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João Paulo II pede referência à herança cristã europeia - 3ªparte
2003-06-28 16:44:29

103. A Igreja, por sua vez, é chamada a « prosseguir na sua acção de criar e melhorar cada vez mais os seus serviços de acolhimento e os seus cuidados pastorais em favor dos imigrantes e dos refugiados »,165 fazendo com que se respeitem a sua di- gnidade e liberdade e seja favorecida a sua integração.

De forma particular, reserve-se um específico cuidado pastoral à integração dos imigrantes católicos, respeitando a sua cultura e a originalidade da sua tradição religiosa. Para isso, procurem-se favorecer contactos entre as Igrejas de origem dos imigrantes e as de acolhimento para se estudar formas de ajuda que possam mesmo prever a presença, junto dos imigrantes, de presbíteros, consagrados e agentes pastorais adequadamente formados originários dos seus países.

Além disso, o serviço do Evangelho exige que a Igreja, defendendo a causa dos oprimidos e marginalizados, peça às autoridades políticas dos diversos Estados e aos responsáveis das instituições europeias para reconhecerem a condição de refugiados àqueles que fogem do seu país de origem porque corre perigo a sua própria vida, ou então favorecerem o regresso aos respectivos países; e criarem também as condições para seja respeitada a dignidade de todos os imigrantes e sejam defendidos os seus direitos fundamentais.166



III. Decidamo-nos pela caridade!

104. O apelo, dirigido pelos padres sinodais a todos os cristãos do continente europeu para viverem a caridade operosa,167 representa a síntese feliz dum autêntico serviço ao Evangelho da esperança. Agora proponho-o de novo a ti, Igreja de Cristo que vives na Europa. As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos europeus de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, sejam também as tuas alegrias e as tuas esperanças, as tuas tristezas e as tuas angústias, e nada do que é genuinamente humano deixe de ter eco no teu coração. Olha para a Europa e o seu caminho com a simpatia de quem aprecia todo o elemento positivo, mas conjuntamente sem fechar os olhos sobre o que há de incoerente com o Evangelho, denunciando-o com vigor.

105. Igreja da Europa, acolhe todos os dias, com renovada pujança, o dom da caridade que o teu Senhor te oferece e do mesmo te torna capaz. Aprende d'Ele os conteúdos e a medida do amor. E sê Igreja das bem-aventuranças, continuamente configurada com Cristo (cf. Mt 5, 1-12).

Livre de entraves e sujeições, sê pobre e amiga dos mais pobres, acolhedora para com toda a pessoa e atenta a qualquer forma, antiga ou nova, de pobreza.

Purificada continuamente pela bondade do Pai, reconhece no comportamento de Cristo, que sempre defendeu a verdade mostrando-Se ao mesmo tempo misericordioso para com os pecadores, a norma suprema da tua acção.

Em Jesus, em cujo nascimento foi anunciada a paz (cf. Lc 2, 14), n'Ele que abateu com a sua morte o muro da inimizade (cf. Ef 2, 14) e deu a paz verdadeira (cf. Jo 14, 27), sê artífice de paz, convidando os teus filhos a deixarem purificar o coração de toda a hostilidade, egoísmo e parcialidade, favorecendo em qualquer circunstância o diálogo e o respeito mútuo.

Em Jesus, justiça de Deus, nunca te canses de denunciar qualquer forma de injustiça. Vivendo no mundo segundo os valores do Reino futuro, serás Igreja da caridade, darás o teu indispensável contributo para edificar na Europa uma civilização sempre mais digna do homem.





CAPÍTULO VI

O EVANGELHO DA ESPERANÇA PARA UMA EUROPA NOVA

« Vi a cidade santa, a nova Jerusalém,
que descia do Céu » (Ap 21, 2)



A novidade de Deus na história

106. O Evangelho da esperança, que ressoa no Apocalipse, abre o coração para a contemplação da novidade realizada por Deus: « Vi, depois, um novo céu e uma nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra haviam desaparecido, e o mar já não existia » (Ap 21, 1). Deus em pessoa o afirma, com uma palavra que dá a explicação da visão agora descrita: « Eu renovo todas as coisas » (Ap 21, 5).

A novidade de Deus – plenamente compreensível no horizonte das coisas velhas, feitas de lágrimas, luto, pranto, aflições, morte (cf. Ap 21, 4) – consiste em sair do pecado e das suas consequências em que se encontra a humanidade; é o novo céu e a nova terra, a nova Jerusalém, em contraposição a um céu e uma terra velhos, a uma ordem antiquada de coisas e uma vetusta Jerusalém, conturbada pelas suas rivalidades.

Não é indiferente, para a construção da cidade do homem, a imagem da nova Jerusalém, que desce « do céu, de junto de Deus, bela como uma esposa que se ataviou para o seu esposo »

(Ap 21, 2), aludindo directamente ao mistério da Igreja. É uma imagem que fala duma realidade escatológica: esta situa-se para além de tudo o que o homem possa fazer; é um dom de Deus que se realizará nos últimos tempos. Mas não é uma utopia: é realidade já presente. Indica-o o verbo no presente usado por Deus – « Eu renovo todas as coisas » (Ap 21, 5) – com a especificação que vem depois: « Está feito! » (Ap 21, 6). Efectivamente Deus já está agindo para renovar o mundo; a Páscoa de Cristo é já a novidade de Deus, que faz nascer a Igreja, anima a sua existência, renova e transforma a história.

107. Esta novidade começa a tomar forma primariamente na comunidade cristã, que é já agora « o tabernáculo de Deus entre os homens » (cf. Ap 21, 3), em cujo seio Deus já actua, renovando a vida daqueles que se deixam conduzir pelo sopro do Espírito. A Igreja é para o mundo sinal e instrumento do Reino que se realiza primariamente nos corações. Um reflexo da mesma novidade manifesta-se também em qualquer forma de convivência animada pelo Evangelho. Trata-se de uma novidade que interpela a sociedade em todos os momentos da história e em todos os lugares da terra, e de modo particular a sociedade europeia que escuta, desde há tantos séculos, o Evangelho do Reino inaugurado por Jesus.



