara, actual responsável pelo Departamento da Catequese do Patriarcado, explica à Agência ECCLESIA que “do número apresentado, há mais de 200 pessoas acima dos 16 anos a serem baptizados na Vigília Pascal”. A média dos adultos que escolheram fazer parte da Igreja Católica é, em Lisboa, de 25 anos.
Os dados, contudo, não surpreendem este sacerdote. “Se, por um lado, pensamos que os jovens estão a sair da Igreja, por outro percebemos que há um movimento grande por parte dos que não foram baptizados para dentro dela”, assegura.
Em relação aos mais pequenos, as situações têm a ver com o aumento crescente das crianças não baptizadas na catequese, com a chegada de imigrantes e com as opções dos pais, que relegam esta decisão para a própria vontade dos filhos.

Fonte Ecclesia

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