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Como se faz um jornal católico? Ou o que faz católico um jornal?
2002-09-17 21:01:24

“Como se faz um jornal católico? Ou o que faz católico um jornal?” será o tema das próximas Jornadas da Comunicação Social, a realizar nos dias 26 e 27 de Setembro deste mês, na Casa de Nossa Senhora das Dores, em Fátima.

O “Correio de Coimbra” foi falar com o cónego João Lavrador, um dos organizadores destas Jornadas que é também, o secretário da Conferência Episcopal para a Comunicação Social (CESC).

Correio de Coimbra (C.C.) - Como surgiu este tema?
Cónego João Lavrador (C.J.L.) - Este tema surgiu após uma consulta efectuada aos diversos secretariados diocesanos das comunicações sociais sobre aquilo que pretendiam. Apareceram duas vertentes, uma mais técnica, outra mais formativa. Estando essas duas vertentes muitos próximas, pensamos que seria interessante ajudar os secretariados e os jornalistas católicos, a partir de alguns casos concretos, ver como eles foram tratados na comunicação social em geral e ver também como os jornalistas o trataram.

C.C. - Parece que estas jornadas abrangem unicamente os jornalistas ligados a imprensa?
C.J.L. - Sim, é verdade - mas garanto-lhe que vamos falar da comunicação em geral, irão aparecer jornalistas da rádio e da televisão. Vamos abordar muito o jornalismo escrito porque é a área em que a Igreja, neste momento está mais sensível e também onde tem mais expressão.

C.C. - Que outros temas serão abordados nesta Jornadas?
C.J.L.- serão abordos temas muito delicados para a Igreja - No primeiro caso, teremos a questão da “Fé dos Homens” , que terá a intervenção de D. Manuel Falcão e do Dr. Paulo Rocha. No segundo caso teremos , o problema dos “abusos sexuais”, mais concretamente os casos de pedofilia que abalou a Igreja Norte Americana. Este tema será abordado pela Dra. Mary Anne d´Avillez. Serão abordados neste último caso, os aspectos jornalísticos que marcam, por vezes, a diferença, entre um jornal sério e sensacionalista. Não está o problema da dignidade humana, a verdade. É um tema que vende. Vamos ter neste caso um exercício prático - como é que deveria ter sido tratado?

C.C. - (...)
C.J.L. - Este tema é actual, faz parte da sociedade, é uma forma de estar que também tem a sua identidade. Dentro da própria cultura deve dar uma mais valia ao próprio jornalismo. É um tema aberto e não fechado. Quero dizer com isto que, a Igreja ao ter a sua própria comunicação social ou oferece uma perspectiva diferente de se fazer jornalismo, com determinados horizontes e com determinados objectivos ou então não valerá a pena. É essencialmente este diálogo que vamos tentar travar. O objectivo seria tentar o diálogo entre a imprensa católica e a imprensa não confessional.
Para esta Jornadas temos apostado na mobilização de todos os jornalistas católicos.

C.C. - Quanto ao futuro dos meios de comunicação social da Igreja, o futuro prevê-se risonho?
C.J.L. - Muitas dioceses têm apostado neste sector, essencialmente na estruturação dos secretariados e dos jornais. Mas deverá apostar-se também numa formação técnica e teológica - a Igreja tem uma determinada linguagem. A Igreja deve apostar na formação teológica não só para os jornalistas católicos, mas também para todos aqueles que queiram conhecer um pouco da nomenclatura da Igreja. Quanto ao futuro devemos ter uma posição de observação. A imprensa católica tem o dever de informar com verdade e rigor. Devemos estar atentos.

Miguel Cotrim
In Correio de Coimbra

Fonte Ecclesia

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