I. A vocação espiritual da Europa



A Europa promotora dos valores universais

108. A história do continente europeu está marcada pelo influxo vivificante do Evangelho. « Se olharmos para os séculos passados, não podemos deixar de dar graças ao Senhor porque o cristianismo foi no nosso continente um factor primário de unidade entre os povos e as culturas e de promoção integral do homem e dos seus direitos ».168

Certamente não se pode pôr em dúvida que a fé cristã pertence, de modo radical e determinante, aos fundamentos da cultura europeia. De facto, o cristianismo deu forma à Europa, imprimindo-lhe alguns valores fundamentais. Mesmo a modernidade europeia, que deu ao mundo o ideal democrático e os direitos humanos, recebe os seus próprios valores da herança cristã. A Europa é qualificada, não tanto pelo espaço geográfico, como sobretudo por « um conceito prevalentemente cultural e histórico, que caracteriza uma realidade nascida como continente em virtude também da força unificadora do cristianismo, que soube integrar entre si povos e culturas diversas e está intimamente ligado a toda a cultura europeia ».169

Todavia a Europa actual, precisamente quando está a reforçar e ampliar a sua união económica e política, parece sofrer de uma profunda crise de valores. Embora dispondo de meios mais abundantes, dá a impressão de carecer do ímpeto necessário para incrementar um projecto comum e dar razões de esperança aos seus cidadãos.

O novo rosto da Europa

109. No processo de transformação em curso, a Europa é chamada antes de mais nada a reencontrar a sua verdadeira identidade. De facto, não obstante a realidade intensamente variegada de que se foi compondo, ela deve construir um modelo novo de unidade na diversidade, uma comunidade de nações reconciliadas aberta aos outros continentes e envolvida no processo actual de globalização.

Para dar novo impulso à sua história, a Europa deve « reconhecer e recuperar, com fidelidade criativa, aqueles valores fundamentais, adquiridos com o contributo determinante do cristianismo, que se podem compendiar na afirmação da di- gnidade transcendente da pessoa humana, do valor da razão, da liberdade, da democracia, do Estado de direito e da distinção entre política e religião ».170

110. A União Europeia continua a alargar-se. Num prazo mais ou menos breve, estão chamados a fazer parte dela todos os povos que partilham a mesma herança fundamental. Espera-se que um tal alargamento se verifique no respeito de todos, valorizando as peculiaridades históricas e culturais, as identidades nacionais e a riqueza dos contributos que poderão advir dos novos membros, para além de dar uma actuação mais perfeita aos princípios de subsidiariedade e de solidariedade.171 No processo de integração do continente, é de importância capital ter presente que a união não terá consistência se ficar reduzida apenas às dimensões geográficas e económicas; mas deve consistir em primeiro lugar num consenso sobre os valores a exprimir no direito e na vida.

Promover solidariedade e paz no mundo

111. Dizer « Europa » deve querer dizer « abertura ». Apesar de experiências e sinais contrários que também não faltaram, é a sua própria história que o exige: « Na realidade, a Europa não é um território fechado ou isolado; construiu-se partindo, para além dos mares, ao encontro de outros povos, outras culturas, outras civilizações ».172 Por isso, deve ser um continente aberto e acolhedor, continuando a realizar, na globalização actual, formas de cooperação não só económica mas também social e cultural.

Para que o seu rosto seja verdadeiramente novo, o continente deve corresponder positivamente a esta exigência: « A Europa não pode fechar-se sobre si mesma. Não pode nem deve desinteressar-se do resto do mundo; pelo contrário, deve ter plena consciência do facto que outros países, outros continentes esperam dela iniciativas corajosas capazes de oferecer aos povos mais pobres os meios para o seu desenvolvimento e a sua organização social, e de edificar um mundo mais justo e fraterno ».173 Para realizar adequadamente esta missão, é necessária « uma revisão da cooperação em termos de uma nova cultura de solidariedade. Concebida como semente de paz, a cooperação não pode reduzir-se só à ajuda e assistência – quem sabe se a pensar nas vantagens que advirão dos recursos postos à disposição! Mas deve traduzir-se num compromisso concreto e palpável de solidariedade, de modo que torne os pobres protagonistas do seu desenvolvimento e consinta ao maior número possível de indivíduos dar asas, nas circunstâncias económicas e políticas concretas onde vivem, à criatividade típica da pessoa humana, de que depende também a riqueza das nações ».174

112. Além disso, a Europa deve participar activamente na promoção e realização duma globalização « na » solidariedade. Esta supõe, como sua condição, uma espécie de globalização « da » solidariedade e valores anexos da equidade, justiça e liberdade, na firme convicção de que o mercado requer que seja « oportunamente controlado pelas forças sociais e do Estado, de modo a garantir a satisfação das exigências fundamentais de toda a sociedade ».175

A Europa, tal como a história no-la apresenta, viu, sobretudo no último século, consolidarem-se ideologias totalitárias e nacionalismos exacerbados que, obscurecendo a esperança dos homens e dos povos do continente, alimentaram conflitos quer no seio das nações quer entre nações, o que levou à enorme tragédia das duas guerras mundiais.176 E mesmo os conflitos étnicos mais recentes, que de novo ensanguentaram o continente europeu, fizeram ver a todos como é frágil a paz, quanta necessidade ela tem do empenho efectivo de todos e como só pode ser garantida abrindo novas perspectivas de intercâmbio, perdão e reconciliação entre as pessoas, os povos e as nações.

Sendo assim, a Europa, com todos os seus habitantes, deve empenhar-se incansavelmente na construção da paz dentro das suas fronteiras e no mundo inteiro. A este respeito, importa recordar, « por um lado, que as diferenças nacionais devem ser mantidas e cultivadas como fundamento da solidariedade europeia e, por outro, que a própria identidade nacional só se realiza na abertura aos outros povos e através da solidariedade com eles ».177



II. A construção europeia

O papel das instituições europeias

113. No caminho que leva a desenhar o novo rosto da Europa, é determinante sob muitos aspectos o papel das instituições internacionais, ligadas e operantes sobretudo no território da Europa, cuja contribuição tem marcado o curso histórico dos acontecimentos, sem se empenharem em operações de carácter militar. A tal propósito, desejo mencionar, em primeiro lugar, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa, empenhada na manutenção da paz e da estabilidade, nomeadamente através da defesa e promoção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, e também na cooperação económica e ambiental.

