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Ele bem sabe o que há no Homem! (Jo.2,25)
2003-03-25 21:46:24

1. O comentário ou desabafo do evangelista, depois da expulsão violenta dos vendilhões do templo, vem muito a propósito, neste contexto da guerra que nos é dado agora viver e acompanhar.

Jesus não admite que se invoque o nome de Deus ou que dEle alguém se possa servir para explorar a magia do lucro ou promover a guerra fria do sucesso. Ele sabe muito bem que quando o homem vai por aí, está apenas a chamar por Deus, para desviar a atenção do que há de pior dentro de si. Esquecido de Deus, o homem transforma rapidamente o seu coração numa sucata de desejos. Quando invocarmos a Deus, ele certamente virá e ouvirá. Não para se aliar a uma das partes, ou para se alhear de outra, mas para a todos nos desarmar. Para nos desarmar de todas as razões, que transformamos em armas de arremesso. Mas sobretudo para nos desarmar daquelas razões, ocultas e tenebrosas, que nem a razão conhece. Ainda que os analistas se divirtam a sentenciar análises. Mas, no fundo só Deus sabe. Só Ele sabe o que há no homem. Até porque sofreu na pele a violência pacífica do amor, que o crucificou. “O coração do homem é o que há de mais astucioso e incorrigível. Quem o pode entender? Posso Eu, que sou o Senhor. Penetro os corações, sondo os mais íntimo sentimentos, para retribuir a cada um segundo o seu caminho, conforme o fruto das suas obras” (Jer.17,9-10).


2. Foi precisamente para ajudar o homem a não cair na tirania dos seus próprios desejos e enganos, que Deus passou para as pedras da Lei o que já tinha inscrito no seu coração. Os Dez Mandamentos são a impressão dos direitos de Deus e a expressão dos direitos do Homem. Kofi Anan, Presidente da ONU, disse em tempos que a humanidade não precisava de outro código de conduta para viver. Que o cumprimentos dos Dez Mandamentos bastava para garantir a convivência pacífica entre povos e pessoas. Já sabíamos isso. Mas é sempre bom que alguém, do outro lado, no-lo venha lembrar.


3. Resta-nos agora rezar pela Paz. Não para informar ou convencer a Deus. À oração pertence-lhe desarmar o coração e a inteligência do Homem, para trabalhar afincadamente na promoção da cultura da paz e da não-violência.



Voltamos a precisar dos Dez Mandamentos. Porque voltaram a ser de pedra os nossos corações. Sem isto fica ainda mais alto e mais longe o monte das bem-aventuranças. Felizes os pacificadores. Porque serão chamados filhos de Deus! (Mt.5,9).

Pe. Amaro Gonçalo


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