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Igreja de Moncorvo dá figos e mel
2002-08-13 12:34:53

Mais um dia que Deus cá botou. A alvorada nasceu limpa e radiosa, após os ventos da escuridão terem varrido algumas nuvens noctívagas mais teimosas.

Logo pela manhã rebentam os primeiros foguetes, a anunciar mais uma festa. Onde será desta vez?... Após o pequeno-almoço, que nestas paragens é sempre uma refeição a não perder, tal a qualidade do leite, da manteiga, das compotas e, sobretudo, do pão, seguimos em direcção a Vila Flor, através de uma estrada fantástica, alcatroada de novo, a fazer lembrar uma verdadeira pista de karting.

É provável que a fundação de Vila Flor se tenha ficado a dever à época da recuperação de terras despovoadas pela invasão dos árabes (séc. XI e XII). Foi D. Dinis que ao ver esta terra, então chamada Póvoa de Além Sabor, teria ficado tão encantado que lhe deu o nome de Vila Flor.

Situada no sopé do Outeiro de Nossa Senhora da Lapa, que a abriga dos ventos frígidos do Norte, Vila Flor dispõe de magníficos monumentos, como a igreja matriz (séc. XVIII), a fonte romana, os antigos Paços do Concelho, os solares dos Ochoas e dos Lemos, pelourinhos e cruzeiros, a antiga Forca de Freixiel e os santuários dos Remédios e de Nossa Senhora da Assunção, este último palco, todos os anos, de uma esplendorosa romaria, que decorre já depois de amanhã (15).

O passo seguinte é (Torre de) Moncorvo, terra de amendoeiras localizada junto à Mata Nacional do Reboredo, na serra com este nome. Seguimos através de uma estrada de montanha, muito sinuosa e com curvas apertadas e muito perigosas. O Sol já está a pique e o calor torna-se, pouco a pouco, infernal.

Moncorvo é um verdadeiro museu recheado de curiosas obras de arte, com destaque para a enorme e magnífica igreja matriz (séc. XVI), que levou mais de cem anos a ser construída (quase tanto como a auto-estrada para o Algarve) e para as figuras suspensas dos beirados, por onde é canalizada a água das chuvas.

Um milagre abençoa esta igreja: "dá figos e mel" - dizem os habitantes, num tom ao mesmo tempo orgulhoso e enigmático. Certo é que a meio da fachada existem duas figueiras que dão frutos e por mais que sejam cortadas acabam sempre por rebentar.

Outros locais de visita obrigatória são as igrejas renascentista da Misericórdia e de Santo Apolinário (em Urros), a Capela da Senhora da Teixeira (em Açoeira), o Castro do Baldoeiro (em Adeganha), a Fraga do Facho (na serra do Rebordão) e a "Derruída" ou Vila Velha, além do Solar dos Pimentéis e as casas abrasonadas do 1.º visconde de Vila Maior, dos Doutéis e dos Carvalhos e Sá.

Por último, uma incursão ao Mosteiro do Carmelo, onde o visitante poderá retemperar as forças despendidas na impressionante subida da escadaria e apreciar uma repousante paisagem.

Fonte DN

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