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«Teologia(s) Prática(s): Entre Memória e Acção»
2003-04-08 21:56:25

Sob o tema em epígrafe, decorreu em Lille (França), nos dias 27, 28 e 29 do passado mês de Março, o 1º Colóquio Internacional e Ecuménico de Teologia Prática, organizado pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Lille, com a participação de cerca de 80 teólogos e teólogas, naturais de França, Bélgica, Itália, Portugal e Suíça.

Nele estiveram presentes a directora do Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro (ISCRA) e uma docente do mesmo Instituto. O Colóquio decorreu num clima de abertura e partilha de «saberes e agires», muito proveitosos para as Faculdades, Institutos e Centros ali representados. Algumas das conclusões apresentadas podem fazer-nos perceber a riqueza deste Colóquio.

Assim, constatou-se que a teologia prática se caracteriza pela sua própria diversidade e abertura aos campos sociais e eclesiais; que o método correlativo nela utilizado nos propõe novas situações e novas práticas, onde se articulam os saberes teológicos e os das ciências humanas, isto é, onde se cultiva a interdisciplinariedade; que as teologias práticas fazem emergir o inédito, isto é, uma palavra teológica sobre os novos acontecimentos, que a todos nós dizem respeito, fazendo, assim, sair a teologia da sua confidencialidade e mutismo. Verificou-se que a nossa tradição cristã não se pode dizer sem uma linguagem de hoje e sem uma linguagem presente na acção, pois é pela acção que se conhece a realidade e só mediante o conhecimento é possível ajustar a reflexão teológica. Tomou-se consciência de que a Igreja se constrói em ajustamentos sucessivos, tem um carácter existencial e mantém sempre uma tensão entre a capacidade de se ligar aos que estão fora dela e a capacidade de demarcar a sua singularidade.

Afirmou-se a necessidade e a urgência de, na teologia prática, se dar lugar a diferentes ângulos de investigação e de funções: teólogos(as), pastores e agentes de pastoral comprometidos e propôs-se a elaboração de um inquérito sobre os nossos programas de teologia prática e sobre o modo como os(as) docentes a praticam. Constatou-se que a teologia prática não é neutra, mas exige opções, decisões e compromissos. Por fim, declarou-se que toda a teologia prática deve ser uma teologia de libertação, em ordem a uma sociedade mais livre e mais humana e acentuou-se a importância da criação de redes de teólogos(as) que se falem entre si e que dialoguem com todos os(as) actores da prática pastoral.

ISCRA


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