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Bispo de Portalegre-Castelo Branco em Mação: "Tudo o que podia arder está queimado"
2003-08-04 21:29:35

A Diocese de Portalegre- Castelo Branco está em chamas. Para o Bispo local, D. Augusto César, “o panorama que temos diante dos olhos é profundamente desolador e toda a Diocese está debaixo de um manto de fumo que cobre campos e populações”.

Na altura em que a Agência ECCLESIA o contactou D. Augusto estava em Mação, junto das populações, impressionado com o “furor das chamas”, afirmando mesmo que “tudo o que podia arder está queimado!”
“As casa não têm sido poupadas, além de uma ou outra capela. Para os velhinhos é um terror, porque vêem aproximar-se as chamas e ficam apavoradas diante da sua impotência”, explica
Os incêndios mais noticiados, como os de Mação, Oleiros, Fratel, Gavião, Sertã, Sardoal, Nisa, Abrantes, Portalegre e Marvão estão dentro dos limites desta Diocese, já que as divisões eclesiásticas não coincidem com as civis. “Vemos a terra toda queimada, a um lado e outro das estradas, vamos passando pela Diocese e confrontamo-nos com um panorama terrível”, revela D. Augusto
Em relação ao trabalho da Igreja Católica nesta altura, o Bispo da Diocese mostra-se orgulhoso nos seus sacerdotes, que permanecem junto dos paroquianos. D. Augusto refere que “os nossos padres estão com as populações, a partilhar a sorte das pessoas e animá-las. Eu vou tentando também atravessar a Diocese nas diversas direcções, quando o fogo mo permite, e contactar com os párocos pelos telemóveis, já que muitos telefones estão cortados”.
O percurso do Bispo já o levou hoje a Mação, Fratel e Gavião, regiões muito castigadas pelo fogo. Os problemas, porém, não se ficam por aqui, adverte: “não se ouve falar de outra coisa e as pessoas estão completamente desconsoladas. Há um descrédito institucional, em primeiro lugar, e depois há um deixar cair os braços diante de todas estas forças da natureza que estão à solta.”
“O que se podia falar está dito. Agora é preciso fazer alguma coisa para ultrapassar este desalento profundo, este desacreditar de tudo e de todos”, conclui D. Augusto César.

Fonte Ecclesia

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