Temos depois o Conselho da Europa, do qual fazem parte os Estados que subscreveram a Convenção Europeia de 1950 para a salvaguarda dos direitos humanos fundamentais e a Carta Social de 1961. Anexo a ele, existe o Tribunal Europeu dos direitos do homem. Estas duas instituições, através da cooperação política, social, jurídica e cultural, e ainda da promoção dos direitos humanos e da democracia, visam a realização da Europa da liberdade e da solidariedade. Por último, aparece a União Europeia, com o seu Parlamento, o Conselho de Ministros e a Comissão, que propõe um modelo de integração que se vai aperfeiçoando tendo em vista adoptar um dia uma carta fundamental comum. A finalidade de tal organismo é realizar uma maior unidade política, económica, monetária entre os Estados-membros, quer os actuais quer os que virão a fazer parte dele. Na sua diversidade e a partir da identidade específica de cada uma, as referidas instituições promovem a unidade do continente e, mais profundamente, estão ao serviço do homem.178

114. Às próprias instituições europeias e aos diferentes Estados da Europa, peço, juntamente com os padres sinodais,179 para reconhecerem que um bom ordenamento da sociedade deve radicar-se em autênticos valores éticos e civis, compartilhados o mais possível pelos cidadãos, observando ainda que tais valores são património em primeiro lugar dos vários corpos sociais. É importante que as instituições e os diferentes Estados reconheçam que, entre tais corpos sociais, se incluem também as Igrejas, as Comunidades eclesiais e as outras organizações religiosas. Com maior razão quando existem já antes da fundação das nações europeias, elas não são redutíveis a meras entidades privadas, mas actuam com um espessor institucional específico, que merece ser tomado em séria consideração. No desempenho das suas competências, as diversas instituições estatais e europeias devem agir com a consciência de que os seus ordenamentos jurídicos serão plenamente respeitosos da democracia, se previrem formas de « sã cooperação » 180 com as Igrejas e as organizações religiosas.

À luz daquilo que acabo de assinalar, desejo uma vez mais dirigir-me aos redactores do futuro tratado constitucional europeu, para que seja inserida nele uma referência ao património religioso, especialmente cristão, da Europa. No pleno respeito da laicidade das instituições, espero que sejam reconhecidos sobretudo três elementos complementares: o direito de as Igrejas e comunidades religiosas se organizarem livremente, de acordo com os respectivos estatutos e convicções; o respeito da identidade específica das Confissões religiosas e a previsão dum diálogo estruturado entre a União Europeia e as citadas Confissões; o respeito do estatuto jurídico de que já gozam as Igrejas e instituições religiosas em virtude das legislações dos Estados-membros da União.181

115. As instituições europeias têm como finalidade explícita a tutela dos direitos da pessoa humana. Nesta missão, elas contribuem para construir a Europa dos valores e do direito. Os padres sinodais lançaram aos responsáveis europeus este apelo: « Erguei a voz quando são violados os direitos humanos dos indivíduos, das minorias e dos povos, a começar pelo direito à liberdade religiosa; reservai a maior atenção a tudo o que se refere à vida humana, desde a sua concepção até à morte natural, e à família fundada sobre o matrimónio: são estas as bases sobre as quais se apoia a casa comum europeia; (...) enfrentai, segundo a justiça e a equidade e com sentido de grande solidariedade, o crescente fenómeno das migrações, tornando-as novo recurso para o futuro europeu; envidai todo o esforço para que aos jovens seja garantido um futuro deveras humano com o trabalho, a cultura, a educação para os valores morais e espirituais ».182

A Igreja ao serviço da nova Europa

116. A Europa tem necessidade de uma dimensão religiosa. Para ser « nova », de modo análogo ao que se diz da « nova cidade » do Apocalipse (cf. 21, 2), a Europa deve deixar-se penetrar pela acção de Deus. De facto, a esperança de construir um mundo mais justo e mais digno do homem não pode ignorar que de nada servirão os esforços humanos, se não forem assistidos pelo apoio divino, porque, « se não for o Senhor a edificar a casa, em vão trabalham os construtores » (Sal 127/126, 1). Para que a Europa possa ser edificada sobre bases sólidas, é necessário apoiar-se sobre os valores autênticos, que têm o seu fundamento na lei moral universal, inscrita no coração de cada homem. « Os cristãos não só podem unir-se a todos os homens de boa vontade para trabalhar na construção deste grande projecto, mas mais ainda são convidados a ser de algum modo a sua alma, mostrando o verdadeiro sentido da organização da cidade terrena ».183

Una e universal, embora presente na multiplicidade das Igrejas particulares, a Igreja Católica pode dar um contributo único para a edificação duma Europa aberta ao mundo. É que, da Igreja Católica, deriva um modelo de unidade essencial na diversidade das expressões culturais, a consciência de pertencer a uma comunidade universal que se radica mas não se esgota nas comunidades locais, a sensação de que aquilo que une supera o que diferencia.184

117. Nas suas relações com os poderes públicos, a Igreja não pede um regresso a formas de Estado confessional. Ao mesmo tempo, deplora todo o tipo de laicismo ideológico ou de separação hostil entre as instituições civis e as confissões religiosas.

Por sua vez, na lógica de uma sã cooperação entre comunidade eclesial e sociedade política, a Igreja Católica está convencida de que pode dar um contributo singular em ordem à unificação, oferecendo às instituições europeias, em continuidade com a sua tradição e coerentemente com as indicações da sua doutrina social, a ajuda de comunidades crentes que procuram realizar o compromisso de humanização da sociedade a partir do Evangelho vivido sob o signo da esperança. Nesta perspectiva, é necessária uma presença de cristãos adequadamente formados e competentes nas várias instâncias e instituições europeias, que concorram, no respeito dos correctos dinamismos democráticos e através do confronto das propostas, para delinear uma convivência europeia cada vez mais respeitosa de todo o homem e mulher e, por isso, conforme ao bem comum.

