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Papa Insiste na Educação para a Paz, Contra o Fatalismo e o Terrorismo
2004-01-01 13:11:19

O Papa João Paulo II afirma, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2004, que se assinala no dia 1 de Janeiro, que a educação para a paz é cada vez "mais urgente", porque as pessoas se sentem tentadas "a ceder ao fatalismo".

Ao mesmo tempo, enaltece vigorosamente a importância das Nações Unidas e do direito internacional, condena com veemência a "chaga do terrorismo" e propõe o perdão como caminho de saída para os graves conflitos que atravessam o mundo, entre os quais o do Médio Oriente.

No documento, mais curto que nos anos anteriores e que leva o título "Um compromisso sempre actual: educar para a paz", o Papa dirige-se de um modo especial aos chefes das nações, que têm "o dever de promover a paz", aos juristas, que preparam tratados para reforçar a "legalidade internacional", aos educadores da juventude e aos que se deixam tentar pelo "inadmissível instrumento do terrorismo". A todos João Paulo II diz que "a paz continua ainda possível". "E, se é possível, então a paz é um dever!"

O tema da mensagem de 2004 repete o escolhido já em 1979. Mas a educação para a paz é hoje "ainda mais urgente, porque os homens, à vista das tragédias que continuam a afligir a humanidade, sentem-se tentados a ceder ao fatalismo, como se a paz fosse um ideal inacessível." O Papa Wojtyla contraria esta ideia, afirmando que se impõe, aos amantes da paz, a obrigação de "educar as novas gerações para estes ideais, a fim de preparar uma era melhor para a humanidade inteira".

João Paulo II recorda ainda a instituição do Dia Mundial da Paz no primeiro dia de cada novo ano, proposta pelo Papa Paulo VI em 1968 (ver caixa). Os vários documentos do seu antecessor, diz, ilustram os vários capítulos de uma verdadeira "ciência da paz". E, confrontados com o actual drama das guerras, aqueles textos "ganham valor de advertências proféticas".

Elaborada a doutrina, "agora falta apenas agir", diz o Papa Wojtyla, "para que o ideal da convivência pacífica (...) penetre na consciência dos indivíduos e dos povos". E, para os cristãos, o esforço da educação própria e dos outros no sentido da paz faz mesmo parte da "índole" desta religião, acrescenta.

A educação para a paz está particularmente ligada ao respeito pela legalidade internacional, construída ao longo de séculos, cujo processo foi acelerado "com o nascimento dos Estados modernos". Nele ganharam forma "princípios universais que são anteriores e superiores ao direito interno dos Estados", entre os quais o de que "os acordos livremente subscritos devem-se honrar". Uma ideia central do direito internacional que se torna "oportuno lembrar" em "momentos em que se nota a tentação de fazer apelo mais ao direito da força que à força do direito" e de que "o drama da II Guerra Mundial é o maior exemplo.

É nesse processo que João Paulo II situa a constituição da Organização das Nações Unidas, cujo centro é "a defesa e a construção da paz" e com um sistema cujo fulcro é a "proibição do recurso à força" - apenas com as excepções da legítima defesa e do sistema de segurança colectiva.

Apesar da guerra fria, dos conflitos e do terrorismo, o Papa faz um balanço muito positivo do papel desempenhado pela ONU na promoção do respeito pela dignidade humana, pela liberdade e pelo desenvolvimento. São esses adquiridos que devem constituir um "significativo estímulo para uma reforma" da ONU, acrescenta João Paulo II.

O direito internacional, que regulou até hoje a guerra e a paz, deve ser, cada vez mais exclusivamente, "um direito da paz, concebida em função da justiça e da solidariedade", escreve o Papa no documento. Mas a justiça deve ser "integrada pelo amor", de modo a poder libertar-se "do rancor, do ódio e até da crueldade". É por isso que João Paulo II volta a recordar "a necessidade do perdão para resolver os problemas quer dos indivíduos quer dos povos".

"Não há paz sem perdão!" A ideia é repetida pelo Papa pensando sobretudo no Médio Oriente: "Uma solução para os gravíssimos problemas, de que sofrem há tanto tempo as populações daquelas regiões, não será encontrada enquanto não se decidirem a superar a lógica da mera justiça para se abrirem também à do perdão."

Fonte Público

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