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Portugal tem meios para superar os problemas actuais
2002-11-14 22:32:24

O Cardeal Patriarca José Policarpo falou hoje aos jornalistas, no fim da Assembleia Plenária que juntou os Bispos portugueses de 11 a 14 de Novembro, em Fátima.

Ao analisar o clima de contestação no país, hoje em greve geral, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa” disse que “o debate é normal numa sociedade democrática”, mas assegura que “Portugal tem meios para superar os problemas que se põem à nossa sociedade.”
Não querendo pronunciar-se especificamente sobre a greve geral de hoje, D. José Policarpo defende que “a greve é um direito democrático, mas deve ser o último recurso; só é válido quando estiverem esgotados os outros mecanismos de diálogo.” Portugal, segundo o Cardeal Patriarca, “é hoje uma sociedade amadurecida sob o ponto de vista democrático e nenhum processo de manifestação de poder contra as instituições democráticas deveria ter lugar.”
Em seguida, comentou as declarações de João Paulo II esta manhã no parlamento italiano, em que o Papa afirmava que “uma democracia sem valores se converte facilmente num totalitarismo aberto ou disfarçado, como demonstra a história”. O Cardeal Patriarca referiu que “ a democracia que nós estamos a tentar construir tem alguns riscos e defeitos” sem deixar de reconhecer que “o empobrecimento da democracia é culpa de todos.”

Em relação à Nota Pastoral “O trabalho na sociedade em transformação”, por ocasião da discussão do anteprojecto do novo código do trabalho, deixou claro que “os Bispos estão atentos ao que se passa no país e escutaram praticamente todos os intervenientes neste processo.”
Ao abordar os problemas laborais, D. José Policarpo declarou que “numa sociedade estável, com maturidade e equilíbrio, precisa-se de estabilidade e segurança no trabalho. Nas sociedades contemporâneas, entre as quais a nossa, têm-se vindo a acentuar os problemas de precariedade e da falta de trabalho, que são uma instabilidade acrescida.”
Admitindo a validade das várias posições sobre o novo código do trabalho, não deixa de fazer um reparo: “a nossa economia ganhou um ritmo onde as ofertas de trabalho são efémeras. O que tem de mudar é que o emprego não se torne um bem precioso que ninguém deseja perder.” Para o Patriarca há que tornar possível que a mudança de emprego “não seja um drama”, possibilitando oportunidades de emprego a quem tenha de abandonar o seu local de trabalho.
“Uma economia que esteja doente acaba por ser um contexto onde não há defesa possível dos direitos dos trabalhadores”, prosseguiu D. Policarpo Com a “lucidez, a generosidade o sacrifício de todos podemos construir uma sociedade onde estes problemas esteja resolvidos”, concluiu.

Fonte Ecclesia

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