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O amor não se aprende de uma vez só
2003-12-21 23:19:50

Louvado sejas, Senhor, pelo Teu presente neste Natal!
O verdadeiro presente és sempre e só Tu, bem sei.
Às vezes parece que preferimos brinquedos. E Tu aceitas essa nossa troca infantil e vais pondo o Teu rosto nos presentes dos amigos, dos familiares e até nas coisas que lhes juntas para nos ires moldando o coração ao Teu jeito. Por isso, tudo quanto vem de Ti é graça.


Desta vez, o presente que me tocou foi poder partilhar mais sensivelmente conTigo do Teu amor para com todos os que sofrem.
Não me queixo de ninguém. Estou feliz por não ter tornado mais doloroso o Natal de alguém.
No momento próprio, sabe-se lá porquê, a Tua mão me sustentou, o Teu braço me protegeu, o Teu coração se voltou ainda mais para o meu lado. E assim, tomei consciência de um presente carregado de graça. Nova e de sempre.
Graça para retomar consciência da minha radical dependência e da necessidade que todos temos uns dos outros. É como que um retornar aos braços quentes e fortes da mãe...
Graça para aprofundar o sentido e a riqueza misteriosa da dor, quando a ilumina o dom da fé e ela se junta à Tua dor redentora...
Graça para experimentar de novo que o mais útil e determinante na vida é sempre e só o amor...
O que cada dia é útil e indispensável, vai ficando arrumado no parque das inutilidades e das esperanças a prazo.
É bom sentir que não há parque definitivo para o coração que decide fazer do amor a lei da sua vida e permanece vivo e capaz de ultrapassar os limites do tempo, da saúde, do fracasso, da incompreensão dos outros e até da culpa própria.
O amor não se aprende de uma vez por todas. Ele enriquece-se ao longo da vida. E quem o esquece perde a alegria de viver e de ajudar outros a que sejam felizes na vida.
Neste Natal de 2003, Senhor, és mais uma vez a força renovadora do amor que não morre nem está dependente daqueles que a acolhem e nos foi transmitida por tantos que nos ajudaram e cuidaram de nós.
Um Natal especialmente vivido com os doentes, com os mais pobres e seus familiares. Com aqueles que os tratam sem regatear generosidade e esforço. E também com os menos amados de qualquer amor, com as famílias que não têm quem cuide delas e com aqueles que não têm família, nem de sangue nem de fé.
Um Santo Natal de amor e de graça para todos.
A grandeza do Natal de Cristo está na certeza da graça que ele comporta para todos, crentes e não crentes.
No Filho de Deus, todos somos amados de Deus!


António Marcelino, Bispo de Aveiro

Fonte Ecclesia

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