paroquias.org
 

Notícias






Frescos roubados de igrejas
2001-02-11 12:51:13

Os roubos nas igrejas alentejanas já chegaram aos frescos. Recentemente, desapareceram pinturas murais, datadas do século XVI e avaliadas em milhares de contos, das igrejas de Santo Aleixo, em Montemor-o-Novo, e Nossa Senhora da Assunção, em Oriola, Portel, sem que ninguém se tenha apercebido, apesar do enorme barulho que, forçosamente, teve de ser feito.

Mais curioso ainda é que os especialistas comparam a dificuldade deste furto com um assalto ao Banco de Portugal, sabendo-se que, no mínimo, uma equipa técnica precisava de 15 dias para concretizar um complexo processo, recorrendo a geradores e a equipamento sofisticado que permitisse serrar as paredes por trás.

Situações que agravam a preocupação da Arquidiocese de Évora relativamente aos roubos de arte sacra, embora neste distrito, à semelhança do que sucede em Portalegre, haja pouca informação sobre a matéria.

No Baixo Alentejo, pelo contrário, a Diocese de Beja tem desenvolvido um longo trabalho de preservação do espólio das igrejas, mas, mesmo assim, os furtos têm-se agravado. Em 1999, registaram-se seis roubos, quando a média variava entre um e dois. Em 2000, passou para sete, a par de três tentativas frustradas.

As investigações realizadas já permitiram concluir que as peças roubadas são preferencialmente canalizadas para o Norte da Europa, nomeadamente para a Alemanha, onde valem quatro a cinco vezes mais que em Portugal. Mas o mercado nacional também começa a ter compradores, sabendo-se que Lisboa é o principal local de comercialização.

Segundo António Falcão, da Diocese de Beja, existe actualmente a noção de que algumas das peças desaparecem por encomenda. "Não temos dúvidas de que alguns dos roubos são feitos por uma rede organizada, porque foi feito um levantamento prévio do que existia e depois foi-se buscar o que interessava a determinadas pessoas", diz este responsável, numa altura em que os furtos assumem contornos de alguma perigosidade. Por exemplo, a Igreja de São Pedro de Pomares, em Baleizão, Beja, isolada e sem culto há meio século, já foi assaltada duas vezes. Numa delas, a fechadura foi aberta a tiro.

Fonte DN

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia