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Saudações Recebidas em Taizé
2003-12-18 23:03:19

O Papa, O Secretário Geral da ONU e os Lideres das Principais Igrejas Cristãs saúdam a Comunidade de Taizé por ocasião da realização do encontro de Hamburgo, que se incia no Próximo dia 29.

O Papa saúda-vos cordialmente, queridos jovens, que haveis respondido ao convite da Comunidade de Taizé e vos encontrais este ano em Hamburgo. Encoraja-vos a que encontreis tempo para descobrir no mais profundo do vosso coração o desejo de vida e de felicidade que vos habita. O Senhor quer ajudar-vos a crescer sem cessar, para vos tornardes «perfeitos em Cristo» (cf. Col 1,28). Pede-vos também que vos volteis para os vossos irmãos, para que possais reconhecer em cada um a face do Senhor. Essa forma de olhar contribui para criar relações fraternas e para dar confiança aos que são, frequentemente, os mais desprezados e esquecidos na sociedade.

Quando contemplais a Cruz do Salvador, podeis descobrir a grandeza do amor de Deus por cada homem. A vossa missão consiste em fazer que todos os homens se tornem cada dia, cada vez mais, um povo de irmãos e irmãs, onde cada um será reconhecido não pelo que tem, mas por aquilo que é. Segui o conselho de S. Gregório de Nissa: «Não guardeis tudo para vós, mas partilhai com os pobres, que são os preferidos de Deus. Tudo pertence a Deus, nosso Pai comum. E nós somos todos irmãos de uma única família» (Do amor dos pobres).

Que possais ter sempre sobre os outros, como sobre vós mesmos, o olhar que o próprio Jesus tem sobre todo o ser humano, olhar de ternura, de misericórdia e de perdão, olhar que nos põe de pé na estrada da vida e que abre para um futuro portador de esperança. Que descubrais assim que o «perdão do irmão dispõem-nos à oração (Orígenes, A oração, n.8) e ao encontro com o Senhor.

Pela intercessão de Nossa Senhora, o Papa pede a Deus que vos abençoe, a vós que participais no Encontro de Hamburgo. O Santo Padre abençoa igualmente a comunidade de Taizé, os organizadores do Encontro, bem como as comunidades cristãs e as famílias que vos acolhem.



O Secretário-Geral das Nações Unidas,
Kofi Annan

Queridos amigos de Taizé e do mundo inteiro, as notícias que nos chegam dos quatro cantos do mundo estão muitas vezes longe de serem alegres. Nos países desenvolvidos, a crise do emprego, a desagregação da segurança social e o crescimento das intolerâncias aprofundam as desigualdades, e milhões de homens e de mulheres – jovens, idosos, deficientes, migrantes e refugiados – encontram-se à margem da sociedade, privados dos meios para levarem uma vida decente. Em numerosos países em vias de desenvolvimento, a miséria, a violência, a guerra, a doença, principalmente a sida, continuam a estar no quotidiano de milhões de homens e de mulheres inocentes.

Perante este quadro sombrio, é fácil desanimarmos e perdermos a confiança no futuro. Mas isso seria esquecer os progressos feitos, por exemplo na luta contra a pobreza e contra a fome, em matéria de alfabetização e de saúde pública ou no domínio da prevenção de conflitos. Seria esquecer aquelas pessoas graças às quais estes progressos foram realizados e todos os que continuam a entregar-se todos os dias para ajudarem o seu semelhante. Seria sobretudo esquecer a força criadora que pode nascer de um sonho partilhado e da união de pessoas de boa vontade.

Foi para ajudar os povos a viverem melhor que a Organização das Nações Unidas foi criada, há mais de meio século, no difícil período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial. Mais do que nunca, temos necessidade do empenho e da energia de todos, principalmente dos jovens, para concretizarmos as esperanças que a ONU encarna. Na cimeira de Setembro do ano 2000, os Estados membros comprometeram-se a fazer tudo para libertarem o mundo da miséria, da doença e do flagelo da guerra e para preservarem os recursos do nosso planeta para as gerações futuras.

São certamente os governos que devem velar pela concretização destes compromissos; contudo, não o podem fazer sozinhos. É importante que vós, os jovens, que ireis um dia gerir os problemas do mundo, vos mobilizeis igualmente. Como principais interessados, devereis fazer ouvir a vossa voz sobre o futuro do planeta e tomar consciência de tudo o que podeis fazer para tornar este mundo melhor. Toda a contribuição conta, mesmo a mais pequena.

É neste espírito de solidariedade que vos desejo um Encontro frutuoso. Acompanham-vos todos os meus votos para esta nova etapa da «peregrinação de confiança na terra».



O Patriarca Alexis II de Moscovo

É com alegria do coração que vos saúdo, a vós que estais reunidos em Hamburgo para rezar e para vos encorajardes mutuamente na fé e na procura, no caminho estreito de quem quer seguir Cristo. «Graça e paz vos sejam dadas em abundância, pelo conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, Nosso Senhor!» (2 Pe 1,2).

Cada Encontro organizado pela comunidade de Taizé, no período que se situa entre as celebrações de Natal no Ocidente e no Oriente, torna-se uma ocasião única para os jovens cristãos europeus e também de outros continentes se reunirem. São animados por um estímulo espiritual para experimentarem o dom inestimável do encontro pessoal, e a presença invisível de Nosso Senhor, que nasceu, morreu e ressuscitou.

No nosso tempo, em que é tão fácil para o ser humano perder os fundamentos interiores da vida, sucumbir à tentação de «ser como todos os outros», renunciar ao apelo exigente do Evangelho para se acomodar aos novos ventos, é mais importante do que nunca partilharmos a nossa esperança com quem está ao nosso lado, aquecermos a nossa alma com uma palavra de amor e de fé, atestar pelos nossos actos a verdade eterna do Evangelho.

«Sede sempre alegres. Orai sem cessar. Em tudo dai graças... Não apagueis o Espírito. Examinai tudo, guardai o que é bom»: eis o caminho que nos é proposto, segundo as palavras do apóstolo Paulo (1 Ts 5,16-21). Que o Senhor vos fortifique e vos acompanhe nesta bela peregrinação!

O Arcebispo de Cantuária, Rowan Williams

Irmãs e irmãos em Cristo, quando vos juntais em Hamburgo, vindos de numerosos países diferentes, para um tempo que verá a vossa unidade aprofundar-se, e quando louvais juntos a Deus e reflectis sobre o que significa para vós uma vida a seguir Jesus Cristo num mundo que conhece demasiado a pobreza, a injustiça e a violência, saúdo-vos e asseguro-vos as minhas orações.

Neste tempo de Natal, celebramos o dom de Deus em Cristo. Nele, o Verbo feito carne, nós vemos a verdadeira humanidade. Nele vemos o nosso verdadeiro ser profundo, tal como Deus gostaria de o recriar, não procurando a segurança no poder e na posição social, mas entregando-nos a nós mesmos ao serviço dos outros. O Natal fala-nos das possibilidades que Deus abre para toda a família humana, possibilidades de uma nova maneira de viver. Todos os que tiverem sido surpreendidos pelo dom que celebramos no Natal procurarão, dia após dia, concretizar estas possibilidades na sua própria vida e na vida das suas comunidades.

E quando, de Hamburgo, regressardes a casa e aos desafios do novo ano, «que o Deus da esperança vos encha de toda a alegria e de toda a paz na fé, para que abundeis em esperança, pelo poder do Espírito santo.»


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