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Papa Medita Sobre a Guerra na Semana Santa
2003-04-20 22:09:53

O Papa João Paulo II voltou a expressar, anteontem à noite, em Roma, a sua angústia por causa das guerras que ainda assolam várias partes do mundo.

Para o Papa, os cristãos não podem permanecer indiferentes a "tantos gritos de dor". O Sumo Pontífice recordou que durante o ano de 2003 se cumprem 25 anos do seu pontificado e que nesse período nunca faltou a uma Sexta-Feira Santa no Coliseu, acrescentando, porém, que o mundo vive hoje um momento muito mais difícil: "Há muito sangue vertido por tantas vítimas do ódio, da guerra e do terrorismo", afirmou.

Angustiado pela guerra no Iraque, o Papa João Paulo II - que sempre tomou posições contrárias a um ataque militar àquele país -, quis que nesta Via Sacra as meditações tivessem por mote um texto seu escrito em 1976, quando ainda não se tinha iniciado o seu pontificado. Embora escrito na década de 70, o texto revela hoje toda a sua actualidade segundo João Paulo II: "A Terra converteu-se num cemitério, um grande planeta de campas. Quantos homens, quantos sepulcros. Um grande planeta de campas. Entre todas as campas espalhadas pelos continentes do nosso planeta há uma, a do filho de Deus, o homem Jesus Cristo, que venceu a morte com a morte", escreveu Karol Wojtyla (para uns exercícios espirituais destinados ao Papa Paulo VI).

Apesar do crescente número de campas no planeta por causa da guerra, o Papa considera que não se deve assassinar a esperança, nem impedir a vitória de Cristo sobre a morte. Em suma, diz, há que "reavivar a esperança de paz e justiça".

Com este texto, João Paulo II escreveu pela terceira vez as meditações da Via Sacra. A primeira vez teve lugar em 1983, no ano santo da Redenção, enquanto a segunda decorreu no ano do Jubileu, em 2000, quando se cumpriram dois mil anos do nascimento de Cristo.

A Via Sacra percorreu o interior do Coliseu, o famoso anfiteatro Flávio, que recorda os sofrimentos dos primeiros cristãos, e continuou até ao Arco de Constantino, para acabar na subida dos degraus que conduzem à colina de Palatino. A cruz pesa três quilogramas e meio e foi carregada nas primeiras estações por um cardeal de Roma, Camillo Ruini, a quem competiu guiar a procissão.

A cruz foi então transportada por uma mulher colombiana, de Bogotá, vestida com um traje típico do seu país, por três africanos (um da Libéria, outro da Serra Leoa e outro do Egipto) e por frades franciscanos da Custódia da Terra Santa. A cruz foi ainda carregada pela viúva do médico Carlo Urbani, recentemente falecido, e que foi o primeiro a identificar a gravidade da síndroma respiratória aguda grave, mais conhecida como a pneumonia atípica asiática. Mas seria das mãos de uma família iraquiana que Karol Wojtyla receberia a cruz. O Papa presidiu à celebração das cerimónias da Sexta-Feira Santa desde a colina de Palatino, dada a sua debilidade física. O Sumo Pontífice não pôde caminhar durante a cerimónia, tendo transportado a cruz apenas na última estação da Via Sacra. No final, improvisou um curto discurso, assinalando que a vitória final não será a da morte, mas sim a da Palavra de Deus.

A frase
"A Terra converteu-se num cemitério, um grande planeta de campas. Quantos homens, quantos sepulcros. Um grande planeta de campas. Entre todas as campas espalhadas pelos continentes do nosso planeta há uma, a do filho de Deus, o homem Jesus Cristo, que venceu a morte com a morte".

Papa João Paulo II

Fonte Público

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