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Trabalhadores Católicos Contra "Ministro Católico"
2002-09-15 11:29:21

Não são as alterações à lei laboral que os membros da Juventude Operária Católica (JOC), da diocese de Braga, contestam. Até aceitam que é preciso mudar a legislação actual. Os jovens católicos bracarenses não aceitam é o novo código de trabalho apresentado pelo ministro Bagão Félix.

Numa sessão de esclarecimento, realizada anteontem à noite, e que contou com a presença de mais de uma centena de pessoas, ficou claro que tanto a JOC como também a Liga Operária Católica (LOC) tudo farão para que a nova legislação não vá avante, já que, de acordo com Deolinda Machado, dirigente nacional da CGTP e membro da LOC, o código proposto pelo ministro do Trabalho e da Segurança Social significa "voltar, em termos legais, ao século XIX".

Na mira dos trabalhadores católicos está sobretudo Bagão Félix. "O senhor ministro diz-se tão católico e tanto apregoa a Doutrina Social da Igreja, mas, na prática, só pensa em defender os que mais têm e não os mais pobres", referiu ainda Deolinda Machado. De resto, ao longo da sessão de esclarecimento não faltaram críticas ao "ministro católico que se prepara para trair os trabalhadores".

"É uma verdadeira ofensiva contra os direitos laborais e contra a segurança social", salientou também Eugénio Rosa, o economista que é director do Instituto Bento de Jesus Caraça. "A grande preocupação do ministro é a de culpar os trabalhadores por tudo o que está mal, desde a baixa produtividade até ao absentismo", referiu o economista, condenando ainda a "pouca clareza da lei que, por cada artigo, permite e até sugere as mais variadas leituras e interpretações". Ao coro generalizado de protestos contra o código do trabalho juntou-se Manuel Carvalho da Silva, o líder nacional da CGTP que diz andar farto da "intoxicação levada a cabo pelo Governo". "Estou farto de ouvir dizer que o novo código só vai atingir os trabalhadores mais novos e que não vai afectar os mais velhos, o que é uma grande mentira", concluiu.

Fonte Público

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