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Processo de redacção da «Humanae Vitae» alimenta várias hipóteses
2003-07-24 21:01:28

Tem já 25 anos a encíclica «Humanae Vitae» de Paulo VI, o documento no qual o Papa recolhia o ensinamento da Igreja sobre a sexualidade humana e a sua orientação à procriação (cf. nº 12), bem como sobre o recurso aos métodos artificiais de controlo da natalidade.

Bernardo Colombo, professor emérito de demografia da Universidade de Pádua - irmão de Carlo Colombo (1909-1991), bispo e teólogo de confiança de Paulo VI nos anos do Concílio Vaticano II-, acaba de publicar na revista «Teologia» da Faculdade de Teologia de Milão um artigo no qual procura reconstruir o processo de redacção do documento.
Após a publicação da encíclica, sectores que rejeitaram o «não» à pílula anticoncepcional afirmaram que o Papa Paulo VI publicou o documento em oposição ao «sim» da maioria dos membros da comissão preparatória.
Em Abril de 1967, um artigo favorável à pílula - publicado na França em «Le Monde», na Grã Bretanha em «The Tablet», e nos Estados Unidos em «National Catholic Reporter» - afirmava que, nesta comissão, os membros que eram favoráveis foram 70, enquanto que os contrários eram somente 4.
Colombo, após sua investigação, considera que isto é falso e que foi publicado com o objectivo de fazer pressão.
Segundo uma outra investigação, realizada pela agência romana Zenit, que encontrou pessoas que participaram dos trabalhos de redacção do documento, na realidade Paulo VI foi contra o parecer da primeira comissão, mas ouviu o parecer de outras duas que se lhe seguiram.
A primeira comissão seria composta por leigos, pais de famílias e demógrafos. No número 6 da «Humanae Vitae», Paulo VI explica que no seio desta comissão «não se tinha alcançado um pleno acordo de juízos acerca das normas morais a propor» e adoptaram-se «alguns critérios de soluções que se separam da doutrina moral sobre o matrimónio proposta pelo Magistério da Igreja com Constante firmeza».
Por este motivo, revela a Zenit, o Papa encomendou um estudo a uma segunda comissão, composta por teólogos, historiadores e biblistas, que abordaram o magistério, a tradição e os escritos dos Padres da Igreja sobre o ensino na matéria.
Desta comissão participaram teólogos como Henri de Riedmatten, dominicano, e Stanislas de Lestapis, jesuíta. A comissão expressou de maneira clara e documentada a sua nítida rejeição ao uso dos anticonceptivos. O parecer desta comissão foi definitivamente ratificado por uma terceira comissão, composta por cardeais e por expoentes da Cúria romana.

Baseando-se nestes pareceres, Paulo VI promulgou a encíclica na qual explica que «a doutrina da Igreja em matéria de regulação da natalidade, promulgadora da lei divina, apareceria facilmente aos olhos de muitos difícil e, inclusive, impossível na prática».

Fonte Ecclesia

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