118. A Europa, que está a ser construída como « união », impele também os cristãos à unidade para serem verdadeiras testemunhas de esperança. Neste âmbito, há que continuar e intensificar aquele intercâmbio de dons que registou, neste último decénio, significativas expressões. Realizado entre comunidades com histórias e tradições diferentes, leva a estreitar vínculos mais duradouros entre as Igrejas nos vários países e ao seu recíproco enriquecimento através de encontros, diálogos e mútuas ajudas. Em especial, há que valorizar o contributo da tradição cultural e espiritual oferecido pelas Igrejas Católicas Orientais.185

Um papel importante no crescimento desta unidade podem-no desempenhar os organismos continentais de comunhão eclesial, que esperam ver-se mais valorizados.186 Entre eles, ocupa um lugar significativo o Conselho das Conferências Episcopais Europeias, chamado, a nível do continente inteiro, a « prover à promoção de uma comunhão cada vez mais intensa entre as dioceses e entre as Conferências Episcopais Nacionais, ao incremento da colaboração ecuménica entre os cristãos e à superação dos obstáculos que ameaçam o futuro da paz e do progresso dos povos, ao robustecimento da colegialidade afectiva e efectiva e da “communio” hierárquica ».187 Juntamente com ele, há que reconhecer também o serviço da Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia, que, acompanhando o processo de consolidação e alargamento da União Europeia, fornece recíproca informação e coordena as iniciativas pastorais das Igrejas europeias implicadas.

119. O fortalecimento da união no âmbito do continente europeu estimula os cristãos a cooperarem com todas as suas forças no processo de integração e de reconciliação através do diálogo teológico, espiritual, ético e social.188 De facto, « na Europa a caminho para a unidade política, porventura podemos nós admitir que seja precisamente a Igreja de Cristo um factor de desunião e de discórdia? Não seria este um dos maiores escândalos do nosso tempo? ».189

Do Evangelho, um novo impulso para a Europa

120. A Europa precisa de fazer um salto qualitativo na tomada de consciência da sua herança espiritual. O estímulo para isso só lhe pode vir de uma nova escuta do Evangelho de Cristo. Compete a todos os cristãos empenharem-se para satisfazer esta fome e sede de vida.

Por isso, « a Igreja sente o dever de renovar com vigor a mensagem de esperança que Deus lhe confiou » e que repete à Europa: « “O Senhor, teu Deus, está no meio de ti como poderoso Salvador! ” (Sof 3, 17). O seu convite à esperança não se fundamenta numa ideologia utópica (...). Pelo contrário, trata-se da imorredoura mensagem de salvação proclamada por Cristo (cf. Mc 1, 15). Com a autoridade que lhe advém do seu Senhor, a Igreja repete à Europa de hoje: Europa do terceiro milénio, “não deixes cair os teus braços ” (Sof 3, 16); não cedas ao desânimo, não te resi- gnes a formas de pensar e de viver que não têm futuro, porque não assentam na sólida certeza da Palavra de Deus ».190

Retomando este convite à esperança, repito também hoje a ti, Europa, que estás no início do terceiro milénio: « Volta a encontrar-te. Sê tu mesma. Descobre as tuas origens. Reaviva as tuas raízes ».191 No decurso dos séculos, recebeste o tesouro da fé cristã. Este funda a tua vida social sobre os princípios tirados do Evangelho e divisam-se os seus traços nas artes, na literatura, no pensamento e na cultura das tuas nações. Mas esta herança não pertence só ao passado; é um projecto para o futuro que deve ser transmitido às novas gerações, porque constitui a matriz da vida das pessoas e dos povos que forjaram unidos o continente europeu.

121. Não temas! O Evangelho não é contra ti, mas a teu favor. Confirma-o a constatação de que a inspiração cristã pode transformar a agregação política, cultural e económica numa convivência onde todos os europeus se sintam em casa própria e formem uma família de nações, na qual se possam frutuosamente inspirar outras regiões do mundo.

Tem confiança! No Evangelho, que é Jesus, encontrarás a esperança sólida e duradoura por que anseias. É uma esperança fundada na vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Esta vitória, quis Ele que te pertencesse para tua salvação e alegria.

Podes estar certa! O Evangelho da esperança não desilude! Nas vicissitudes da história de ontem e de hoje, é luz que ilumina e orienta o teu caminho; é força que te sustenta nas provações; é profecia de um mundo novo; é indicação de um novo início; é convite a todos, crentes e não crentes, para traçarem caminhos sempre novos que desemboquem na « Europa do espírito » a fim de fazer dela uma verdadeira « casa comum » onde haja alegria de viver.



CONCLUSÃO

ENTREGA A MARIA

« Apareceu um grande sinal no céu:
uma mulher revestida de sol » (Ap 12, 1)



A mulher, o dragão e o menino

122. A existência histórica da Igreja é ilustrada por « sinais », que estão à vista de todos mas que requerem uma interpretação. Entre eles, o Apocalipse coloca o « grande sinal » visto no céu, que fala de luta entre a mulher e o dragão.

Na mulher revestida de sol, que, aflita com as dores de parto, está para dar à luz (cf. Ap 12, 1-2), pode-se ver o Israel dos profetas que gera o Messias destinado a « reger todas as nações com ceptro de ferro » (Ap 12, 5). Mas é também a Igreja, povo da nova Aliança, à mercê da perseguição e todavia protegida por Deus. O dragão é « a antiga serpente, o Diabo ou Satanás, como lhe chamam, o sedutor do mundo inteiro » (Ap 12, 9). A luta é desigual: parece avantajado o dragão, tal é a sua arrogância frente à mulher inerme e atribulada. Na realidade, sai vencedor o filho que a mulher deu à luz. Nesta luta, uma coisa é certa: o grande dragão já foi derrotado, « foi precipitado na terra, juntamente com os seus anjos » (Ap 12, 9). Venceram-no Cristo, Deus feito homem, com a sua morte e ressurreição, e os mártires « pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho (Ap 12, 11). E, mesmo se o dragão continuar com a sua hostilidade, não há que temer, porque a sua derrota já se deu.

