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Que balanço faz do Jubileu do ano 2000?
2001-01-07 11:44:02

Manuela Silva
Economista, professora aposentada do Instituto Superior de Economia e GestãoO Jubileu teve o mérito de despertar a consciência de vários grupos sociais, quer em Portugal, quer no mundo, no sentido de terem presente alguns valores, nomeadamente o da justiça, que abrange uma vasta realidade, seja nas relações pessoais, na economia ou até no exercício do poder. Contribuiu também para acordar a esperança, ao animar algumas questões da agenda política, como o perdão da dívida e o acolhimento aos estrangeiros. O Jubileu acabou, mas a atitude permanente de conversão pessoal deve continuar.


D. Manuel Martins
Bispo resignatário de Setúbal e presidente da Fundação Spes
O Jubileu é um acontecimento marcadamente espiritual e, como tal, é difícil inventariar as marcas que terá deixado nas pessoas. Por outro lado, olhando para tudo o que foi promovido, fico com pena que este tempo não fosse ocasião para um profundo exame de consciência da Igreja para analisar o seu modo de actuar neste mundo, que se apresenta cada vez mais fascinante e com tantos desafios. Continuando adormecidos perante as grandes interrogações, corremos o risco de permanecer na carruagem de trás.

Maria João Sande Lemos
Membro das Equipas de Nossa Senhora e do movimento internacional Nós Somos Igreja
É bastante negativo, pois não tiveram em conta a mensagem de pobreza, humildade e amor transmitida por Jesus. Convergindo para Roma as grandes celebrações, reforçou-se a imagem centralizadora do Vaticano. Não se desencadeou o debate sobre as mudanças que milhões de católicos desejam, nomeadamente uma Igreja mais participativa, com uma nova atitude perante as mulheres, o requacionamento dos ministérios ordenados, a valorização da sexualidade e mais empenho nos direitos humanos.

Acácio Catarino
Sociólogo Ex-presidente da Cáritas Portuguesa
Na esfera social e no caso português, apesar das obras sociais criadas no ano jubilar, persistem duas graves insuficiências: na área sócio-caritativa, a falta de acção organizada em muitas paróquias e de acolhimento activo dos problemas, visando a procura e a proposta de soluções; na área interventiva, a inexistência de movimentos organizados a favor da humanização e da transformação de estruturas e mecanismos sociais. Há, pois, motivos de desconforto. Esperemos que germinem as sementes do Jubileu.

Anselmo Borges
Padre e professor na Universidade de Coimbra
Positivamente, destacaria: o pedido de perdão pelos da erros da Igreja; as iniciativas para mostrar que o Evangelho é para todas as classes sociais; o movimento a favor do perdão da dívida dos países pobres. Desgradou-me a beatificação de Pio IX, o documento do cardeal Ratzinger, lesivo do ecumenismo, a gestão do chamado "terceiro segredo" de Fátima. Terminado o Jubileu, ousaria esperar que João Paulo II se permitisse a si próprio usar o direito de repouso, retirando-se, possibilitando a eleição de um novo Papa.


Fonte DN

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