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S. Paulo e os blogs
2004-02-11 21:05:10

Estou convencido que se S. Paulo tivesse vivido vinte séculos mais tarde, não teria escrito qualquer carta as seus contemporâneos! Em vez disso, teria criado um blog.

Mas afinal de contas, em que consiste essa maravilha cibernética do século XXI, que dá pelo nome de blog, ou blogue para os preciosistas da língua de Camões? Blog é uma abreviatura possível de web (rede) e log (diário de bordo onde os navegadores registavam os eventos das viagens). Assim, um blog é um registo periódico de eventos, textos ou opiniões, num formato electrónico na Internet ou World Wide Web. Uma espécie de diário na Internet em vez do tradicional caderninho com um pequeno cadeado ou fechadura.

O leitor pode-se perguntar se estas características são suficientes para fazer dos blogs um caso de sucesso, pois, à primeira vista nada parece haver de novo nos blogs. E não há. Tecnologicamente, um blog não traz qualquer inovação. Nada no blog é novo. Todas as tecnologias que o compõem já estavam disponíveis e em utilização na Internet antes deste existirem.

Porém, os blogs são uma espécie de ovo de Colombo que num ápice se tornaram em Fast-food. O dito ovo de Colombo dos blogs foi conseguido ao fazerem da interactividade a sua essência e razão de ser. Um blog permite que cada visitante comente, opinie e critique aquilo que é escrito pelo autor do mesmo. Esta interactividade, própria dos fóruns de discussão, está hoje ao alcance de qualquer blog. E como os blogs são fáceis e rápidos de construir, como a fast-food é de ser consumida, os blogs seriam decerto o meio escolhido por S. Paulo para as suas treze cartas, ou treze blogs.

Mas S. Paulo viveu noutros tempos e não teve oportunidade de utilizar as novas tecnologias. Nós podemos. Nós podemos e devemos. O Papa Paulo VI afirmou que a Igreja «viria a sentir-se culpada diante do seu Senhor», se não lançasse mão destes instrumentos de evangelização. A Internet oferece um meio tecnológico efectivo para a realização desta visão. E os blogs poderão ser a porta de entrada neste novo mundo que se nos depara e que não podemos voltar as costas.

Hoje, a tão apregoada Nova Evangelização deve ser encarada como inovadora a todos os níveis, e não ser mais do mesmo. A Nova Evangelização deve utilizar as Novas Tecnologias. Deve ter uma presença digna na Internet onde se divulguem as actividades, onde se discutam as iniciativas. Onde se analisem os pensamentos, onde os intervientes sejam as personagens principais e onde o Povo de Deus não é um mero figurante.

Ter uma presença digna na Internet ou utilizar as Novas Tecnologias para a Nova Evangelização custa milhares de vezes menos do que construir uma Catedral, e é muito mais eficiente na divulgação da Palavra de Deus, chegando a muito mais pessoas.

Hoje, alguns dos políticos mais mediáticos, utilizam os seus blogs para comunicarem com o povo, discutirem as suas ideias, ouvirem críticas e opiniões. Só assim se vive em plena democracia, onde impera o diálogo e a liberdade de expressão.

Também a Igreja não deve limitar a Evangelização às sacristias e púlpitos das Igrejas, principalmente quando estas se encontram cada vez mais vazias. Os agentes activos da Evangelização devem ir ao encontro do Povo de Deus, utilizando os meios mais eficientes. Se a Internet é uma forma fácil, rápida, económica e abrangente, os agentes pastorais não devem hesitar em utilizá-la, permitindo uma pluridade de opiniões, fomentando o diálogo, e sobretudo chegar àqueles que a cada dia que passa menos se identificam com Jesus Cristo.

Pelo Baptismo somos chamados a dar testemunho daquele que se fez Homem e morreu para nos salvar. A Evangelização é uma responsabilidade de todos! O blog é uma forma de a concretizar.

Luis Gonzaga
info@paroquias.org


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