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À PROCURA DA PALAVRA: DOMINGO XVII DO TEMPO COMUM
2002-07-26 20:41:21

“O reino dos Céus é comparável
a um tesouro escondido num campo.”
Mt 13, 44

À procura do Tesouro

Encantavam-me na minha infância e adolescência as histórias de tesouros escondidos e as apaixonantes aventuras dos arqueólogos a descobrir civilizações perdidas. Quem não sonhou com a Atlântida ou com descobertas espantosas no meio de umas ruínas? A ideia de um “tesouro” a encontrar foi-se tornando como uma estrela a apontar o caminho. Mudou de nome, trocámos as velhas botas de explorador por sapatos de sola, mas continuamos à procura!


Falar do Reino como um tesouro é sublinhar a sua dimensão festiva. É sempre a ousadia de Jesus em revestir-nos da alegria das crianças, capazes de deixar tudo para abraçar o arco-íris! A alegria de reconhecer o que é belo e enche o coração, o que vale a pena mas não entra nas contas dos “grandes”. Aos que se acomodaram a uma vida sem surpresas, de contabilidade estreita entre o “o deve e o haver”, de sentimentos programados e hábitos “segundo a norma”, Jesus fala da surpresa, do risco, da coragem, da alegria. Estas coisas que não “dão muito jeito” aos “carreiristas” da vida e até da fé!

Parece que o “tesouro” e o “coração” andam juntos na lógica do Evangelho. Se o coração estiver onde está o tesouro, talvez seja bom perguntarmos qual tem sido o nosso tesouro! O já alcançado e o que falta alcançar. E temo que, para muitos, o tesouro seja o “bem-estar” e o dinheiro que o possibilita. Este “caruncho” da alma que vai adormecendo a capacidade de sonhar, que vai destruindo a alegria e a generosidade daquilo que fazemos, que vai anestesiando os nossos sentidos. É preciso viver a procura de um outro tesouro.

Neste domingo, milhares de jovens de cores e línguas tão diferentes, vão estar juntos no Canadá. Juntos com o Papa frágil mas jovial que é João Paulo II. A uni-los, a alegria de acreditarem que Jesus é este tesouro escondido, e o desejo de ajudarem muitos a descobrir-l’O. No terreno que é o coração de cada homem e mulher, na realidade mais próxima de cada um onde a vida nos chama. Para muitos poderá ser uma espécie de “rave espiritual”, mas, para alguns, talvez seja a descoberta dessa novidade que não se gasta: Jesus, o tesouro sempre novo!

Será que vivemos a nossa Fé com este entusiasmo de procura? Gostamos de arriscar terrenos inexplorados que levem ao encontro com pessoas que julgávamos perdidas? Ou só pensamos neste tesouro como uma “aventura do passado”? Aí é que estamos enganados. Este tesouro é o nosso futuro!

P. Vítor Gonçalves



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