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Patriarca Previne Contra Injustiças Fiscais
2002-10-12 13:00:52

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, avisou ontem que, "se se tornar claro que há injustiças [fiscais], a Igreja tomará posição para que a família não seja prejudicada como família".

Durante uma conferência de imprensa à margem do Congresso Nacional da Família, que hoje termina na Culturgest, em Lisboa, o patriarca fez questão de vincar que, para a Igreja, realizar este congresso é também uma forma de afirmar a "importância da instituição familiar". Grave, disse, "é quando a família é esquecida como realidade fundamental da vida humana"

A situação económica difícil que o país atravessa e os seus reflexos no aumento do desemprego que já se faz sentir em alguns sectores levaram também D. José Policarpo a anunciar que a Conferência Episcopal Portuguesa está a trabalhar num documento sobre a economia e o desenvolvimento. "Decidir sobre a economia do país não depende de nós." Mas as instituições sociais da Igreja, diz, estão no terreno para apoiar as pessoas em dificuldade. "Em 99 por cento dos casos", essas instituições servem para "acolher pessoas em situação difícil".

Abertura é também o que deve marcar a atitude da Igreja em relação às famílias que não seguem a proposta cristã. "A Igreja tem um ideal de família, mas tem apreço por toda a instituição familiar", disse o cardeal Policarpo, referindo-se a situações como as famílias separadas, uniões de facto ou famílias monoparentais . "Nenhuma situação pode ficar de fora" da atenção da Igreja, mesmo quando a família não é celebrada como acto religioso".

Para confirmar esta atitude, o patriarca serviu-se do exemplo das instituições sociais ou educativas da Igreja: "Não há nenhuma que seja segregadora. Quando se trata de dar apoio à instituição familiar, olha-se à situação concreta" e ninguém pergunta primeiro se a pessoa é divorciada ou casada.

Nesta perspectiva, D. José disse que "o papel da Igreja é propor um ideal". "Deixem-nos acreditar nessa utopia. Ninguém esper que a Igreja mude ao ritmo da sociedade, porque a Igreja está no mundo para desafiar as pessoas à mudança." Uma referência também aos debates sobre questões como o planeamento familiar que ontem, mesmo, num dos grupos de trabalho parciais, levantou viva polémica, com um padre a criticar violentamente um casal que tinha falado dos diferentes métodos de planeamento, defendendo implicitamente a possibilidade de escolha.

A posição da Igreja nesta matéria - "de grande acutilância" - não é "estática e adquirida", acrescentou o patriarca. "A exigência dos comportamentos de inspiração evangélica tem por trás a busca de santidade e a fidelidade evangélica". "Quem estiver atento à vastíssima literatura" produzida por teólogos, bispos e conferências episcopais, "percebe que esta não é uma matéria que a Igreja precise de começar a repensar agora", concluiu.

Fonte Público

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