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MINHO VIVE FESTAS DA AGONIA
2003-08-06 19:25:54

A procissão de Nossa Senhora ao Rio Lima e ao Mar marca, este ano, o arranque das tradicionais festas de Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo.

Aquela que é a maior e mais característica romaria do Alto Minho, atrai todos os anos à cidade de Viana do Castelo dezenas de milhares de forasteiros, ansiosos por observar o brilho e o colorido do traje à 'vianesa', enriquecido pelo ouro que as raparigas trazem ao peito, ou por tomar parte na emblemática procissão em honra da Padroeira dos Pescadores.

Este cortejo marítimo, de indescritível grandiosidade e beleza, presidido pelo bispo de Viana, D. José Augusto Pedreira, junta mais de duas centenas de embarcações de pesca e de recreio e marca o primeiro de cinco dias que prometem ficar na memória do visitante, que invariavelmente regressa à capital do Alto Minho, embalado pelos versos da canção: 'Se o coração não me engana/ Hei-de voltar a Viana'.

A tradição da Procissão ao Mar remonta à década de 50, quando o então pároco de Monserrate, Daniel Machado, tomou a iniciativa de organizar uma procissão especial que saía do templo de Nossa Senhora da Agonia e ia até à doca piscatória, e daí até ao mar e ao Rio Lima.

O retorno ao templo será feito pelas ruas da Ribeira, atapetadas de flores e motivos marítimos concebidos pelos moradores locais com sal e serrim de vários tons, verdadeiras obras de arte, que celebram a passagem da Virgem e suscitam a admiração e o deslumbramento dos forasteiros que invadem a capital altominhota vindos de vários pontos do País e da vizinha Espanha.

A tarde do dia 24, último dia das festas, conta com a tradicional tourada, este ano com as cavaleiras Ana Baptista e Sónia Matias.

Mas têm muito mais as festas de Viana. Uma feira de artesanato, que atravessa os cinco dias da romaria, o desfile da mordomia, com centenas de minhotas trajadas a rigor, e um cortejo histórico e etnográfico, este ano sobre Viana na lenda e na poesia e Viana do mar à descoberta de novos mundos.

Diz Francisco Sampaio, presidente da Região de Turismo do Alto Minho, que “as romarias, em que o Minho é fértil, são hoje um dos grandes motivos de atracção turística e, a Festa da Senhora da Agonia é, sem dúvida, uma das mais importantes”. “Isto encarna o mais genuíno da cultura popular e hoje as pessoas procuram as tradições, para além de as querer conhecer, querem vive-las o mais intensamente possível”, sublinhou Francisco Sampaio.

Quanto às Festas da Agonia, o presidente da Região de Turismo diz que “elas valem pela sua grandiosidade e beleza, é certo, mas valem sobretudo pela sua componente histórica e etnográfica, dado que se trata de uma das romarias que melhor soube preservar as suas tradições”.

Notáveis são também as monumentais sessões de fogo-de-artifício, nomeadamente o ‘Fogo do Meio ou da Santa’.

OURO AO PEITO

No dia da festa, em que a engalanação atinge o seu expoente máximo, uma vianense pode ter ao pescoço cerca de um quilo de ouro, com a predominância dos cordões e das filigranas. Quase obrigatórias são também as ‘contas de Viana’ que, encadeadas, formam belos colares.

O próprio cartaz das festas, da autoria de Gualberto Boa Morte, apresenta uma vianense em traje de gala e devidamente ornamentada. Diz o autor que “esta conjugação do traje com o ouro, para além de consubstanciar uma tradição secular, funciona hoje como um motivo de grande interesse popular e o cartaz tem, entre outras, a função de ser apelativo”.

MORDOMAS BRILHAM

O Desfile da Mordomia junta este ano mais de 250 mordomas, representativas das festas de todas as 40 freguesias do concelho, para exibir orgulhosamente os seus trajes, ora garrido e festivo, ora nobre e solene. Este número teve origem no hábito que as comissões das festas das freguesias tinham de ir à cidade com a mordomia, tendo como missão cumprimentar as autoridades concelhias. Actualmente, as mordomas deambulam pela cidade exibindo o peito ornado de típicas peças de ouro, de onde sobressaem as filigranas, excepto nos trajes de trabalho mais desataviados e onde o ouro é evidente.

Fonte CM

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