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Vila Real lidera casamentos
2002-08-17 14:21:06

EM contraste com a tendência do país, o distrito de Vila Real está a destacar-se pelo número crescente de casamentos católicos. Os matrimónios são tantos, que já preenchem todos os dias da semana. Os padres dizem que as datas são condicionadas pela disponibilidade dos restaurantes, que por sua vez assumem a prosperidade do negócio e só se queixam da concorrência.

Quanto aos noivos, o que querem é casar, mesmo a uma terça-feira. João Paulo e Maria Adelaide estão em Chaves de férias. São emigrantes em França e em Dezembro passado decidiram casar. Escolheram o dia 18 de Agosto de 2002. Ou seja, amanhã. Mas a quinta onde queriam oferecer o copo-d'água aos cento e cinquenta convidados tinha já um casamento para essa data.

«Tivemos de optar por outro dia», diz a noiva. Ficou marcado para treze de Agosto, a única data sem casamentos na Quinta da Mata. Ainda que os sonhos de Maria Adelaide não passassem por casar durante a semana, rapidamente se habituou à ideia. Para o noivo, «em Agosto todos os dias são domingo», o problema é a disponibilidade dos convidados em período de trabalho. Alguns tiveram mesmo que faltar à boda.

Na diocese de Vila Real, já se realizaram este ano mais duzentos casamentos do que em igual período de 2001. Uma excepção face às estatísticas mais recentes do do país, que apontam para uma diminuição do número de casamentos católicos no ano passado, na ordem dos 8,4%, comparativamente a 2000. No primeiro trimestre deste ano, a tendência manteve-se: celebraram-se menos 1000 cerimónias do que no no mesmo período de 2001. Comum a todo o país é o aumento de matrimónios nos meses de Verão, com Agosto a liderar, onde não é alheia a visita dos emigrantes em férias.

Na capital transmontana também está a aumentar o número de casais que, unidos pelo casamento civil há muito, optaram este ano por oficializar a relação na igreja católica. Mais do que uma moda, é a tradição que dita os casamentos em Trás-os-Montes: «Aqui as pessoas ainda prezam muito as tradições culturais... e há também muita gente com falta de coragem para assumir que não quer casar pela igreja. No resto do país já há mais abertura...», justifica o pároco Arnaldo Araújo, da freguesia de São Pedro, a mais populosa de Vila Real.

«O número elevado de casamentos, não é, pelo menos na totalidade, sinónimo de fé» reforça o padre Arnaldo, que nos quase cinquenta anos de sacerdócio já realizou «milhares» de casamentos.

Negócio em saldos

A igreja garante que as datas são marcadas pelos restaurantes, pelo menos em Agosto. No distrito de Vila Real, por várias vezes os padres têm que fazer ajustes na agenda, trocar datas à semana e aos fins-de- -semana, para encaixar a cerimónia com os dias livres dos restaurantes.

«Eu digo sempre aos noivos: primeiro marquem o restaurante, só depois a igreja! Caso contrário dá confusão... querem casar todos ao sábado...», adverte Paulo Lisboa, proprietário de uma das quintas mais procuradas de Vila Real.

Mas se os casamentos são muitos, a concorrência também é grande e os restaurantes fazem várias promoções para captar clientes: oferecem a decoração, os bolos, o champanhe e até dormida por cinco noites aos noivos.

Maria Adelaide e João Paulo, tal como dezenas de noivos, casaram na quinta escolhida, mas num dia que não estavam à espera.

Fonte Expresso

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