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Patriarca Faz Nova Condenação da Guerra e Critica Acusações de Freitas do Amaral
2003-05-06 18:18:25

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, reiterou ontem a condenação da guerra contra o Iraque, criticando de novo, implicitamente, Freitas do Amaral por este ter pedido, num comício no início de Março, uma maior intervenção dos bispos.

Ao mesmo tempo, condenou "dois canais de televisão" que deram voz ao chefe da Igreja Apostólica Católica Ortodoxa, que se propunha "abençoar a união de dois homossexuais".

Num curto discurso de abertura dos trabalhos da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que reune em Fátima até quinta-feira, afirmou que "vencer a luta pela paz" é uma "meta ideal prosseguida pelos cristãos". Agradecendo ao Papa "a sua lúcida, corajosa e inquebrável intervenção a favor da paz", o patriarca (também presidente da CEP) acrescentou: "A paz é um valor absoluto" e "vale por si, sejam quais forem as circunstâncias históricas das ameaças de guerra e de violência".

Foi neste contexto que o patriarca voltou a referir-se a Freitas do Amaral, apesar de o conselho permanente da CEP já ter reagido, na ocasião, às declarações do antigo líder do CDS. Sem nunca citar o seu nome, o presidente da CEP recordou as vozes que "acusaram a Conferência Episcopal de silêncio grave e cúmplice". "Essas afirmações magoaram-nos por virem de quem vieram e por as considerar profundamente injustas, porque inexactas, desconhecendo o âmbito próprio da missão da Igreja e a intensidade das várias intervenções, nesse âmbito específico", afirmou.

Lamentando o facto de, agora, "a voz dos media [começar] a silenciar-se, relegando a situação do Iraque para o silêncio dos dramas humanos", o patriarca garantiu que a luta da Igreja Católica pela paz "continua, sob a forma da ajuda fraterna e solidária".

O segundo tema escolhido pelo presidente dos bispos para o seu discurso foi "um episódio triste". Dois canais de televisão - a SIC e a TVI, mas que o patriarca não identificou - noticiaram que "um certo senhor, que se auto-intitula Arcebispo Metropolita de uma igreja ortodoxa portuguesa" aceitou "abençoar a união de dois homossexuais". Para D. José, está em causa o facto de o traje eclesiástico envergado, bem como a ambiguidade do título usado por Armando Monteiro - o visado no discurso -, poderem gerar "confusão e indignação em muitos fiéis".

A citada Igreja, acrescentou o cardeal, "não é reconhecida por nenhum dos patriarcados ortodoxos", cuja dignidade "é também ofendida". Uma questão que, num contexto de aplicação da lei de liberdade religiosa, levanta o problema da relação "entre liberdade religiosa e qualidade religiosa".

Fonte Público

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