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João Paulo II Leva a Festa à Guatemala
2002-07-30 14:24:26

O Papa chegou à Guatemala, ontem às 15 horas locais (20 horas em Lisboa), para uma curta visita de 24 horas em que canonizará o franciscano Pedro de S. José Betancourt, de origem espanhola, que dedicou toda a sua vida aos pobres e doentes.

Os sinais da proximidade da visita de João Paulo II foram evidentes nos últimos dias: bandeiras do Vaticano decoravam as casas da cidade e pelas ruas vendiam-se "posters" e porta-chaves com as imagens do Papa e do Irmão Pedro, que será declarado santo numa missa que deverá congregar mais de 500 mil fiéis, vindos não só de toda a Guatemala, mas também dos países vizinhos.

Desde as primeiras horas da manhã de ontem, milhares de jovens e fiéis prepararam a recepção ao Papa, embelezando com tapetes de flores as ruas que ele percorreria, numa viatura panorâmica, entre o aeroporto e a nunciatura. Os tapetes multicolores de flores são usados tradicionalmente na Guatemala, para assinalar as grandes festas religiosas.

A Guatemala atravessa agora um período de reconciliação, após uma guerra civil de 36 anos, que chegou ao fim em Dezembro de 1996, com mais de 200 mil mortos e desaparecidos. A primeira visita papal a este país, em 1983, realizou-se ainda num contexto de violência. Nas vésperas da chegada de João Paulo II, o então ditador Efrain Rios mandou executar seis presos políticos, apesar dos pedidos de clemência da Santa Sé.

Esta visita poderá ficar para a história, como um contributo para o fim da pena de morte na Guatemala. Sábado passado, o presidente Alfonso Portillo anunciou a suspensão da execução de 36 condenados à morte.

"Foi na sequência de uma carta endereçada pelo Papa que eu decidi suspender 'sine die' estas execuções. E, antes do fim de semana, proporei ao congresso um texto a favor da abolição da pena de morte no nosso país, uma vez que a sua aplicação não é dissuasiva e não consegue diminuir a violência", disse Alfonso Portillo à AFP.

Este anúncio, histórico para um país assolado durante décadas por conflitos armados e que viveu submetido ao terror dos regimes militares, será seguramente uma das temáticas que João Paulo II abordará durante a visita à Guatemala. Segundo a AFP, o Papa deverá também apelar à reconciliação e ao diálogo, neste país em que as comunidades indígenas, que constituem 60 por cento da população, são vítimas de discriminação racial, por parte do poder central.

A Guatemala tem cerca de 12 milhões de habitantes. Até aos anos 70, 90 por cento da sua população era católica. Com o aparecimento de seitas evangélicas como as Testemunhas de Jeová, os Mórmones e outras da tradição tele-evangelista, muitos católicos aderiram às novas igrejas, procurando nelas respostas para as suas necessidade espirituais.

Para a visita do Papa foram accionadas medidas especiais de segurança, nomeadamente com a mobilização de cerca de 20 mil polícias. Nos últimos dias as fronteiras e os aeroportos estão sujeitos a um controlo meticuloso, existindo listas com os nomes de 80 pessoas a quem está vedado o ingresso no país por pertencerem a organizações terroristas.

João Paulo II deixará esta madrugada a Guatemala em direcção ao México, última etapa da sua 97ª viagem fora do Vaticano.

Fonte Público

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