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Para lá do bem e do mal
2003-02-16 13:30:31

A campanha nacional para a promoção da pedofilia desenrola-se normalmente.
A primeira fase, agora terminada, até foi mais longe que o previsto. Não só se banalizou o horror, como pretendido, mas passou mesmo a assunto central das discussões. Já começou a segunda fase, revelando algumas personalidades respeitáveis ligadas à prática. Não falta muito que alguém faça a pergunta sacramental: «Qual é o mal?», iniciando-se então fase decisiva.


O fenómeno segue as regras estabelecidas. Ainda há anos realizou-se um processo equivalente à volta do aborto, logo a seguir ao mais bem sucedido de todos, com o preservativo. Junto com a homossexualidade, estes já atingiram a fase final, a consagração nos programas escolares. Era tempo de passar a outros campos. Por isso há muito eram evidentes os preparativos para nova campanha nacional. A única dúvida era no tema escolhido, que tanto podia ser o estupro como a pedofilia. As tentativas iniciais, centradas à volta do assédio sexual, pareciam indicar o primeiro. Mas, de facto, começar
pela pedofilia permitirá melhor: depois passar para os outros tipos de violência.

Se a alguns ainda choca pensar que daqui a uns anos será banal considerar o horror das práticas pedófilas, é porque esqueceram o passado. Há uns anos era com a mesma náusea que se considerava o aborto e a homossexualidade. Há umas décadas era com o mesmo asco que se via a pornografia e o preservativo.

Há umas gerações era com a mesma aversão que se olhava para o adultério e as uniões de facto. Em todos estes casos, a campanha venceu. O repúdio natural
passou a oposição violenta, evoluiu como aceitação contrariada e terminou em banalização neutra. Hoje quem manifestar (sempre humilde e respeitadoramente, claro) opinião contra o divórcio, a pílula ou a pornografia será queimado como herege.

Não se deve pensar que estas campanhas são planeadas por poderes ocultos e sinistros. Os piores movimentos da História resultam de impulsos triviais.

O deboche nunca precisou de partidos clandestinos. A ele juntam-se forças laterais, visíveis e identificáveis, mas apenas coadjuvantes e secundárias.
Os media querem vender, os políticos procuram brilhar e os burocratas gostam de regulamentar. Todos entenderam há muito que o escândalo compensa. Se a
isto se juntar a arrogância de parlamentares e técnicos ministeriais, a hipocrisia e o seguidismo populares, a campanha está montada, mesmo na ausência de cérebro planeador. Terá o sucesso das anteriores.
Se a busca do prazer se sobrepõe ao pudor e à família, onde estão os seus limites? Se é aceitável matar crianças dentro do seio da mãe, porque não se pode abusar delas depois de nascerem? Esta é a intuição genial de Nietzsche
logo em 1886, ao compreender que, abandonadas as referências espirituais, passámos «para lá do bem e do mal». Tudo é permitido e pode ser recomendado.

Para lá do bem e do mal vive a miragem da libertação e o império do mais forte. O resultado é a dor e o sangue. A lógica de liberdade absoluta aplicada à propriedade e à raça deu a «ditadura do proletariado» e o «holocausto», tendências que estão a reaparecer. Aplicada à vida quotidiana dá ciúme, divórcio, promiscuidade, droga, a violência nos media, a clonagem, a inseminação artificial, as novas armas, o terrorismo e, claro, guerra. É o resultado de abandonar a árvore do conhecimento do bem e do mal.

JC das Neves, 030210


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