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Sem diálogo entre as religiões este mundo morrerá
2003-09-08 20:44:56

O fundador da Comunidade de Santo Egídio, Andrea Riccardi, defende que dois anos após os atentado do 11 de Setembro todos deveríamos ter aprendido que o diálogo é tão importante para o mundo como o ar que respiramos.

“Sem diálogo este mundo morrerá. Após o 11 de Setembro parte do mundo ocidental pensa que o inimigo é o Islão e uma parte do mundo muçulmano pensa que o Ocidente é o seu inimigo”, referiu o historiador para sustentar essa necessidade de diálogo e aprofundamento das relações multilaterais.

Na apresentação do Encontro da Paz 2003, intitulado “Guerra e paz, religiões e culturas em diálogo”, Riccardi sustentou que “os mundos religiosos atravessam um momento delicado” e que o diálogo não é um dado adquirido nem mesmo entre os cristãos, “dadas as difíceis relações entre católicos e igreja Ortodoxa russa”.
O papel das religiões neste contexto de guerra não poderá ser, segundo esta destacada personalidade católica, o de “gasolina sobre o fogo”, mas de “água que apaga o incêndio e vence o pessimismo”.
“O orgulho fundamentalista é uma reacção infantil à proximidade dos outros, julgados como demasiado diferentes – afirmou Riccardi – e há muitas comunidades religiosas tentadas a fechar-se em si mesmas”.
A crise do diálogo não se refere unicamente ao mundo das religiões, mas atinge as relações internacionais, prossegue o fundador da comunidade de Santo Egídio: “há demasiado pessimismo à nossa volta, que nos é vendido com o rótulo de realismo. O pessimismo é um péssimo conselheiro que considera como inevitáveis as guerras e a pobreza para centenas de milhões de pessoas”.
Aos homens de religião e da cultura Riccardi pediu “coragem para acender a esperança no nosso mundo, para fazê-lo sonhar a paz”. Essa mesma paz é o laço que une as diversas expressões religiosas do mundo, “uma expressão global que abarca a vida espiritual e política”.
“Em Assis, no ano de 1986, foi iniciado o caminho que conduz as religiões a romper qualquer ligação de solidariedade com a guerra”, recordou.

“A paz é uma palavra chave na linguagem das religiões, gerada nas profundezas do coração humano, que passa através da vida das comunidades, que é significativa para a vida quotidiana de países e povos. Ela é a invocação que ouvimos em muitas partes do mundo no último ano: na Costa do Marfim, na Libéria, na Colômbia, em Israel e na Palestina”, afirmou Andrea Riccardi.

Fonte Ecclesia

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