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O Diálogo Inter-religioso Contra a Religião como Ideologia
2003-10-12 08:15:53

Nos últimos anos, "a religião foi muitas vezes tomada como ideologia, o que levou à arrogância e ao desejo de submeter o outro".

Rusmir Mahmutcehajic, presidente do Fórum Internacional Bósnia, uma organização não-governamental daquele país que junta intelectuais e crentes de diferentes religiões, está em Fátima a participar no congresso internacional sobre "o lugar dos santuários na relação com o sagrado". E, em declarações ontem ao PÚBLICO, dizia que o diálogo inter-religioso é "essencial", tal como as atitudes da humildade e da caridade.

"É meu dever ouvir o outro, isso é essencial para a minha alma", diz o presidente do FIB. Mahmutcehajic, 55 anos, participa esta manhã na sessão final do congresso que desde sexta-feita decorre em Fátima, num painel sobre o lugar dos santuários nas diferentes religiões. O fórum a que preside, criado em 1997, após a guerra civil, pretende contribuir para a reconstrução da sociedade bósnia, caracterizada durante séculos pela "diversidade de diferentes religiões, num único país e com uma só língua".

Como muçulmano, Rusmir Mahmutcehajic faz questão de salientar que cada vida humana "é santificada". E que, nesse sentido, se podem encontrar santuários islâmicos "por todo o mundo".

Taka Fukushima, 56 anos, monge budista japonês, concretiza a importância que dá ao diálogo inter-religioso no seu gosto por cantar cânticos cristãos - nomeadamente gregoriano. Fukushima vem do templo budista de Zenkoji, um dos mais antigos e importantes do país, por onde passam anualmente sete milhões de pessoas.

Membro da seita Tendai, Taka Fukushima vive num dos 40 pequenos mosteiros do templo, onde se encontra a mais antiga estátua de Buda do país. Templo livre, não ligado estritamente a nenhuma das seitas do budismo, Zenkoji é um lugar onde as pessoas vão rezar pelos antepassados ou fazer períodos de meditação.

O metropolita Epiphanios, 68 anos, do patriarcado ortodoxo de Constantinopla, está em Madrid desde Junho como responsável do santuário dos santos André e Dimitrios. Ali acorrem sobretudo imigrantes gregos, búlgaros, russos, ucranianos. Tendo em conta a especificidade do lugar, os crentes procuram o santuário para rezar, para celebrar sacramentos - baptizados, casamentos, também funerais. Mas o santuário propõe também actividades culturais, educacionais (aulas de grego, por exemplo) e encontros de meditação. "É um lugar para rezar, para procurar a salvação, procurar a paz."


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