paroquias.org
 

Notícias






Meio Milhão de Fiéis Convertidos à Telemissa
2003-08-28 22:46:43

Cerca de meio milhão de portugueses comungam aos domingos da mesma fé através da televisão, acompanhando fielmente as transmissões da Eucaristia, numa atitude que contraria a tendência de perda de fiéis assumida pela Igreja Católica. Segundo os dados revelados pela Conferência Episcopal Portuguesa por altura do último censo religioso, a Igreja Católica terá perdido cerca de meio milhão de praticantes (cerca de 21 por cento) entre 1977 e 2001.

É essa, aliás, em média, a quantidade de fiéis que não dispensa ao domingo os programas religiosos exibidos pela televisão portuguesa e que ocupam parte da manhã das grelhas dominicais dos canais generalistas, excepção feita à SIC.

No domingo passado, entre as 10h00 e as 10h50, o programa mais visto em Portugal não era, como habitualmente, o espaço de desenhos animados para os mais novos, mas sim a Eucaristia Dominical na RTP 1, que prendeu ao pequeno ecrã, em média, quase 200 mil pessoas.

Também na RTP 2 os três programas religiosos exibidos na manhã de domingo - "Caminhos", "Novos Horizontes" e "70 X 7" - apresentam um número certo de espectadores, embora aqui consideravelmente menor, não chegando, todos juntos, a captar mais de 120 mil pessoas.

Mais vista é a Eucaristia Dominical exibida pela TVI. No passado domingo, às 11h00, a liturgia foi acompanhada por 360 mil pessoas, um número que cresceu para 400 mil durante o programa "Oitavo Dia", um magazine religioso apresentado pelo padre António Rego.

Para o sociólogo Moisés Espírito Santos, especialista em assuntos religiosos, "há uma evidente fidelidade dos espectadores de programas religiosos", que se mantém semanalmente. "São programas que, apesar de não terem o nível de fidelização das novelas, prendem muitas pessoas ao ecrã e isso tem a ver com a procura de um certo discurso, de uma certa paz interior", diz.

Para este estudioso, "muitas das pessoas que vêem estes programas não são, necessariamente, católicas ou praticantes, mas gostam do tom espiritual destas emissões".

Moisés Espírito Santos, que é docente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, aproveita para criticar a "falta de liberdade de informação religiosa" existente nos programas. "Estes programas são um serviço público, mas o exclusivismo da igreja católica deveria ser evitado".

Fonte Público

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia