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PAPA ENCERRA JUBILEU
2001-01-07 11:29:15

Cumprido o sonho de conduzir a Igreja ao Terceiro Milénio da Cristandade, João Paulo II encerrou ontem, solenemente, a Porta Santa da Basílica de S. Pedro, e com ela as celebrações oficiais do Ano Santo do Grande Jubileu do Ano 2000, durante o qual mais de 25 milhões de peregrinos afluíram a Roma. Na manhã fria e cinzenta, o Papa rezou antes de fechar a Porta Santa de S. Pedro - que não voltará a abrir-se antes de passarem vinte e cinco anos, ou a menos que seja convocado um Jubileu extraordinário - após o que celebrou uma missa, um Te Deum de acção de graças, e assinou a Carta Apostólica "Novo Millennio Ineunte"

O encerramento da Porta Santa - cuja abertura, a 24 de Dezembro de 1999, assinalou o início do Ano Santo -- foi antecedido do fecho, por três cardeais, das três outras portas santas, de S. João do Latrão, Santa Maria Maior e S. Paulo Extramuros. A Porta Santa de São Pedro permanecerá selada por uma parede de tijolos até 2025, data do próximo Jubileu. Foi uma cerimónia simples mas cheia de emoção para o Papa, de 80 anos, que cumpriu assim o desafio que a si próprio se impôs de chegar ao III Milénio da Cristandade à frente dos destinos da Igreja, apesar dos seus muitos e notórios problemas de saúde que, inclusivamente, têm feito surgir especulações sobre uma possível resignação. Especulações que o Santo Padre pareceu rejeitar ao anunciar, durante uma homilia proferida com voz mais forte do que o habitual, que o seu regresso às actividades normais não significa de modo algum que vá descansar. Na mesma homilia, o Santo Padre instou os católicos a dar graças pelo Jubileu, e à "extraordinária oportunidade" que propiciou, permitindo "a purificação da memória e a procura do perdão de Deus pelas infidelidades cometidas ao longo destes 2000 anos" . Durante o Ano Jubilar, que começou com um dia dedicado às crianças e terminou também com um festa em que coros de crianças de todo o mundo cantaram para o Papa, tiveram lugar 3400 manifestações religiosas e laicas. Acima de tudo, como frisou monsenhor Crescenzio Sepe, foi uma "grande manifestação de Fé vivida", difundida, mercê das modernas tecnologias da Informação, através de todo o mundo. No entanto, há quem considere, como Maria Immacolata Macioto, professora de Socio-logia na Universidade La Sa-pienza, de Roma, que "o Ano Jubilar pode ser visto como uma fase de estagnação no diálogo inter-religoso". E quem aponte o facto de o Jubileu ter sido acompanhado de formas de intolerância e atitudes fundamentalistas, como as polémicas com as comunidades judaicas a propósito da beatificação de Pio IX, as declarações anti-islâmicas do cardeal Biffi, bispo de Bolonha. E alguns mais radicais, como o filósofo Lucio Colletti, consideram mesmo que este Jubileu foi um "fenómeno de massas, vazio e artificial". "A impressão que fica - diz Coletti - é a de um Jubileu vivido mediaticamente, com fenómenos de massas como os dois milhões de jovens em Tor Vergata. Crescemos com a ideia de que a experiência religiosa está ligada ao silêncio, pelo que a transformação do fenómeno em grandes manifestações de massas dá a impressão de uma exterioridade vazia". "O Papa - conclui - lançou mensagens, mas as mensagens são importantes quando são ouvidas e tomadas em consideração".


Fonte CM

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