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Quando o religioso, o mágico e o profano se confundem 2002-08-08 21:40:01 Muitas aldeias dos concelhos de Bragança, Vinhais e Mirandela ainda hoje mantêm o culto a Santo Estêvão, em manifestações caracterizadas pela amálgama de elementos religiosos, mágicos e profanos.
Coincidindo ou confundida com este culto, a Festa dos Rapazes, geralmente realizada nos dias 25 e 26 de Dezembro, é uma celebração de origem pagã com laivos de ritual de passagem e de fecundidade, relacionada com o solstício de Inverno. E, como tantas outras, acabou por ser adaptada ao culto religioso.
Congregando os "caretos", isto é, os rapazes solteiros da respectiva aldeia, a festa é dirigida por um "juiz" ou por dois "mordomos" e acompanhada de um gaiteiro.
Envergando trajes coloridos, feitos de pedaços de colchas de borboto ou com franjas, um capuz a cobrir a cabeça e uma máscara de madeira representando o Diabo, os "caretos" percorrem as ruas da aldeia, assustando os habitantes (em especial as raparigas e as crianças), assaltando os fumeiros e pondo a nu os factos ridículos ocorridos ao longo do ano, nos chamados "colóquios" ou "loas". Podem fazer (quase) tudo sem o risco de serem reconhecidos ou castigados. Tudo isto abrilhantado por imprescindíveis soberbas refeições e animados bailaricos.
Fonte DN
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