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Celebrar a Padroeira de Portugal é respeitar aqueles que confiam na presença de Deus
2002-12-06 23:27:50

O dia 8 de Dezembro é, no calendário da Igreja, dedicado à Solenidade da Imaculada Conceição. Em Portugal este dia é mesmo feriado, para celebrar a Padroeira de Portugal, algo que pode parecer um contra-senso na sociedade portuguesa que faz questão de afirmar a sua laicidade.

Carlos Moreira Azevedo, vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, explicou à agência ECCLESIA que “a celebração de uma padroeiro é uma expressão de respeito por aqueles que confiam na presença de Deus nas suas vidas”. O espaço que ganhou esta Solenidade na nossa sociedade tem a ver, portanto, com “essa presença de Deus, sob uma forma muito concreta, que é a figura de Maria, maternal, muito próxima das pessoas”.

Historicamente, semelhante celebração é justificada porque “nos momentos de crise do país, quando o país perde a confiança em si próprio, o facto de olhar para o alto é fonte de esperança para refazer Portugal”.
A figura da Imaculada Conceição acompanha a vida dos portugueses desde que a formulação da santidade de Maria passou também pela devoção a uma Conceição à maneira do próprio Jesus, de maneira excepcional. Logo no séc. XV o Rei D. Duarte fala desse título de Maria, desenvolvendo-se toda uma Teologia que levou a que, no ano de 1646 ,D. João IV, depois da restauração de Portugal, deponha a coroa do Reino aos pés de Nossa Senhora no Santuário de Vila Viçosa.

Carlos Azevedo, autor do roteiro “O Vigor da Imaculada”, que ilustra o culto da Imaculada Conceição na Diocese do Porto, lembra que “esta devoção teve um grande acréscimo no séc. XVII, com capelas espalhadas por montes e vales, mas permaneceu ininterrupta, com uma figuração muito uniforme, derivada das imagens de Murillo (1617-1682).” O dogma da Imaculada Conceição foi definido pelo papa Pio IX em 8 de Dezembro de 1854 e, a partir daí, “nota-se um ressurgimento da devoção, embora artisticamente se observe uma repetição dos esquemas anteriores, que prossegue até hoje”, conclui.
Lançando um olhar para a celebração do dia 8 de Dezembro no séc. XXI, Carlos Azevedo precisa que “por ser feriado, pela proximidade do Natal e por ter sido, durante anos, o Dia da Mãe, possui uma carga de afectos e de sentimentos de piedade muito portugueses que fizeram deste dia um dia muito especial. Esta soma de motivações muito profundas fizeram da Solenidade da Imaculada Conceição “uma tradição fortemente enraizada na vida de Portugal”, que ganhou o seu espaço próprio.

Fonte Ecclesia

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