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O ministério público de João Paulo II em 2002 superou idade e doenças
2003-01-01 12:18:45

Os 82 anos de idade e as limitações próprias da doença fariam prever uma ano de 2002 muito parado para João Paulo II. Um olhar sobre o ano que agora acaba permite perceber que o 25º ano do actual Pontificado foi, porém, marcado pelo lançamento de novos projectos e por constantes intervenções que trouxeram para primeiro plano a acção do Papa.

O início do ano foi dedicado a fazer o balanço dos atentados de 11 de Setembro e avaliar a ameaça do terrorismo em nome de Deus como “acto de blasfémia e perversão da religião”. O mês de janeiro fica marcado pela oração de paz promovida na cidade de Assis, reunindo representantes das religiões de todo o mundo com o objectivo de pedir o fim da violência global.

A Primavera foi tempo de viagem. tendo o Papa visitado 6 países no espaço de 3 meses. Tornou-se o primeiro Bispo de Roma a visitar o Azerbaijão e foi bem recebido num país predominantemente Ortodoxo como a Bulgária.
Para descansar um pouco, João Paulo II aproveitou a viagem ao Canadá para uma paragem num local isolado antes de se juntar a mais de 500.000 jovens na Jornada Mundial da Juventude, em Toronto.

As viagens continuaram pela Guatemala e México, onde canonizou o primeiro santo indígena das Américas. Aliás, uma das prioridades deste ano foi “fazer santos”, no sentido de que as canonizações sejam um sinal evidente de que o objectivo da vida da Igreja é a santidade. 2002 testemunhou a canonização do fundador da Opus Dei, José Maria Escrivá de Balaguer que, junto à canonização do Pe. Pio arrastaram verdadeira multidões a Roma. Estas grandes canonizações representam, aos olhos dos fiéis, um chamamento renovado à vivência da presença de Cristo na história.

Embora não escreva uma encíclica há quatro anos, a pena de João Paulo II produziu uma carta apostólica de especial importância em 2002, a "Rosarium Virginis Mariae". A inovação do Papa tocou em algo muito querido ao seu coração, o Rosário, e os “mistérios luminosos” são um claro apelo a centrar a vida no mistério de Cristo.
A recusa pelo “low-profile” ficou demonstrado, ainda, na criação de 4 novas Dioceses para a Rússia. João Paulo II não se esconde, à espera que a tempestade passe, mas afronta o problema, que se veio a agravar, até começarem a aparecer sinais de uma viragem positiva, como aconteceu recentemente com o Patriarca russo Alexis II.

As relações com o Estado Italiano ficam marcadas por dois momentos significativos: e Outubro o Papa recebe o título de cidadão honorífico de Roma, e em 14 de Novembro faz o que nenhum antecessor tinha feito: visita o Paralamento de Itália e profere um discurso notável onde aborda os grandes problemas da actualidade italiana e mundial – o terrorismo, a perda dos valores cristãos na Europa, acima de todos. Aliás, foram várias as intervenções em que o Papa João Paulo II lançou um claro apelo à Europa, para que não esqueça, na redacção da próxima Constituição Europeia, as suas raízes cristãs: “há necessidade de evitar uma visão do Continente que só levaria em conta seus aspectos económicos e políticos, ou que se preocupariam apenas com estilos de vida inspirados por um consumismo indiferente aos valores espirituais”.

A situação na Terra Santa nunca foi deixada de parte e o Papa reconheceu que “as guerras mais esquecidas não são, por isso, as menos devastadoras. O terrorismo continua, além disso, a semear vítimas e a escavar fossos entre os povos”.
Á medida que João Paulo II envelhece parece entregar a gestão dos assuntos quotidianos da Igreja nas mãos dos seus colaboradores, como se viu no caso dos escândalos sexuais nos EUA: em Abril o Papa encontrou-se com os Bispos norte-americanos e foi claro ao afirmar que na Igreja não há lugar para abusadores, mas nos meses seguintes deixou que a crise fosse gerida pelos líderes da Igreja norte-americana e por delegados do Vaticano. Ou seja, o Papa gere com mais cuidado as suas intervenções, mas não deixa de ter um impacto notável na opinião pública: voando à volta do mundo, sozinho num lago canadiano, enfrentando divisões e tensões no diálogo ecuménico e inter-religioso, rezando de joelhos pela paz no mundo, João Paulo II comunica sempre para uma audiência global e marca este ano da vida da Igreja e do mundo.

Fonte Ecclesia

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