123. Esta é a certeza que anima a Igreja no seu caminho, pois, na mulher e no dragão, revê a sua história de todos os tempos. A mulher, que dá à luz o filho varão, lembra-nos também a Virgem Maria, sobretudo quando, trespassada de dores ao pé da cruz, gera novamente o Filho, como vencedor do príncipe deste mundo. Ela é entregue a João que, por sua vez, é entregue a Ela (cf. Jo 19, 26-27), tornando-Se deste modo Mãe da Igreja. Através do vínculo que une Maria à Igreja e a Igreja a Maria, esclarece-se melhor o mistério da mulher: « Maria, de facto, presente na Igreja como Mãe do Redentor, participa maternalmente naquele duro combate contra o poder das trevas, que se trava ao longo de toda a história humana. E, em virtude desta sua identificação eclesial com a “mulher revestida de sol” (Ap 12, 1), pode dizer-se que a Igreja alcançou já na Virgem Santíssima aquela perfeição, pela qual ela se apresenta sem mancha nem ruga ».192

124. Por isso, toda a Igreja tem os olhos postos em Maria. Devido aos inúmeros santuários marianos espalhados por todas as nações do continente, a devoção a Maria é muito viva e generalizada entre os povos europeus.

Igreja na Europa, continua, pois, a contemplar Maria, reconhecendo que Ela está « presente como Mãe e participa nos múltiplos e complexos problemas que hoje acompanham a vida dos indivíduos, das famílias e das nações », e é o « auxílio do povo cristão, na luta incessante entre o bem e o mal, para que não caia ou, se caiu, para que ressurja ».193

Súplica a Maria, Mãe da esperança

125. Nesta contemplação, animada por autêntico amor, vemos Maria como figura da Igreja, que, alimentada pela esperança, reconhece a acção salvífica e misericordiosa de Deus, à luz da qual lê o seu próprio caminho e toda a história. Também hoje Ela nos ajuda a interpretar as nossas vicissitudes na perspectiva do seu Filho Jesus. Criatura nova plasmada pelo Espírito Santo, Maria faz crescer em nós a virtude da esperança.

A Ela, Mãe da esperança e da consolação, dirijamos confiadamente a nossa súplica; entreguemos-Lhe o futuro da Igreja na Europa e o de todas as mulheres e homens deste continente:

Maria, Mãe da esperança,
caminhai connosco!
Ensinai-nos a anunciar o Deus vivo;
ajudai-nos a dar testemunho de Jesus,
o único Salvador;
tornai-nos serviçais com o próximo,
acolhedores com os necessitados,
obreiros de justiça,
construtores apaixonados
dum mundo mais justo;
intercedei por nós que agimos na história
certos de que o desígnio do Pai se realizará.

Aurora dum mundo novo,
mostrai-Vos Mãe da esperança e velai por nós!
Velai pela Igreja na Europa:
que ela seja transparência do Evangelho;
seja autêntico espaço de comunhão;
viva a sua missão
de anunciar, celebrar e servir
o Evangelho da esperança
para a paz e a alegria de todos.

Rainha da paz,
protegei a humanidade do terceiro milénio!
Velai por todos os cristãos:
que eles prossigam cheios de confiança
no caminho da unidade,
como fermento para a concórdia
do continente.
Velai pelos jovens,
esperança do futuro:
que eles respondam generosamente
ao chamamento de Jesus.

Velai pelos responsáveis das nações:
que eles se empenhem na construção
duma casa comum,
onde sejam respeitados a dignidade
e o direito de cada um.
Maria, dai-nos Jesus!
Fazei que O sigamos e amemos!
Ele é a esperança da Igreja,
da Europa e da humanidade.
Ele vive connosco, entre nós, na sua Igreja.
Convosco dizemos:
« Vem, Senhor Jesus » (Ap 22, 20)!
Que a esperança da glória,
por Ele infundida nos nossos corações,
produza frutos de justiça e de paz!



Dado em Roma, junto de S. Pedro, no dia 28 de Junho – vigília da Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo – do ano 2003, vigésimo quinto de Pontificado.



JOANNES PAULUS PP. II






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Notas



1 Cf. II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Mensagem final, 3: L'Osservatore Romano (ed. port. de 30/X/1999), 566.

2 Cf. II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Instrumentum laboris, 90-91: L'Osservatore Romano (06/VIII/1999 - Supl.), 17-18.

3 João Paulo II, Bula Incarnationis mysterium (29 de Novembro de 1998), 3-4: AAS 91 (1999), 132-133.

4 Cf. João Paulo II, Carta ap. Tertio millennio adveniente (10 de Novembro de 1994), 38: AAS 87 (1995), 30.

5 Cf. Alocução do « Angelus », 2: L'Osservatore Romano (ed. port. de 06/VII/1996), 329.

6 I Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Declaração final (13 de Dezembro de 1991), 2: L'Osservatore Romano (ed. port. de 29/XII/1991), 692.

7 Ibid., 3: o.c., 692.

8 Cf. II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Instrumentum laboris, 3: L'Osservatore Romano (06/VIII/1999 - Supl.), 3.

9 Cf. João Paulo II, Homilia durante a Missa de encerramento da II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa (23 de Outubro de 1999), 1: AAS 92 (2000), 177.

10 Cf. II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Mensagem final, 2: L'Osservatore Romano (ed. port. de 30/X/1999), 566.

11 Cf. João Paulo II, Homilia durante a Missa de encerramento da II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa (23 de Outubro de 1999), 4: AAS 92 (2000), 179.

12 Ibid.

13 Cf. Propositio 1.

14 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Instrumentum laboris, 2: L'Osservatore Romano (06/VIII/1999 - Supl.), 2-3.

