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Igreja Sabe mas Tolera
2001-01-07 11:45:51

A Igreja Católica portuguesa tem mostrado uma certa tolerância com os casamentos religiosos feitos em Espanha. Os cerca de quinhentos matrimónios celebrados no país vizinho acabaram por surpreender não por serem muitos, mas por ser um número "abaixo da realidade". Pelo menos, é o que pensa monsenhor Sebastião Pires Ferreira, vigário-geral da diocese fronteiriça de Viana. "Só esses? Pensava que eram mais", referiu.

Não sendo propriamente ilegal, o facto de sobretudo jovens com menos de trinta anos e viúvos procurarem Espanha para casar "pela Igreja" sempre foi considerado "imoral". "São matrimónios legais, mas excepcionais", classificou D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga. Segundo fonte da hierarquia espanhola, "a moda" ainda não terá chegado ao Sul do país. "As dioceses que se localizam até à zona de Coimbra são as mais procuradas pelos portugueses", frisou um sacerdote galego.

Embora conhecida pela Conferência Episcopal Portuguesa e pelos bispos em geral, a situação nunca foi analisada "a fundo", já que, como salienta D. Jorge Ortiga, a Igreja "tem que ter caridade e solicitude pelas pessoas", embora afirme que "é preciso cumprir a lei". Também D. Armindo Lopes Coelho, actual bispo do Porto e anterior bispo de Viana, quando confrontado com os pedidos que lhe foram feitos para autorizar casamentos religiosos em Espanha, considerou a lei portuguesa (que obriga a um casamento civil independentemente do religioso) "um pouco imoral".

Uma "imoralidade" que parece ser a opinião de muitos padres e bispos portugueses. No caso dos viúvos (ou viúvas) que vão a Espanha quando pretendem casar pela segunda vez apenas para que, em Portugal, não lhes seja retirada "a meia reforma" do cônjuge falecido, monsenhor Eduardo Melo diz que esta é a única forma de evitar "as injustiças e até um certo roubo perpetrado pelo Estado português". "Então se as pessoas toda a vida descontaram para a Segurança Social, pagando antecipadamente a reforma que vão receber mais tarde, só porque voltam a casar é-lhes retitada a pensão? Convenhamos que é uma injustiça", finalizou o prelado.


Fonte Público

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