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IGREJA MODERNIZA SACRAMENTOS
2004-03-14 18:58:13

A Igreja Católica está a modernizar a forma de ministração de alguns sacramentos, com o objectivo de reforçar a sua prática por parte dos fiéis.

Depois da «revolução» de que foi alvo, aquando do Concílio Vaticano Segundo, a Eucaristia deve, em breve, sofrer novas alterações ao nível da estrutura da celebração.

Para já, o assunto está ainda no «segredo dos Deuses», mas tudo aponta que seja tema de debate no próximo Congresso Eucarístico, marcado para Outubro, em Guadalajara, no México.

Mas onde se tem notado, nos últimos tempos, inovações assinaláveis tem sido ao nível da ministração do sacramento da Santa Unção.

A começar pelo nome, já que deixou de ser Extrema Unção, para passar a chamar-se Santa Unção, retirando--se ao último sacramento a carga moribunda que encerrava.

MAIS DE 65 ANOS

“A Santa Unção é para os vivos, não para mortos, por isso, no âmbito das visitas pastorais que realizamos às paróquias, organizamos uma cerimónia singela em que juntamos as pessoas com mais de 65 anos e as que se encontrem doentes, e ministramos o sacramento, fazendo passar uma mensagem de esperança”, disse ao Correio da Manhã, D. Jorge Ortiga, o arcebispo primaz de Braga.

No entanto, apesar desta prática comunitária, a maior parte das pessoas, ao ver-se em maior dificuldade, pede para chamar o padre.

“Há mesmo muitas pessoas que, não tendo sido muito praticantes ao longo da vida, não dispensam a presença do sacerdote quando sentem que a sua hora está para chegar. Nessa altura sentimos com mais intensidade a inevitabilidade da Vida Eterna”, disse ao CM o cónego Narciso Carneiro Fernandes, acrescentando que, “ao receberem a Santa Unção, as pessoas como que tranquilizam, ficam mais confortadas”.

No entanto, a «modernização sacramental», se assim se puder chamar, abrange praticamente os sete sacramentos da Santa Igreja, com destaque para os três que não têm carácter definitivo: Eucaristia e a Santa Unção, como já sublinhamos, assim como a Penitência.

Ao nível da Penitência, um sacramento popularmente designado por Confissão, a Igreja tem «investido» nas condições físicas, tanto para o penitente como para o sacerdote confessor.

Nos locais onde este «serviço» é mais solicitado, como os santuários de Fátima ou S. Bento da Porta Aberta, assim como nas basílicas e catedrais das cidades, têm sido instalados confessionários modernos, com isolamento sonoro, que garantem a necessária privacidade da Confissão, assim como capelas próprias para espera e concretização das orações penitentes.

Aqui, a modernização não pode ir muito além das condições físicas, já que a Igreja se mostra convicta de que a Confissão deve continuar a ser “pessoal, do penitente para o sacerdote e extremamente secreta”.

De resto, no que concerne aos sacramentos com carácter definitivo, como o Baptismo, a Confirmação, a Ordem e o Matrimónio, são ministrados em cerimónias solenes, cujo ritual se mantém desde há várias décadas. Mas também nestes casos a evolução tem sido notória, sobretudo em termos de ornamentação e acompanhamento das celebrações.

OUTROS DADOS
OS SETE PILARES

Antigamente, os sete Sacramentos da Santa Igreja decoravam-se no primeiro ano da catequese: Baptismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Santa Unção, Ordem e Matrimónio. Quatro têm carácter permanente, ou seja, só podem receber-se uma vez na vida (o Baptismo, a Confirmação, a Ordem e o Matrimónio), dois são de prática permanente (a Eucaristia e a Penitência) e um (a Santa Unção) pode receber-se uma ou mais vezes.

SERVIÇOS GRATUITOS

Os sacramentos são, à partida, gratuitos. Para os receberem, as pessoas não são obrigadas a pagar nada. Mas, na pratica, alguns deles têm custos. A Eucaristia, por exemplo, é gratuita para quem assiste mas custa 7,5 euros a quem manda celebrar. Também os casamentos e os baptizados têm custos burocráticos e de celebração. O Casamento vai de 22,5 a 72,5 euros e o Baptizado de 5 a 12,5 euros. Os restantes são inteiramente gratuitos.

CERIMÓNIA COLECTIVA

O sacramento que, nos últimos tempos, tem merecido mais profundas inovações é o da Santa Unção. Ao fim de séculos a ser ministrado apenas na chamada «hora da morte» e de forma inteiramente personalizada, passou a ser considerado «um sacramento para vivos» e, como tal, a ser ministrado logo que a pessoa entre no chamado «Outono da vida». Assim, nas visitas pastorais, os bispos realizam cerimónias colectivas de celebração do último sacramento.

Fonte CM

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