15 Cf. ibid., 12-13.16-19: o.c., 4-6; Idem, Relatio ante disceptationem, I: L'Osservatore Romano (ed. port. de 09/X/1999), 501-502; Idem, Relatio post disceptationem, II-A: L'Osservatore Romano (11-12/X/1999), 10.

16 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Relatio ante disceptationem, I, 1. 2: L'Osservatore Romano (ed. port. de 09/X/1999), 501.

17 Cf. Propositio 5a.

18 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Mensagem final, 1: L'Osservatore Romano (ed. port. de 30/X/1999), 566.

19 Cf. Propositio 5a; Pont. Cons. da Cultura e Pont. Cons. para o Diálogo Inter-Religioso, Jesus Cristo portador da água viva. Uma reflexão cristã sobre a New Age (Cidade do Vaticano 2003).

20 Cf. Propositio 5a.

21 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Mensagem final, 6: L'Osservatore Romano (ed. port. de 30/X/1999), 567.

22 João Paulo II, Alocução do « Angelus » (25 de Agosto de 1996), 2: L'Osservatore Romano (ed. port. de 31/VIII/1996), 397; cf. Propositio 9.

23 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Instrumentum laboris, 88: L'Osservatore Romano (06/VIII/1999 - Supl.), 17.

24 João Paulo II, Homilia durante a Missa de encerramento da II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa (23 de Outubro de 1999), 4: AAS 92 (2000), 179.

25 Cf. João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Christifideles laici (30 de Dezembro de 1988), 26: AAS 81 (1989), 439.

26 Cf. Propositio 21.

27 Ibid.

28 Propositio 9.

29 Ibid.

30 Cf. Propositio 4, 1.

31 João Paulo II, Homilia durante a Missa de encerramento da II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa (23 de Outubro de 1999), 2: AAS 92 (2000), 178.

32 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Mensagem final, 2: L'Osservatore Romano (ed. port. de 30/X/1999), 566.

33 Cf. Propositio 4, 2.

34 João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus (1 de Maio de 1991), 47: AAS 83 (1991), 852.

35 Cf. Propositio 4, 1.

36 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Instrumentum laboris, 30: L'Osservatore Romano (06/VIII/1999 - Supl.), 8.

37 Cf. João Paulo II, Homilia durante a Missa de encerramento da II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa (23 de Outubro de 1999), 3: AAS 92 (2000), 178; Congr. da Doutrina da Fé, Decl. Dominus Iesus (6 de Agosto de 2000), 13: AAS 92 (2000), 754.

38 Cf. Propositio 5.

39 Cf. João Paulo II, Carta enc. Dominum et vivificantem (18 de Maio de 1986), 7: AAS 78 (1986), 816; Congr. da

Doutrina da Fé, Decl. Dominus Iesus (6 de Agosto de 2000), 16: AAS 92 (2000), 756-757.

40 Paulo VI, Carta enc. Mysterium fidei (3 de Setembro de 1965): AAS 57 (1965), 762-763; cf. Sagr. Congr. dos Ritos, Instr. Eucharisticum mysterium (25 de Maio de 1967), 9: AAS 59 (1967), 547; Catecismo da Igreja Católica, 1374.

41 Conc. Ecum. de Trento, Decretum de ss. Eucharistia, cân. 1: DS 1651; cf. ibid., cap. 3: o.c., 1641.

42 João Paulo II, Carta enc. Ecclesia de Eucharistia (17 de Abril de 2003), 15: L'Osservatore Romano (ed. port. de 19/IV//2003), 218.

43 Cf. S. Agostinho, In Ioannis Evangelium, Tractatus VI, cap. I, n. 7: PL 35, 1428; S. João Crisóstomo, Sobre a traição de Judas, 1, 6: PG 49, 380C.

44 Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. sobre a sagrada liturgia Sacrosanctum Concilium, 7; Const. dogm. sobre a Igreja Lumen gentium, 50; Paulo VI, Carta enc. Mysterium fidei (3 de Setembro de 1965): AAS 57 (1965), 762-763; Sagr. Congr. dos Ritos, Instr. Eucharisticum mysterium (25 de Maio de 1967), 9: AAS 59 (1967), 547; Catecismo da Igreja Católica, 1373-1374.

45 João Paulo II, Motu proprio Spes ædificandi para a proclamação de três co-Padroeiras da Europa (1 de Outubro de 1999), 1: AAS 92 (2000), 220.

46 Cf. João Paulo II, Discurso na sede do Parlamento Polaco (Varsóvia, 11 de Junho de 1999), 6: L'Osservatore Romano (ed. port. de 19/VI/1999), 314.

47 Cf. João Paulo II, Discurso na cerimónia de despedida (Aeroporto de Cracóvia, 10 de Junho de 1997), 4: L'Osservatore Romano (ed. port. de 28/VI/1997), 302.

48 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Mensagem final, 4: L'Osservatore Romano (ed. port. de 30/X/1999), 566.

49 Cf. Propositio 15, 1; Catecismo da Igreja Católica, 773; João Paulo II, Carta ap. Mulieris dignitatem (15 de Agosto de 1988), 27: AAS 80 (1988), 1718.

50 Cf. Propositio 15, 1.

51 Propositio 21.

52 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Mensagem final, 4: L'Osservatore Romano (ed. port. de 30/X/1999), 566.

53 Propositio 9.

54 Ibid.

55 Ibid.

56 Cf. Propositio 22.

57 João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis (25 de Março de 1992), 15: AAS 84 (1992), 679-680.

58 Cf. ibid., 29: o.c., 703-705; Propositio 18.

59 Cf. Código dos Cânones das Igrejas Orientais, cân. 373.

60 Cf. Código de Direito Canónico, cân. 277, § 1.

61 Cf. Paulo VI, Carta enc. Sacerdotalis cœlibatus (24 de Junho de 1967), 40: AAS 59 (1967), 673.

62 Cf. Propositio 18.

63 Cf. ibid.

64 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Mensagem final, 4: L'Osservatore Romano (ed. port. de 30/X/1999), 567.

