paroquias.org
 

Notícias






Assaltos a Igrejas Não Param
2001-01-03 22:17:50

Desta vez os ladrões escolheram a Igreja Matriz de Cuba e a capela de S. Pedro de Pomares na freguesia de Baleizão. No primeiro caso, os assaltantes levaram, na noite de terça para quarta feira da passada semana, uma caixa de esmolas e três imagens sem grande valor patrimonial "mas que as pessoas estimavam muito", relatou José Manuel Falcão, responsável pela área do património da Diocese de Beja.

Da capela de S. Pedro de Pomares, erguida num local isolado nos arredores de Baleizão, os intrusos levaram, há cerca de duas semanas, cinco imagens "muito belas", acrescentou a mesma fonte. Este local, que fora recentemente alvo de outro assalto ficou, desta vez, privado de figuras sagradas. A Polícia Judiciária, já na posse das fotografias da arte sagra que foi furtada, procede a investigações.

A frequência com que são executados assaltos às igrejas da Diocese de Beja, está a suscitar muitas apreensões por parte das autoridades eclesiásticas, na medida em que se torna humana e materialmente impossível obstar aos furtos, dado o isolamento e o estado de abandono em que se encontra boa parte dos templos da região. Uma das soluções defendidas pela Diocese de Beja passa pela recolha das imagens e de mais arte sacra existentes no interior das igrejas e capelas mais susceptíveis de assaltos, colocando-as em local mais seguro. Só que esta solução "é encarada com muita relutância pelo nosso departamento", frisou José Falcão, explicando que seria uma decisão " bastante dura" pois iria privar as populações de um património que faz parte da sua história e em relação ao qual existem fortes laços afectivos e de veneração. "Aliás consideramos legítimo que as pessoas reclamem a permanência das imagens no lugar onde sempre estiveram", disse este especialista, igualmente preocupado com a onda de assaltos que está a deixar cada vez mais igrejas sem o seu recheio de arte sacra, que depois é transaccionada para fora do país, alimentando as redes de contrabando de objectos religiosos.

Uma das soluções apontadas por José Falcão inclui a criação de circuitos turísticos que integrem visitas ao rico património religioso que permanece disperso pelo distrito de Beja. São mais de mil templos a requerer medidas de segurança. Facultar o acesso dos interessados ao património religioso do Baixo Alentejo, poderia vir a potenciar formas de turismo cultural que, "para além de garantirem mais segurança às igrejas e capelas que se encontram mais afastadas das áreas habitadas", possibilitaria reanimar alguns sectores do debilitado tecido económico de povoações afectadas pela desertificação, defendeu o responsável pelo departamento do património da Diocese de Beja.


Fonte Público

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia