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Padre Feytor Pinto considera "erro gravíssimo" divulgação de folheto da SOS Vida
2004-03-06 08:10:45

O presidente da Comissão Nacional da Pastoral Católica da Saúde, padre Feytor Pinto, classificou hoje o folheto da Associação SOS Vida contra o aborto, distribuído às alunos de várias escolas, como "um erro gravíssimo" do ponto de vista pedagógico.

"Sou fortemente contra a distribuição destes panfletos às crianças. Não concordo com o documento, a ser considerado um modelo para prevenir a interrupção voluntária da gravidez", disse Feytor Pinto à Lusa, a propósito de um panfleto, intitulado "Amor Precisa-se", distribuído pela SOS Vida, uma organização cívica de apoio à grávida, com imagens de alegados fetos, mensagens chocantes e a descrever com pormenor o aborto.

Para o coordenador da Pastoral da Saúde, a distribuição deste panfleto em várias escolas é "um processo antipedagógico" e "se quisessem fazer a distribuição deviam ter a licença expressa dos directores das escolas e do Ministério da Educação".

"A Igreja considera que o aborto nunca é uma forma de planeamento familiar, porque se trata de tirar uma vida, mas para fazer uma campanha a favor da vida por vezes utilizam-se métodos que não são bons", afirmou o presidente da Comissão Nacional da Pastoral Católica da Saúde, sublinhando que a distribuição do panfleto "é uma péssima forma de fazer educação".

O principal promotor da SOS Vida, padre Jerónimo Gomes, afirmou que Feytor Pinto lhe enviou uma carta elogiando a felicidade do título, o aspecto científico, a estrutura e os conteúdos" do panfleto, mas a versão que é negada pelo coordenador da Pastoral da Saúde.

O padre Feytor Pinto admite ter escrito "uma carta à mão" a Jerónimo Gomes, mas apenas a dizer que aceitava a inclusão do folheto nas pastas distribuídas no Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, como aconteceu com panfletos de outras associações e movimentos.

Milhares de folhetos distribuídos nas escolas públicas

Milhares de folhetos com imagens de alegados fetos, mensagens chocantes e a descrever com pormenor o aborto estão a ser distribuídos às crianças em várias escolas portuguesas, sem o conhecimento dos pais.

O padre Jerónimo Gomes confirmou a distribuição em "escolas privadas e públicas" de quantidades "indeterminadas" destes desdobráveis, onde se podem ler passagens como "a criança vai sendo torturada, desmembrada, desarticulada, esmagada e destruída pelos insensíveis instrumentos de aço do abortista".

O desdobrável termina com um exemplo de como "o dinheiro, o poder e outros interesses e conveniências falam mais alto do que a ciência e a razão, - matam-se dois bebés por segundo, mais que todas as guerras juntas - e no hospital de Taiwan até se compram bebés mortos a 50/70 dólares para churrasco!!!". Ao lado, uma imagem de um alegado feto num prato, numa mesa onde um oriental (o artista chinês Zhu Yu), com os talheres na mão, se prepara para comer.

"Estas imagens não são chocantes. Tudo se pode dizer [às crianças] desde que seja científico e de maneira simples", afirmou o padre Jerónimo Gomes, acrescentando que, "hoje em dia, as violências são apresentadas a torto e a direito na televisão". Para o sacerdote, a receptividade a estes folhetos tem sido muito positiva.

Ministério da Educação inquire sobre distribuição

O Ministério da Educação já pediu às direcções regionais para fazerem um levantamento exaustivo que identifique onde, quando e como foram distribuídos nas escolas os folhetos com mensagens a descrever o aborto em termos considerados chocantes.

O ministério solicitou às direcções regionais de Educação que, sem violar a autonomia das escolas, orientem os conselhos executivos para que tenham maior atenção na distribuição de qualquer tipo de matéria que ponha em causa o equilíbrio emocional das crianças e jovens.

Fonte ministerial adiantou que, na nota enviada às estruturas regionais, o ministério afirma também que não devem ser autorizadas, dentro dos recintos das escolas, quaisquer campanhas a favor ou contra o aborto, "a bem da isenção e autonomia das escolas".

Fonte Público

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