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Igreja mais actuantes com menos padres
2002-11-10 11:48:57

De hoje até ao próximo domingo, decorre, nas 20 dioceses portuguesas, a Semana de Oração pelos Seminários Diocesanos, para os levar ao coração das famílias e das comunidades cristãs.

Para o bispo de Angra do Heroísmo, D. António de Sousa Braga, é um tempo favorável para que os católicos rezem pelas vocações sacerdotais, «certos de que elas são sempre dom de Deus, que não deixará faltar à Igreja os operários necessários à sua missão evangelizadora, segundo os seus desígnios e caminhos com os quais nem sempre os nossos coincidem».

É convicção do bispo açoriano que só uma «pastoral vocacional mais corajosa» responderá à escassez de vocações sacerdotais e de presbíteros, que se faz sentir nas dioceses portuguesas, a nível do clero diocesano como do religioso. E tudo isso sem desmerecer, bem pelo contrário, a renovação constante de uma Igreja cada vez mais ministerial, ou seja, «com maior participação dos fiéis baptizados», ainda que com menos sacerdotes ordenados.

Despertar
Para o cónego Álvaro Mancilha, secretário da Comissão Episcopal do Clero, Seminários e Vocações, a celebração de uma Semana de Oração pelos Seminários Diocesanos é importantes e de grande pertinência: «recordar que a Igreja vive da graça de Deus e dEle recebe as vocações de que necessita; despertar em todos os cristãos uma maior fidelidade à missão que lhes está confiada; suscitar em todos o desejo de expressar e aprofundar uma fé cada vez mais viva e actuante».

A diminuição do número depadres na Igreja Católica, que se tem acentuado nas últimas décadas, fazendo com que a média do clero diocesano português ultrapasse já os 60 anos de idade, entre outros sinais, que é preciso saber ler e intrepretar, tem a vantagem de facilitar e tornar ainda mais urgente as orientações teológicas e pastorais do Concílio Vaticano II sobre a natureza e missão da Igreja, na sua dimensão ministerial, para gerar comunhão.

É verdade que a participação dos leigos não deve ser só motivada para suprir a escassez de padres, pois é um direito e um dever que lhes assiste. Mas, também é verdade que um dos sinais positivos daquela escassez é justamente tornar cada vez mais urgente o respeito pela vocação e missão dos leigos na Igreja e na Sociedade.

Ministérios laiscais
Para isso, vale a pena recordar as normas conciliares do Vaticano II e o magistério quer de Paulo VI quer de João Paulo II, bem como o magistério dos bispos portugueses.

A Conferência Episcopal Portuguesa, naturalmente interessada numa corajosa pastoral das vocações para o ministério ordenado e na vitalidade dos seminários, lembrava, em 1989, na sua carta pastoral sobre «Os cristãos leigos na comunhão e missão da Igreja em Portugal», a urgência dos ministérios laicais ou minstérios não-ordenados que competem aos leigos e não devem ser mais adiados.

Como diz o sociólogo Manuel Luís Marinho Antunes, da Universidade Católica, «há um longo trabalho pastoral a continuar quer em termos de formação, quer no cultivo da participação co-responsável dos cristãos na vida e na missão da Igreja, a partir de uma consciência e de uma prática mais profundas do que é ser membro de Cristo, na Igreja».

Os leigos são fundamentais para a vida e missão da Igreja.

Fonte JN

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