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A relação entre Magistério e exegese bíblica, segundo o cardeal Ratzinger
2003-05-07 21:12:47

Os cem anos da Comissão Pontifícia Bíblica (1902-2002) não foram um caminho de rosas, mas "apesar dos problemas, olhamos com agradecimento e esperança o caminho que se abre diante de nós", afirma o Cardeal Joseph Ratzinger.

O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé confessou que os cinquenta primeiros anos da Comissão foram marcados por uma relação difícil com os biblistas, visto que "o Magistério ampliou demasiado o âmbito das certezas e limitou o espaço à exegese".
Neste sentido, citou alguns exemplos das diferenças do Magistério ante o método histórico-crítico usado naquele tempo pelos exegetas protestantes e visto com cautela e prevenção pelos católicos.
O cardeal Ratzinger reconheceu que esta tendência mudou radicalmente na segunda metade do século XX, especialmente depois do Concílio Vaticano II e da constituição dogmática "Dei Verbum" (sobre a divina Revelação), de Novembro de 1965.
"Estamos profundamente agradecidos à abertura que significou o Concílio Vaticano II, mas não devemos condenar o passado, que é parte do processo de conhecimento que nos permitiu chegar até aqui e que nos colocará sempre novos desafios adiante", afirmou.
O presidente da Comissão Pontifícia Bíblica insistiu na fé baseada na história: "A fé que não conhece nada dos factos históricos é agnóstica", disse, criticando as "desencarnações da fé que a reduzem a uma ideia".
Para o Cardeal alemão, é importante ligar a fé com a razão e vice-versa. "Fé e ciência, Magistério e exegese não se contrapõem como modo fechado em si mesmos", acrescentou.
Finalmente, Ratzinger fez saber que a Comissão Bíblica, na sua nova época (desde 1972), "não é só um órgão de Magistério mas um lugar de encontro e de diálogo entre representantes do Magistério e exegetas qualificados".

Fonte Ecclesia

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