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À PROCURA DA PALAVRA: IMACULADA CONCEIÇÃO
2002-12-08 02:57:21

“Avé Maria, cheia de graça,
o Senhor está contigo.”
Lc 1, 28

A beleza de Maria
“Virgem Mãe do mesmo Deus / Virgem filha de teu Filho / Não há estrela de mais brilho / nesses céus”: começa assim um bonito hino da liturgia referido a Nossa Senhora. Como poderia caber no seio de uma mulher o próprio Deus, que quis fazer-se homem, senão pelo imenso poder de amar que Deus é? Ao longo da história da Igreja muitos cristãos gostaram de proclamar aquilo que era extraordinário e excepcional em Maria. Mas, sem reduzir os seus dons, sempre gostei mais de olhar aquilo que a torna parecida com a humanidade.


Por isso me encantam a sua perturbação à saudação do anjo e o desejo de saber como se realizaria o que era anunciado! Assim como a coragem de vencer as montanhas da Judeia para ir ajudar Isabel, e a “preocupação” que manifesta a Jesus diante dos doutores!

O Concílio Vaticano II, ao olhar para Nossa Senhora, soube colocá-la no documento sobre a Igreja e mostrar a sua missão desta forma tão espantosa: ela é “saudada como membro eminente e inteiramente singular da Igreja, seu tipo e exemplar perfeitíssimo na fé e na caridade” (Lumen Gentium, 53). É no coração da Igreja, como Mãe muito querida, que a encontro sempre, nesta interpelação constante que nos faz a vivermos a santidade no quotidiano das coisas simples e sublimes. Porque os dons de Deus implicam a nossa resposta livre e total, a maior pobreza e o maior desperdício é a nossa indiferença. E não será esse o maior pecado?

A tendência redutora de identificar “pecado” com tudo o que tem um cariz sexual produziu dramas e conflitos profundos e ocultou a sua beleza. Adormeceu as consciências para não se preocuparem com outras injustiças e opressões. E se a santidade implica a luta contra o mal, também compromete na construção efectiva do bem! A todos os níveis e em todas as circunstâncias, porque a vinda de Cristo ao mundo não vem destruir nada do que seja profundamente humano, mas vem projectar a natureza para uma plenitude que é possível alcançar. É esta plenitude de dom e de graça que sentimos realizar-se em Maria!

A imensa beleza que transparece das maravilhas feitas em Maria são um claro sinal de Deus. Este Deus que ultrapassa as nossas lógicas e nos abre ao mistério, Deus que cabe no nosso coração mas não na nossa cabeça. Deus nascido menino a mostrar-nos a beleza de todo o nascimento quando é preparado com muito amor. Deus que faz muito mas precisa do nosso pouco! Como precisou do sim de Maria!

P. Vítor Gonçalves


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