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O PAPA POLACO
2002-08-17 13:57:52

A biografia do Papa João Paulo II

NOME DE BAPTISMO: Karol Wojtyla
DATA E LOCAL DE NASCIMENTO: 18 de Maio de 1920, em Wadovice
ANO DE ORDENAÇÃO: 1946
NOMEAÇÃO PARA ARCEBISPO DE CRACÓVIA: 1964
ELEIÇÃO PARA PAPA: 1978


VISITAS À POLÓNIA: 1979, 1983, 1987, 1991 (duas vezes), 1995, 1997, 1999.

CURIOSIDADE: Com 23 anos de pontificado João Paulo II necessita apenas mais um ano para igualar Pio VI no terceiro lugar dos mais longos pontificados da História da Igreja Católica.

A ÚLTIMA DÉCADA DE JOÃO PAULO II EM VIAGENS

João Paulo II ficará para a História como o Papa mais viajado de sempre. Durante o seu pontificado, iniciado em 1978, visitou 130 países, 990 cidades e realizou um total de 235 viagens oficiais, 96 das quais fora de Itália. Tudo somado, passou quase 930 dias fora de Roma, durante os quais pronunciou 3251 discursos programados e percorreu 1.205.312 km. Esta distância excede em mais de 30 vezes a medida da circunferência da Terra e corresponde a percorrer três vezes a distância entre o nosso planeta e a Lua.

1992
Senegal, Gâmbia e Guiné. Angola S. Tomé e Príncipe. Santo Domingo - para o 5º centenário da evagelização da América Latina e a 4ª Conferênica Geral do Episcopado da América Latina.

1993
Benin, Uganda e Cartum (Sudão). Albânia. Espanha. Jamaica, Mérida e Denver - onde preside às VIII Jornadas Mundiais da Juventude. Lituânia, Letónia e Estónia.

1994
Croácia.

1995
Manila - para presidir às X Jornadas Mundiais da Juventude. Porte Moreby (Papua Nova Guiné), Sydney (Austrália) e Colombo (Sri Lanka). República Checa. Bélgica. Eslováquia. Camarões, Joanesburgo e Pretória (África do Sul) e Nairobi (Quénia). Nova Iorque, Newark, Brooklin e Baltimore (EUA). Palermo (Itália) - para a terceira Convenção Eclesial da Igreja Italiana.

1996
Guatemala, Nicarágua, El Salvador e Venezuela. Túnis. Eslovénia. Alemanha. Hungria. França.

1997
Sarajevo (Bósnia). República Checa. Beirute (Líbano). Polónia.
Paris (França)- onde presidiu às XII Jornadas Mundiais da Juventude.
Bolonha (Itália) - para participar no XXIII Congresso Eucarístico Nacional Italiano.
Rio de Janeiro (Brasil) - onde preside ao II Encontro Mundial do Santo Padre com as Famílias.

1998
Cuba. Nigéria. Vercelli e Turim (Itália). Áustria. Croácia.

1999
México e St.Louis (EUA). Roménia. Ancona (Itália). Polónia. Eslovénia. Nova Deli (Índia) - para a conclusão da Assembleia Especial para a Ásia do Sínodo dos Bispos, e Geórgia.

2000
Peregrinação Jubilar ao Monte Sinai e à Terra Santa. Fátima.

2001
Peregrinação Jubilar “Seguindo os Passos de São Paulo Apóstolo”: Grécia, Síria e Malta. Ucrânia.
Viagem Apostólica ao Cazaquistão e à Arménia.

2002
Ísquia (Itália), Bulgária e Arzebaijão. Toronto - onde preside às XVII Jornadas Mundiais da Juventude.
Cidade da Guatemala e Cidade do México. Polónia - esta última viagem, a nona à Polónia, é encarada como a despedida da sua terra natal, numa antecipação da incapacidade total do Papa ou da sua morte.

UM PONTIFICADO CONSERVADOR MACULADO POR ESCÂNDALOS SEXUAIS NA IGREJA

Numa altura em que o pontificado de João Paulo II parece rapidamente encaminhar-se para o fim, o balanço que pode fazer-se da sua actuação tende a colocá-lo, desde logo, entre os mais conservadores dos tempos modernos.

Defensor intransigente de valores e de uma imagem da Igreja que, à luz dos princípios do Concílio Vaticano II, podem considerar-se retrógrados, João Paulo II não cedeu um milímetro durante os 23 anos de pontificado, apesar das inúmeras pressões que chegaram ao Vaticano, geradas dentro ou fora do seio da Igreja.

A sua oposição aos meios de controlo da natalidade, com especial relevo para o preservativo, mereceu-lhe severas críticas, nomeadamente das organizações empenhadas na luta contra a sida, um dos flagelos do século XX, ainda em crescimento, mesmo entre a população ocidental.

Outros pontos sensíveis do seu ideário, como a proibição do sacerdócio das mulheres e a defesa do celibato dos padres, criaram na Igreja tensões que originaram dissidências e críticas abertas dos sectores católicos progressistas.

A imagem de rigor moral e disciplina de vida que o Papa procurou veicular ao defender todas estas posições viu-se fortemente maculada pelos inúmeros escândalos sexuais que alastram em todas as latitudes. A Igreja católica dos EUA foi uma das mais duramente atingidas pela denúncia de casos de pederastia e assédio sexual. Para cúmulo, nem mesmo o seu grupo de auxiliares pessoais escapou à verdadeira maré de descrédito que varre a Igreja. O arcebispo de Poznan, Juliusz Paetz, auxiliar pessoal de João Paulo II, resignou este ano depois de ser acusado de assediar sexualmente seminaristas e padres.

Trata-se de uma circunstância que sublinha com ironia dramática a contradição insustentável entre o ideal moral e religioso do Papa e a realidade terrena.

O ponto alto da biografia pontifical de Karol Wojtyla será, por isso, o papel que teve nos acontecimentos que levaram à queda dos regimes comunistas de Leste. As suas primeiras quatro visitas à Polónia, entre 1979 e 1991, criaram-lhe uma imagem de defensor intransigente da liberdade. Ilustrando o respeito que granjeou mesmo junto da ala comunista polaca, o general Jaruselski, que comandou o país nos anos 80, afirmou recentemente que o Papa “tinha razão” na apreciação que fez dos acontecimentos da época.


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