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SOLIDÁRIOS NO REPARTIR
2003-03-11 20:32:01

É por múltiplas formas e gestos quotidianos que se exprime e se afirma a solidariedade humana. Uma solidariedade que não é sentimento vago, ideia generosa, idealismo estéril ou princípio teórico por mais elaborado. Assume as expressões mais variadas, mas tem conteúdo e consequências práticas. A qualidade de cidadãos da mesma cidade, habitantes do mesmo planeta, elos da mesma família humana, envolve-nos e compromete-nos em tudo o que de bem ou de mal se passa à nossa volta.

A partilha de bens (vulgo peditório) que a Cáritas propõe nesta ocasião, é uma forma de afirmar que na vida humana tudo tem a ver com todos, que ninguém é destinatário absoluto dos bens que chama seus, apenas administrador, não dono absoluto. E que, mesmo aquele que, por descaminho próprio, menores aptidões, ou vítima de tantas chagas sociais, é incapaz de caminhar sozinho, não pode ser excluído do essencial com que se exprime e reconhece a dignidade de cada um.

Através do Estado, sim. Mas Estado somos todos nós, todos os dias, individualmente ou em associação. De acordo com o princípio da subsidiariedade, é assumindo cada um a sua cota parte de responsabilidade, que a sociedade se organiza e resolve os problemas que persistem no seu seio; não endossando-os exclusivamente à responsabilidade do Estado.

A Cáritas assume-se como instituição vocacionada para a acção social: para ajudar, promover, desenvolver e intervir. Não apenas para matar a fome ou ser central de distribuição de bens materiais. Para ser também escola de solidariedade e agente transformador da própria sociedade, na base dum humanismo novo centrado na melhoria das condições de vida para todos, alicerçado na justiça e firmado na prática dos direitos humanos.



Para tudo quanto é e faz, a Cáritas de Leiria conta só com os apoios que muitas pessoas de boa vontade lhe confiam, não passando por ela qualquer verba do orçamento do Estado. Ela é, assim, a mais autêntica e genuína expressão de gratuidade. Por isso, devidamente autorizada, uma vez em cada ano sai para a rua com uma proposta de partilha do que sobra a cada um, ou mesmo do que faz falta, aceitando quem dá mais ou tem menos para oferecer, ou apenas uma palavra de simpatia ou de compreensão.



As dádivas recolhidas revertem para as suas actividades, principalmente as que se desenvolvem para centenas de crianças e pessoas idosas na sua Casa na Praia do Pedrógão, mas também para acorrer a situações pontuais de reconhecida necessidade e urgência, para apoio a iniciativas dos grupos locais, etc.. Também para o Centro de Acolhimento de Leiria (CAL),com metade das dádivas dos leirienses. Os mais de 8 300,00 euros do ano passado fazem da Cáritas o apoio mais sólido para o funcionamento do CAL.



Pelas causas que dinamiza, pelos socorros que faz chegar às vítimas de calamidades, pela privações a que acode, pelo alcance pedagógico de muitas iniciativas, pela ajuda concreta aos mais pobres, pelo seu contributo na promoção do respeito pelos direitos humanos universais, pela transformação que continuadamente vai operando no coração e nas mentalidades, a Cáritas fortalece os laços da solidariedade humana e estabelece os alicerces da convivência fraterna e pacífica.



Apesar das dificuldades, ou mesmo por causa delas, há boas razões para responder afirmativamente e com simpatia aos colaboradores da Cáritas que se atravessarem ao caminho, devidamente identificados, de 20 a 23 de Março, nos principais centros urbanos de todo o país.

Ambrósio J. Santos
Presidente da Cáritas de Leiria




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