65 Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen gentium, 29.

66 Cf. Propositio 19.

67 Cf. ibid.

68 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Relatio ante disceptationem, III: L'Osservatore Romano (ed. port. de 09/X/1999), 506.

69 Cf. Propositio 17.

70 Cf. ibid.

71 João Paulo II, Discurso aos participantes no Congresso sobre « Novas vocações para uma nova Europa » (9 de Maio de 1997), 1. 3: L'Osservatore Romano (ed. port. de 24/V/1997), 235.

72 João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Christifideles laici (30 de Dezembro de 1988), 7: AAS 81 (1989), 404.

73 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Instrumentum laboris, 82: L'Osservatore Romano (06/VIII/1999 - Supl.), 16.

74 Cf. Propositio 29.

75 Cf. Propositio 30.

76 Cf. ibid.

77 Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi (8 de Dezembro de 1975), 14: AAS 68 (1976), 13.

78 Cf. Propositio 3b.

79 Cf. João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio (7 de Dezembro de 1990), 37: AAS 83 (1991), 282-286.

80 Cf. II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Relatio ante disceptationem, I, 2: L'Osservatore Romano (ed. port. de 09/X/1999), 502.

81 Cf. Propositio 3a.

82 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Relatio ante disceptationem, III, 1: L'Osservatore Romano (ed. port. de 09/X/1999), 505.

83 Cf. II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Instrumentum laboris, 53: L'Osservatore Romano (06/VIII/1999 - Supl.), 12.

84 Cf. Propositio 4, 1.

85 Cf. Propositio 26, 1.

86 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Relatio ante disceptationem, III, 1: L'Osservatore Romano (ed. port. de 09/X/1999), 505.

87 Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi (8 de Dezembro de 1975), 41: AAS 68 (1976), 31.

88 Propositio 8, 1.

89 Cf. Propositio 8, 2.

90 Cf. Propositiones 8, 1a-b. 6.

91 Cf. João Paulo II, Exort. ap. Catechesi tradendæ (16 de Outubro de 1979), 21: AAS 71 (1979), 1294-1295.

92 Cf. Propositio 24.

93 Cf. Propositio 8, 1c.

94 Cf. Propositio 24.

95 Cf. Propositio 22.

96 Cf. João Paulo II, Discurso aos Presidentes das Conferências Episcopais da Europa (16 de Abril de 1993), 1: AAS 86 (1994), 227.

97 João Paulo II, Discurso durante a Celebração Ecuménica da Palavra (Catedral de Paderborn, 22 de Junho de 1996), 5: L'Osservatore Romano (ed. port. de 29/VI/1996), 317.

98 Paulo VI, Carta de 13 de Janeiro de 1970: Tomos agapis (Roma-Istambul, 1971), 610-611; cf. João Paulo II, Carta enc. Ut unum sint (25 de Maio de 1995), 99: AAS 87 (1995), 980.

99 João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio (7 de Dezembro de 1990), 55: AAS 83 (1991), 302.

100 Ibid., 36: o.c., 281.

101 Cf. I Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Declaração final (13 de Dezembro de 1991), 8: L'Osservatore Romano (ed. port. de 29/XII/1991), 694; II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Instrumentum laboris, 62: L'Osservatore Romano (06/VIII/1999 - Supl.), 13; Propositio 10.

102 Propositio 10; cf. Comissão para as Relações Religiosas com o hebraísmo, Documento « Nós recordamos: uma Reflexão sobre o Shoah » (16 de Março de 1998): L'Osservatore Romano (ed. port. de 21/III/1998), 144-145.

103 I Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Declaração final (13 de Dezembro de 1991), 9: L'Osservatore Romano (ed. port. de 29/XII/1991), 694.

104 Cf. Propositio 11.

105 Cf. ibid..

106 João Paulo II, Discurso ao Corpo Diplomático (12 de Janeiro de 1985), 3: AAS 77 (1985), 650.

107 Conc. Ecum. Vat. II, Decl. sobre a liberdade religiosa Dignitatis humanæ, 2.

108 Cf. Propositio 23.

109 Cf. Propositiones 25; 26, 2.

110 Cf. Propositio 26, 3.

111 Cf. Propositio 27.

112 João Paulo II, Carta aos artistas (4 de Abril de 1999), 12: AAS 91 (1999), 1168.

113 Cf. Propositio 7b-c.

114 Cf. João Paulo II, Discurso durante a Vigília de Oração na XV Jornada Mundial da Juventude (Tor Vergata, 19 de Agosto de 2000), 6: L'Osservatore Romano (ed. port. de 26/VIII/2000), 383.

115 Cf. Pont. Cons. para as Comunicações Sociais, Ética nas Comunicações Sociais (4 de Junho de 2000): L'Osservatore Romano (ed. port. de 10/VI/2000), 277-280.

116 Propositio 13.

117 Cf. Propositio 12.

118 Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a divina Revelação Dei Verbum, 25.

119 Cf. Propositio 14.

120 Const. sobre a sagrada liturgia Sacrosanctum Concilium, 8.

121 Cf. Propositio 14; II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Relatio ante disceptationem, III-2: L'Osservatore Romano (ed. port. de 09/X/1999), 505.

122 Cf. Propositio 15, 2a.

123 Conc. Ecum. Vat. II, Decr. sobre o ministério e a vida dos sacerdotes Presbyterorum ordinis, 5.

124 Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen gentium, 11.

125 João Paulo II, Carta enc. Ecclesia de Eucharistia (17 de Abril de 2003), 20: L'Osservatore Romano (ed. port. de 19//IV/2003), 219.

126 Cf. João Paulo II, Discurso na Audiência Geral (25 de Outubro de 2000), 2: L'Osservatore Romano (ed. port. de 28/X//2000), 504.

127 Propositio 16.

128 Cf. II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Relatio ante disceptationem, III, 2: L'Osservatore Romano (ed. port. de 09/X/1999), 505.

