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Peregrino por 300 Vezes, Guia de 10 Mil Pessoas
2003-08-19 14:37:11

Em 25 anos, o padre António Pereira da Silva já foi à Terra Santa mais de 300 vezes, acompanhando um número superior a 10 mil portugueses. Mas desde 26 de Setembro de 2000, quando começou a nova vaga de conflitos entre os palestinianos e Israel, apenas lá voltou em Dezembro do ano passado, com espanhóis.

Mesmo assim, acha que agora é seguro viajar para os lugares santos de Israel e da Palestina e já prepara uma nova viagem para Setembro.

Responsável em Portugal pelo Comissariado da Terra Santa, a instituição dos franciscanos para apoiar a conservação dos lugares santos do cristianismo, Pereira da Silva está neste lugar desde 1978. E assume-o não como guia turístico mas como uma missão: "Se for necessário, estou dez horas ao serviço, porque devo proporcionar mais visitas e mais tempo nos lugares que as pessoas querem conhecer."

Nomeado inicialmente pelo superior-geral da Ordem dos Frades Menores (Franciscanos), agora com mandatos trienais renovados por eleição, António Pereira da Silva, 72 anos, diz que "podemos ir à Terra Santa hoje, com toda a segurança". O único problema é que, "se acontece alguma coisa, por exemplo em Belém, Israel fecha a fronteira e tem que se esperar que reabra." E isso já não é bom para quem programou uma viagem e está a contar com um determinado programa. Mesmo se, no caso de quem vai em peregrinação, a predisposição para eventuais contrariedades for maior do que quem apenas compra uma viagem turística.

O padre Pereira da Silva justifica a sua confiança: "Os autocarros de turismo são respeitados [pelos palestinianos], os motoristas também sabem que lugares devem evitar e há alguma prudência em ir a certos lugares onde há uma presença numerosa de judeus." A situação é até encarada pelo franciscano como uma possibilidade: "Este é o momento de dar uma dimensão nova às peregrinações, contactando os cristãos da Terra Santa."

Como padre católico, António Pereira da Silva tem gosto em fazer este trabalho. E não espera deixá-lo enquanto tiver saúde para isso. "Porque andamos a ver tanta pedra? Estar naquele lugar é atraente. Gosto de sentir hoje a presença dos vultos mais significativos da história da salvação. Ali sente-se o amor de Deus."

O facto de a arqueologia e a investigação bíblica por vezes levantarem dúvidas sobre a localização exacta de alguns lugares ligados à história do cristianismo não abala a convicção do padre António. "Logo a seguir à presença de Jesus, os cristãos identificaram lugares ligados à sua vida, a memória estava viva. E nós temos um dado que vai para além da exegese: há construções dos primeiros séculos em alguns desses sítios."

Fonte Público

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