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Fátima lança apelo à unidade da Igreja
2002-08-14 10:13:00

Um apelo à unidade da Igreja foi deixado, ontem, em Fátima, por D. Manuel da Silva Martins, bispo que presidiu às celebrações da Peregrinação Aniversária de Agosto.

"Somos chamados a construir pontes e a destruir muros, condições necessárias para abrir os ca
minhos aos sonhos da unidade e da paz", afirmou o prelado, considerando ser "a unidade na Igreja que pede e fundamenta a unidade do próprio género humano".
D. Manuel Martins falava perante cerca de 150 mil pessoas. Um número que acabou por se cifrar abaixo das expectativas, facto a que não será estranho o intenso calor que se fazia sentir e que obrigou algumas pessoas a deixar as cerimónias.
Sublinhando que "a Igreja somos nós", o bispo questionou: "Onde está a nossa Igreja neste tempo de tão profundas mudanças, de tantas interrogações, tantos problemas, tantas dificuldades?".

Sociedade sem valores
O prelado exortou ainda os presentes a procurar "com lucidez e na força da fé, abrir e exigir caminhos para as possíveis e necessárias soluções". E enunciou alguns dos principais problemas de uma sociedade que, considerou, "cresce perigosamente, sem princípi
os, sem valores e sem referências".
D. Manuel Martins começou por referir-se à "guerra estúpida" que, em algumas zonas do Mundo, "destrói, mata, semeia lágrimas e luto e corta pela raiz projectos e sonhos".
E que acontece por razões que, defendeu, "se escondem na maior parte dos casos no coração dos grandes e dos poderosos".
O bispo criticou ainda a fome no Mundo, que "mata milhões e que acontece por ganância e maldade organizadas".
Não deixou de fazer referência aos "assassinatos sangrentos" da África do Sul e, em Portugal, aos incêndios que "desgraçam" o país. "Fica-nos a impressão de que, por aqui, se passeiam muitos pecados: de ganância, inadvertência, maldade e omissão".
D. Manuel Martins criticou ainda a "vergonha dos futebóis, com ordenados e tramóias que até corrompem os melhores sentimentos que teimam morar em cada um" e alertou para a situação dos imigrantes das antigas colónias e dos países de Leste, da insegurança que
afirma estar a crescer nas cidades e na corrupção generalizada que, assegura, "campeia em todos os sectores da sociedade".
"O cristão está mergulhado, enterrado no Mundo até ao pescoço. Nada do que é do Mundo e da humanidade lhe pode ser estranho", considerou, para finalizar com um apelo à paz que, afirmou, "transporta no seu ventre todos os bens".

Fonte JN

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