129 Cf. Propositio 16.

130 Cf. João Paulo II, Motu proprio Misericordia Dei (7 de Abril de 2002), 4: AAS 94 (2002), 456-457.

131 Cf. Propositio 16; João Paulo II, Carta aos sacerdotes por ocasião da Quinta-feira Santa de 2002 (17 de Março de 2002), 4: AAS 94 (2002), 435-436.

132 Cf. Propositio 14c.

133 Cf. ibid.

134 Cf. Const. sobre a sagrada liturgia Sacrosanctum Concilium, 100.

135 Cf. Propositiones 14c. 20.

136 Cf. Propositio 20.

137 João Paulo II, Carta ap. Rosarium Virginis Mariæ (16 de Outubro de 2002), 3: AAS 95 (2003), 7.

138 Cf. Propositio 14.

139 João Paulo II, Carta ap. Dies Domini (31 de Maio de 1998), 4: AAS 90 (1998), 716.

140 João Paulo II, Carta enc. Redemptor hominis (4 de Março de 1979), 10: AAS 71 (1979), 274.

141 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Instrumentum laboris, 72: L'Osservatore Romano (06/VIII/1999 - Supl.), 15.

142 Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen gentium, 1.

143 João Paulo II, Carta enc. Evangelium vitæ (25 de Março de 1995), 90: AAS 87 (1995), 503.

144 Cf. Propositio 33.

145 Propositio 35.

146 Cf. Propositio 36.

147 Cf. Propositio 31.

148 Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 48.

149 Cf. Propositio 31.

150 João Paulo II, Discurso no III Encontro Mundial das Famílias, por ocasião do seu Jubileu (14 de Outubro de 2000), 6: L'Osservatore Romano (ed. port. de 21/X/2000), 481 e 484.

151 João Paulo II, Exort. ap. Familiaris consortio (22 de Novembro de 1981), 17: AAS 74 (1982), 99-100.

152 João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus (1 de Maio de 1991), 39: AAS 83 (1991), 842.

153 Cf. João Paulo II, Exort. ap. pós-sinodal Christifideles laici (30 de Dezembro de 1988), 40: AAS 81 (1989), 469.

154 Cf. João Paulo II, Discurso no I Encontro Mundial das Famílias (8 de Outubro de 1994), 7: AAS 87 (1995), 587.

155 Cf. Propositio 32.

156 Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 51.

157 João Paulo II, Carta enc. Evangelium vitæ (25 de Março de 1995), 63: AAS 87 (1995), 473.

158 Ibid., 95: o.c., 509.

159 João Paulo II, Discurso ao novo Embaixador da Noruega junto da Santa Sé (25 de Março de 1995): L'Osservatore Romano (ed. port. de 15/IV/1995), 177.

160 Propositio 32.

161 Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 57.

162 Cf. Propositio 28; I Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Declaração final (13 de Dezembro de 1991), 10: L'Osservatore Romano (ed. port. de 29/XII/1991), 695-696.

163 Cf. Propositio 23.

164 Cf. Propositio 28.

165 Propositio 34.

166 Cf. Congr. dos Bispos, Instr. Nemo est (22 de Agosto de 1969), 16: AAS 61 (1969), 621-622; Código de Direito Canónico, cân. 294 e 518; Código dos Cânones das Igrejas Orientais, cân. 280-§ 1.

167 Cf. II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Mensagem final, 5: L'Osservatore Romano (ed. port. de 30/X/1999), 567.

168 João Paulo II, Homilia durante a Missa de encerramento da II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa (23 de Outubro de 1999), 5: AAS 92 (2000), 179.

169 Propositio 39.

170 Ibid.

171 Cf. ibid.; Propositio 28.

172 João Paulo II, Carta ao Cardeal Miloslav Vlk, Presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (16 de Outubro de 2000), 7: Insegnamenti, XXIII/2 (2000), 628.

173 Ibid.

174 João Paulo II, Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2000 (8 de Dezembro de 1999), 17: AAS 92 (2000), 367-368.

175 João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus (1 de Maio de 1991), 35: AAS 83 (1991), 837.

176 Cf. Propositio 39.

177 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Instrumentum laboris, 85: L'Osservatore Romano (06/VIII/1999 - Supl.), 17; cf. Propositio 39.

178 Cf. João Paulo II, Discurso aos membros da Mesa de Presidência do Parlamento Europeu (5 de Abril de 1979): L'Osservatore Romano (ed. port. de 22/IV/1979), 3.

179 Cf. Propositio 37.

180 Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 76.

181 Cf. João Paulo II, Discurso ao Corpo Diplomático (13 de Janeiro de 2003), 5: L'Osservatore Romano (ed. port. de 18/I//03), 27.

182 II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Mensagem final, 6: L'Osservatore Romano (ed. port. de 30/X/1999), 567.

183 João Paulo II, Carta ao Cardeal Miloslav Vlk, Presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (16 de Outubro de 2000), 4: Insegnamenti, XXIII/2 (2000), 626.

184 Cf. I Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa, Declaração final (13 de Dezembro de 1991), 10: L'Osservatore Romano (ed. port. de 29/XII/1991), 695-696.

185 Cf. Propositio 22.

186 Cf. ibid., 22.

187 João Paulo II, Discurso aos presidentes das Conferências Episcopais da Europa (16 de Abril de 1993), 5: AAS 86 (1994), 229.

188 Cf. Propositio 39d.

189 João Paulo II, Homilia durante a celebração ecuménica por ocasião da I Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa (7 de Dezembro de 1991), 6: L'Osservatore Romano (ed. port. de 15/XII/1991), 650.

190 João Paulo II, Homilia durante a Missa de abertura da II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Europa (1 de Outubro de 1999), 3: AAS 92 (2000), 174-175.

191 Discurso no « Acto Europeísta » com a presença de Autoridades Europeias e Presidentes das Conferências Episcopais da Europa (Santiago de Compostela, 9 de Novembro de 1982), 4: AAS 75 (1983), 330.

192 João Paulo II, Carta enc. Redemptoris Mater (25 de Março de 1987), 47: AAS 79 (1987), 426.

193 Ibid., 52: o.c., 432; cf. Propositio 40.


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