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As fontes bíblicas no Vaticano II
2002-11-05 20:44:35 Os documentos conciliares têm como linha fundamental o percurso histórico salvífico. "O ponto de partida é a criação e o culminar Jesus Cristo" - disse à Agência ECCLESIA o Pe. Robson Cruz, que proferiu uma reflexão sobre "As fontes bíblicas nos documentos", integrada no ciclo "Vaticano II: 40 anos depois".
Ao olharmos para os vários documentos conciliares "verificamos que estes integram também a vertente bíblica neste esquema histórico salvífico". E reforça: "há uma ideia evolutiva na forma de apresentar a História da Salvação".
Nesta conferência, realizada na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, no passado dia 4 de Novembro, o Pe. Robson Cruz salienta ainda que o Concílio Vaticano II dá uma resposta às controvérsias anteriores: "o lugar da tradição; a leitura e interpretação da Sagrada Escritura e a função do Magistério diante da Palavra de Deus". No fundo o Vaticano II consegue "separar o binómio Revelação / Tradição e a Sagrada Escritura e consegue integrá-los nas mesma formulação teológica". Segundo o conferencista passa a existir uma "ideia de unidade".
Novidades trazidas pelos documentos que colocam também em destaque "a centralidade da palavra". O escutar e a redescoberta da Palavra de Deus são tónicos essenciais no Concílio Vaticano II. Outrora "não existia a "noção da totalidade", notada essencialmente na Eucaristia com a separação entre "a Mesa da Palavra e a Mesa do Corpo/Sangue de Cristo naquele sacramento". Após este acontecimento fulcral da Igreja passa "a existir uma unidade entre as duas mesas".
Se o Concílio é um ponto de chegada ou partida, o Pe. Robson Cruz refere que este lança pistas concretas de acção: "Redescoberta da Mesa da Palavra dentro da Liturgia; a posição do magistério que aparece numa missão de escuta e serviço da Palavra; redescoberta do simbolismo bíblico e a integração da Sagrada Escritura no processo catequético".
O ciclo de conferências continua no próximo dia 9 de Dezembro, com a reflexão sobre "As fontes patrísticas nos documentos", pelo Pe. Isidro Lamelas.
Fonte Ecclesia
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